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Ele estacionou direitinho e saiu. Eu peguei a blusa e troquei rapidamente e sai. Nós fomos andando na direção de onde estavam alguns fotógrafos. Tinha uma parede improvisada com alguns patrocinadores e um red carpet, me senti uma estrela, sério!
— Aja naturalmente — sussurrou no meu ouvido e eu ri
Ele disse alguns palhaçada e eu ri, fizemos poses. Tiramos bastantes fotos, foram muito flashes. Nós entramos no shopping e cara já víamos a loja, passamos pelos seguranças e tava tendo um coquetel lá.

— Nossa, que linda a loja! — disse olhando em volta
— Vou te apresentar o cara que eu chamo de pai — disse entediado
Eu o repreendi e ele me arrastou até o mesmo:
— Pai, essa aqui é a Mariana — o Caleb disse me apresentando e o pai dele sorriu
— Muito Prazer, Sr. Rievers.
— O Prazer é todo meu — disse galante — Fico feliz que Caleb finalmente tenha encontrado uma menina a seu porte.
— sorri sem graça, olhei pro Caleb e logo voltei a encará-lo — Ele não é meu namorado... É meu amigo — sorri sem jeito

— Agora sim tá explicado
O Caleb ficou fitando ele por alguns segundos e disse:
— Eu vou pegar algo pra beber — disse saindo:
— Como sempre, né Caleb? — perguntou bravo, mas Caleb pouco fez questão — Esse menino não tem jeito.
— Caleb tem bom coração, é muito boa pessoa.
— Mas age como se fosse um moleque malcriado. — disse com repulsa — Vou cumprimentar os outros convidados, fique a vontade.
Eu fiquei um instante deslocada, foi quando Caleb reapareceu:

— Onde você foi?
— Pegar uma bebida
— Hmm... Me dá um pouco — disse pegando a bebida
— NÃO! — afastou de mim
— Caleb... O que tem ai? — perguntei desconfiada
— Eu coloquei um negócio, pra conseguir suportar esse evento por muito tempo.
— Caleb, eu não quero que um drogado me leve pra casa!
— fala baixo! — disse me repreendendo
— Você quer me repreender? — ergui a sobrancelha — Eu que tenho que te repreender, Caleb! Isso não vai te levar a lugar nenhum, eu to aqui com você, você não precisa disso, mesmo com todas as provocações do seu pai!
Ele largou o copo e disse:
— Obrigado — sorriu
— Disponha, agora vamos comer um pouco, to morrendo de fome — ri
Nós ficamos mais algumas horas lá. Foi quando um cara chegou em mim e disse...

— Licença, gostaria de me apresentar, Uri Young, modista e fotógrafo profissional, especializado em modelos fotográficas.
— Prazer, Mariana — apertei-lhe a mão
— Eu vi algumas fotos que você tirou a pouco, e eu senti em você um dom que poucas tem para a fotografia... Você já pensou em alguma vez trabalhar como modelo fotográfica? — perguntou interessado
— sorri sem entender olhando pro Caleb — Como assim?
— Você tem o porte, a beleza, o riso e tem uma luz em especial, gata! — disse animado — Então, fique com meu cartão — tirou um cartão do bolso e me entregou — Ligue para esse número do meio, assim você falará direto comigo — disse e piscou saindo
Eu olhei pro cartão e em seguida o vi sumir, e então olhei pro Caleb:
— Ele tava falando sério? — perguntei meio que rindo
— Tava, e porque tu não aceita? Acho que tu se sairia muito bem como modelo — ele disse
— Será? — ri
— Tenho certeza que sim.
— Vou ver o que meu namorado tem a dizer a respeito disso — ri
— Namorado? — perguntou surpreso
— Ah, eu não te contei? — perguntei meio sem jeito
— Provavelmente não né.
— Eu e o Gaúcho, a gente... — me interrompeu
— TU É LOUCA? — perguntou bravo
Algumas pessoas que estavam próximas olharam assustadas pra gente, e eu disse:
— Caleb, pelo amor de Deus, fala baixo!

— Eu acho que a gente tem que ir embora
— É, eu também acho, na verdade, tenho certeza. — disse tomando a frente

Eu nem me importei de me despedir dos pais deles, eu estava puta da vida e também nunca fiz questão de pagar simpatia a quem eu sei que também não tem e isso era obviamente sentido e ressaltado no pai do Caleb, a começar pela consideração com o filho.
Na saída tinham poucos fotógrafos, mas eu sai e fui direto pro carro. Eu poderia fazer uma ceninha, falando que voltava de ônibus, mas não sou dessas, se ele me trouxe ele vai me levar, independente d'eu estar puta da vida com ele ou não.
Ele destravou o carro e entramos. Em silêncio, um silêncio ensurdecedor, até perto do morro. Quando estávamos subindo ele disse:

— Tu sabe que nossa amizade vai acabar, né?
— Por quê?
— Deixa só o Gaúcho possessivo aparecer, é sempre assim, eu frequento a Rocinha e já cansei de ver, no início ele é um amor, espera duas semanas, Mariana.
— Seja lá quem for esse Gaúcho, ele não vai ter vez comigo.
— Acorda — revirou os olhos
Eu fiquei quieta pra não discutir. Ele tava chegando na minha porta. Ele estacionou fui pra abrir o carro, mas estava travado:

— Pode abrir?
— Posso, mas pensa nessa proposta de ser modelo, você vai ter dinheiro pra pagar um colégio pra Ana Flávia, melhorar sua vida e pá. 

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora