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FlashBack 

Eu tava nervoso, isso era normal antes de assaltar qualquer casa. Ia entrar eu, TFA (na época, Thiago) e o Perereca. Iam ficar mais dois homens de tocaia pra quando a gente saísse. A casa era em um condomínio de luxo, por isso não podíamos dar muito na cara, um dos seguranças tinha o controle que abria o portão, liberando a entrada no condomínio.
Nós entramos e fomos direto pra casa 101. Era uma casa bastante bonita, mas o muro era envolvido por cercas elétricas.

— Cara, como a gente vai entrar ai? — eu perguntei
— Relaxa, que eu sei o que eu faço. Eu vou entrar primeiro com o Junão, e o depois o Junão vai abrir o portão, pra vocês, fiquem atentos e entrem mascarados.
— Jaé.

Ele entrou com o tal do Junão e eu fiquei lá aguardando até o momento. Quando o Junão abriu a porta, eu e o Thiago entramos, Junão saiu, ficando lá fora de tocaia. Quando chegamos na sala o Perereca já tava com a arma apontada pra cabeça do cara e ele estava bastante tenso, eu não sabia porquê daquele assalto. Só sei que ele a mulher dele estavam bastantes nervosos:

— Abaixa essa arma, cara. Vamos conversar! Eu te dou dinheiro, te dou o que quiser, só abaixa isso, eu prometo não te entregar pra polícia. — o cara disse isso tentando disfarçar o medo
— Cala a porra da boca! — O Perereca gritou — Eu vou acabar com a tua família, só com tiro na testa!
— PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ NADA COM A MINHA FAMÍLIA! — o cara lá disse desesperado
Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, duas meninas apareceram e uma delas disse:
— Pai!

Na hora todos olhamos pra elas, o Perereca fez sinal para que eu e TFA fossemos até elas, abaixamos as armas e fomos. Elas tentaram correr, mas em vão. Quando eu segurei uma, e o TFA a outra, o Perereca gritou:

— Descabaça as ninfetas! — disse e deu um sorriso sujo
— NÃO FAZ ISSO COM A MINHA FILHA, FAZ COMIGO, NÃO COM ELAS! — a mulher lá disse chorando
— Cala a Boca! — o Perereca disse e deu uma porrada na cabeça da velha que já caiu desmaiada

Antes que mais alguma coisa acontecesse, subi com a garota se debatendo no meu colo, entrei no primeiro quarto que eu vi e já parti pra ação, aquilo não seria dificuldade nenhuma pra mim. Ela tentou fugir e até implorou para eu não fazer nada. Se naquele momento eu soubesse de tudo que iria acontecer, tudo o que eu causei na vida dela, eu teria desistido quando ela me olhou nos olhos chorando e implorando, mas eu fingi não ter ouvido e deixei meu coração endurecer, não me importei de machucá-la, a dor dela era o meu prazer. Inúmeras vezes ela tentava escapar de alguma forma, mas sem sucesso. Até eu gozar, o que não foi difícil, ela era tão apertadinha...
Quando eu já tinha feito o trabalho e senti que ela já não tinha nem mais forças pra se levantar, eu resolvi ir embora, mas antes de ir eu olhei para trás e ouvi ela dizer:
— Eu vou te matar! — ela disse isso como se fosse uma jura

Eu ri, aquilo seria impossível, ela não sabia nada de mim, quiçá havia visto meu rosto. Eu sai daquele quarto e quando cheguei na sala o Thiago e o Perereca estavam lá. Assim que eu cheguei o Perereca deu um tiro certeiro na cabeça do cara, a mulher já se encontrava desmaiada. Nós saímos correndo pro carro, entramos e dirigimos em velocidade normal até fora do condomínio. Agora sim minha vida ia mudar, eu ia crescer de cargo na favela, ia largar a vida do asfalto, ia largar meu nome e iria fazer mais trocentas barbaridades como essa, sem me importar, meu coração tava impenetrável, eu só queria poder e ostentar, eu queria poder ostentar.
Me lembro que chegamos na favela, o perereca mostrou as provas do crime pro Galhão, pai do Nankil, e ele pagou uma rodada de chopp pra todo mundo, até roda de samba teve. 

FlashEnd

Relembrando dos detalhes que não eram falhos à minha memória, a garota realmente me lembrava a Mariana, era pequena, mas já tinha seu corpo começando a se formar. E eu me lembrava exatamente as palavras que ela disse logo após o estupro "eu vou te matar" como não esquecer? Eu fiquei tanto tempo observando ela, eu tinha sentido tesão na dor dela. Eu tava ficando perturbado, eu tava me sentindo tão sentimentalista depois de lembrar de tudo, reparei que a Mariana não seria apenas mais uma pra mim e isso seria um grande problema, me envolver cada dia mais com ela só poderia me trazer danos no futuro, eu tenho certeza disso. Eu precisava me acalmar, eu precisava cheirar um pó, e foi isso que eu fiz. Não sei ao certo quanto tempo eu fiquei lá, só sei que foi o suficiente pra cheirar e comer uma garota, enquanto eu tava doidão.

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora