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Mariana.

Eu me levantei e deixei ela sentada lá, ela ficou olhando pra TV e deu tchau pro Gaúcho. Nós fomos pro portão e ele disse:

— Se cuida e qualquer coisa é só você me ligar, bloqueia o número do LB e não atende mais nenhuma chamada de número desconhecido ou privado.
— Eu sei, mas vai ter uma hora que involuntariamente eu sei que o LB vai vim atrás.
— Se depender de mim, ele morre antes disso. Mas é isso que eu quero, que ele suba o morro atrás de você que eu mesmo vou ter o prazer de matar ele.
— Eu só queria entender como você s aderiram a tamanho ódio.
— Somos donos de morros rivais, isso já é o suficiente pra ter um puta de um ódio. Ele tem o que me interessa.
— Facção?
— Não, lote.
— Lote?
— É, o morro. Qualquer quer lote que possa ser colonizado pelo A.D.A. é de meu interesse.
— Entendi.
— Mas então, a gente se vê.
Eu fui pra dar um beijo no roto dele, mas ele segurou meu rosto e me deu um beijo digno, ele alisava meu rosto o que me fez sorri durante o beijo. Quando paramos ele me olhou nos olhos e disse:

— Você vai saber de toda a verdade e por mim.
Eu assenti e selou meu lábios. Nos despedimos e ele se foi. Eu entrei e a Ana Flávia disse:
— Mãe, ele trabalha com o quê?
— É... bem, administrando.
— Que nem o Tio Ivan?
— Mais ou menos — sorri.


Amanda.

Quando eu ouvi aquilo sobre o Deco, eu procurava saídas, porque eu o amava tanto, eu jamais amei alguém do jeito que eu amava ele. Eu sempre disse a Mariana que ela fazia mal a ele, e eu entendo o porque ela nunca quis se afastar, achando que ele é o melhor amigo, bonzinho, carinhoso, protetor... Ele e o pai dele não passam de dois sem escrúpulos. Eu estava com medo de qual seria minha reação quando eu visse o Deco novamente, apesar de que isso não iria acontecer eu ia viajar pra fora o mais rápido possível, qualquer segundo a mais aqui era um risco que eu corria.
Eu sai do morro, e tive a sensação de dever cumprido. O clima daquele lugar era pesado demais pra mim, mas do mesmo jeito eu precisava contar do verdadeiro Deco. Até agora, mesmo eu dirigindo eu mal conseguia me concentrar na direção. Depois de um tempo com o carro parado no início do morro e me debulhar em lágrimas eu finalmente retornei a direção...

Eu ainda tava com a cabeça a mil, dirigindo rápido, super acelerada,quando eu percebi que tinha um carro todo escuro me seguindo, e não era o carro do segurança que o Gaúcho mandou. Talvez aquilo fosse coisa da minha cabeça... é, talvez seja, eu tô com os pensamentos tão perturbados e tudo isso por causa daquele mauricinho infeliz, que maldita hora eu fui me envolver com o Deco, ele é desumano. Eu já havia percorrido um bom percurso da autoestrada Lagoa-barra e já estava prestes a entrar no túnel Zuzu Angel, quando eu vi o carro preto emparelhar com o meu, batendo. Eu perdi o controle e meu carro começou virou e bateu na mureta, mas não parou ele caiu, cada instante parece que foi passado lentamente, eu pedi proteção ao meu anjo da guarda e perdi os sentidos com o impacto na rocha. 

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora