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Mariana.

— Filha, a questão vai além. A gente vai tá juntos, só vamos nos afastar por um tempinho, é pro seu próprio bem. 
— Eu não quero ficar sem vocês. — ela disse soltando as nossas mãos e fazendo cara feia 
Eu olhei pro Gaúcho, ele parecia tá bem triste, mas eu não podia voltar atrás, minha decisão já havia sido tomada. 
— Ana Flávia, vai lá no seu quarto e pega suas coisinhas, eu vou conversar com seu pai, um pouco. 
— Não! —ela disse fazendo birra e eu olhei torto pra ela, e ela desfez a cara feia — Tá bom... 
Ela foi pro quarto onde ela tava, e eu fui até o Gaúcho: 
— Entende que é complicado pra mim, pra você. Mas seria irresponsabilidade nossa, a gente tem uma filha, e é só por alguns meses. 
— E se você conhecer outra pessoa Mariana? A gente vai ficar meses sem se ver. E se eu morrer nesse meio tempo? 
— Vira essa boca pra lá! Nada vai acontecer com você, a gente vai passar por cima disso, eu te amo, você não acredita nisso? 

Eu agarrei ele e beijei, um beijo com ternura aproveitando cada instante, a mão dele hesitou, mas logo depois segurou bem firme minha cintura. Eu acariciei o rosto dele enquanto nos beijávamos, eu parei aos poucos e disse: 

— Acredita? 
— Eu não sei mais no que eu acredito, caralho. Vai embora logo, eu odeio essas porras de despedida. 
— Então sai da porra do crime! 
— Não dá! 
— Então, se você realmente quer ficar comigo você vai esperar e vai entender, eu não vou te substituir, se nesse tempo todo eu não consegui te substituir, você acha que vai ser agora? — eu perguntei olhando no fundo dos olhos dele 
— Mariana, não se explica mais, vai embora logo — ele disse desviando o olhar — ANA FLÁVIA! — ele disse gritando 
Eu apenas assenti com a cabeça, eu ia dar o espaço dele também.


Q

uando a Ana Flávia desceu, ele foi até ela e deu um beijo nela e sussurrou algo. Ele veio na minha direção, e eu achei que fosse falar comigo, mas não, ele saiu, simplesmente saiu. 
Eu nem ia pegar nada, eu ia sair dali e me hospedar em algum hotel com a Ana Flávia, com o pouco do dinheiro que ainda me restava, porque eu só ia poder ter a casa depois de algum tempo. 
Eu e a Ana Flávia fomos descendo o Complexo de mãos dadas, ela parecia estar bem triste, eu também estava, estava acabada por dentro. Eu tinha vontade de tacar o foda-se e voltar correndo agarrando ele, mas não era assim. 
Eu não tive nem tempo de passar na Malu, pra saber como ela tava, eu ligaria depois, agora seria uma “nova” vida temporária. 

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora