NOVA ERA - CRIMINAL! (F)

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— Mariana, antes que tu pense alguma besteira, a Amanda... — interrompi ele
— Não to nem aí pra você e pro seu casinho — revirei os olhos — eu quero que tu me expliquei isso. — disse oferecendo o celular.
Ele me olhou meio torto e um pouco decepcionado, mas pegou meu celular e de cara se surpreendeu com a foto dele, eu fui acompanhando o olhar dele que se movia de um canto ao outro conforme ele lia o que ali estava escrito. Quando ele respirou fundo, deu a entender que ele havia acabado de ler.
— E então, Deco, o que você sabe que eu não sei? — perguntei séria
— Mariana, isso não tem nada haver contigo.
— Claro que tem, tem haver com o Gaúcho, logo tem haver comigo.
— Por que hein? Vocês já são um só? — perguntei irritado
— recuei — Não... Eu quero dizer, que pra mim você só conheceu ele naquele dia. Você já o conhecia antes?
— abaixou a cabeça — Aham.
— Mariana eu já disse que isso... — interrompi
— PARA DE ME ESCONDER, DECO, DIZ LOGO!
— MEU TIO, PORRA, FOI POR CAUSA DA DÍVIDA DO MEU TIO! — disse explodindo — Satisfeita? — perguntou seco
— O que tem haver seu tio?
— Lembra do irmão do meu pai? — assenti — Então, como tu sabe, ele não tem dinheiro, era um fodido da vida, ele tava com uma dívida enorme, grana preta mesmo lá, e veio pedir ajuda ao meu pai. Meu pai não quis dar, mas eu me comovi e tirei do meu dinheiro pra pagar a dívida dele, e eu fui com um homem de segurança né, afinal, meu tio devia muito!
— Deco me...
— Perai, pra tu tá me perguntando isso, é porque tu desconfiou de mim...
— Deco entende, tu tinha me dito aquilo de que eu não conhecia o Gaúcho direito, eu fiquei com a aquilo na cabeça
— Eu disse aquilo porque eu tive que pagar além da dívida do meu tio mais uma grana pro Gaúcho deixar ele vivo. Ele não se comovia com nada, por isso eu disse isso.
— Deco me desculpa, eu to uma pilha...
— É, eu to vendo né. Tu tá confiando mais num marginal que tu conhece há um mês, um mês e meio no máximo, e duvidando do cara que te conhece por inteira e tá contigo desde sempre.
— Para! A gente vai acabar brigando, nossa amizade tá se tornando um inferno porque você não consegue controlar suas emoções.
— E você que não consegue expor as suas. Tá se tornando um inferno desde que você foi para aquele lugar. Isso é se ainda tem amizade né.
— A gente tinha feito um juramento de jamais abandonar o outro. — disse segurando o choro
— É, e foi na mesma época que tu prometeu ser minha pra sempre... Mas as coisas mudam, né? — disse me encarando
A primeira lágrima caiu do meu rosto, eu sentia que ia explodir e ia ser agora:
— Se você quer saber, eu gosto de você, gosto muito mesmo Deco. Mas não vou mentir que eu também gosto do Gaúcho, eu não sei o que ele tem, eu me condeno por conseguir gostar de um homem tão irreverente, insensível e arrogante como ele, mas eu gosto dele.
— Mariana, eu já disse — disse se aproximando de mim e me segurando perto a ele — Se você colocar na sua cabeça que está disposta a deixar isso tudo que tá acontecendo e o que passou pra trás e pensar no futuro, tu pode ser muito feliz. Eu te daria uma vida de rainha cara, em Madrid, Londres, Saint Tropez, é só escolher.
— Deco, eu não posso arriscar tudo assim, eu tenho receio de não te amar, ai vou ficar te prendendo. Nada disso.
— Então você vai se condenar a uma década no máximo com um bandido? Porque é isso que eles duram geralmente.
— Eu to a mercê da vida, pro rumo que ela for tomar. Agora é melhor você voltar pra Amanda, ela deve estar puta.
— Disso eu não tenho dúvidas — riu
— ri — Você tinha que dar mais valor à Amanda, apesar d'ela não gostar de mim, eu percebi que ela te ama de verdade e que ela tem um coração bom.
— Vou repensar isso.
— Bem então eu to indo — disse pegando meu celular
— Bem que a gente podia matar as saudades né, tipo sexo casual. — ele disse me pegando pela cintura

O Deco tinha uma pegada que fazia qualquer uma desmontar nas mãos dele, era incrível, até quando ele me abraçava sem malícia (pelo menos eu acho que era sem malícia), ele te fazia ficar sem ar. Mas eu fui acordando aos poucos

— Deco, melhor não, a gente acabou de quase discutir e tu acabou de comer a Amanda lá na piscina. — ele me olhou meio surpreso — É, tu acha mesmo que eu não reparei? — fiz uma cara de óbvia e ri
— Tu já vai embora?
— Aham...
— Vai voltar quando?
— Quando tu me chamar e me prometer que não vai brigar comigo.
— Se tu prometer que vai me dar, trato fechado — disse rindo
— bati de leve nele — Que garoto tarado! — ri — Tá na seca, é?
— To na seca de Mariana — riu
— Posso até pensar no teu caso, mas só pensar.
— Tu não tem nada a perder, só a ganhar.
— Tá, agora eu posso ir embora?
— Pode, eu vou te levar até o portão

Caleb Narrando

Eu tava fumando um Black, só pra adocicar minha boca enquanto fazia uma pixação de leve, era um muro grande e eu tava pixando pro meu parceiro que morreu. Foi quando eu ouvi o barulho do meu telefone, deixei o Jet no chão (já tava terminando a pixação mesmo, qualquer merda era só correr) e fui atender:

— Qual foi Rievers.
— Fala ae
— Olha vai ter pvt aqui
— Aqui onde?
— No Adeus, cara.
— Ah, to ligado.
— Então, tu é convidado, e ae se quiser trazer aquelas duas patricinhas que te acompanharam no último baile, tá de boa. — riu
— ri — Vou ver. Se pá, vou sim. Vai ser quando?
— Hoje à noite. 23h começa.
— Jaé —

Eu desliguei e ia ligar pra Mariana, pra ver se ela e a Malu iam querer ir.
Liguei, disse pra ela que eu tava bem, dei o papo nela e ela aceitou ir de boa, eu falei que não ia ter Gaúcho certo que ia me impedir de continuar falando com a Mariana.