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Gaúcho.


Os dias foram se passando e hoje já era sexta, dia de baile, dia de anúncios, dia que oficialmente começa a guerra. Não dou 12 horas e vão querer invadir isso aqui, mas eu vou fazer essa guerra ser rápida e épica, não vai durar nem duas semanas.

Eu tava na sala da boca, já arrumado pro baile, tava só conversando com o TFA, dando todo meu plano.

— Enquanto eu estiver fazendo o anúncio, exatamente às 2 da manhã, manda os moleques mandarem traçante lá pro complexo, foda-se pra qual favela, a guerra vai ser geral.
— E os seguranças?
— Ser um dos maiorais no A.D.A. tem seus bem feitos, recolhi 500 homens de outras favelas só pra trabalhar lá. 250 vão pra lá e 250 ficam aqui.
— E tu vai expor a Mariana e a garotinha mesmo?
— É tudo questão de inteligência, vão vim tudo pra cima delas, e quase todos meus homens mais fortes tão posicionados ao redor da minha casa, uma cobertura de 360º em um raio de meio quilômetro.
— E tu, vai ficar onde?
— Vou invadir Complexo também.
— Tu tá doido?
— Relaxa, sou invencível. Quero ficar cara a cara com meu inimigo e ter o prazer de enfiar bala nele.
— Tu vai tá em lote inimigo, Gaúcho, vai ficar mais vulnerável.

— Minha vida é vulnerável. Mas confia em mim, vai dar tudo certo. Tenho tudo sob controle, sempre tenho.
— Cuidado chefe, muita segurança pode ofuscar a visão.
— Qual foi TFA, tá estranhando?
— Tô só te alertando.
— Jaé, agora borá partir pro baile.


TFA Narrando

Eu sai de lá decidido a falar com a Malu, ela tava na minha casa se arrumando. Eu cheguei lá e ela tava só de calcinha e sutiã, fazendo a maquiagem, ela nem me percebeu. Eu agarrei ela por trás e dei um beijo no pescoço dela, ela riu e eu disse:

— Eu não podia te ver assim.
— Ah é, por quê?
— Porque eu já to excitado. — eu disse e ela riu — Vamos fazer uma rapidinha, Malu?
— Nada disso, eu não posso soar.
— Ah, mas vai ser rápido, eu prometo
Eu disse mordendo o pescoço dela e roçando a barba, eu sabia que ela ficava mole só com isso. Ela até cedeu por um tempo, mas logo depois se recuperou:
— Nada disso, TFA. Mais tarde a gente faz o serviço completo e demorado — ela disse se virando e me dando um selinho rápido, voltando a atenção pro espelho.
— Hoje a guerra vai ser declarada.
— É, tô sabendo. — ela disse passando um negocio na bochecha
Eu comecei a andar de um lado pro outro, nervoso, e ela disse:
— Ih, Thiago. Fala logo de uma vez.. — disse desconfiada
— Malu, eu não quero que você participe dessa guerra, não é lugar pra tu.
— Meu lugar é do teu lado, e do lado do A.D.A.
— Não Malu, essa porra é séria, se acontecer algo contigo, eu... — eu paralisei olhando pra ela.
— Você...? — insistiu
— Sei lá, Malu, eu nem imagino, cara.
— Pois é, agora pense que são dois pesos e duas medidas. E se acontecer alguma coisa com você? Já parou pra pensar como eu vou ficar? — ela perguntou séria e de braços cruzados.

— Malu não é a mesma coisa. Homens pra tu não é problema, tem um monte atrás de tu. Agora e pra eu achar outra mulher que nem você?
Ela paralisou me olhando e sorriu com os olhos brilhando, ela parecia que ia chorar.
— O que foi? — perguntei sem entender
— Foi a coisa mais linda que já me disseram na vida — disse abanando o olho
— Ah meu deus, tu vai chorar? — eu perguntei preocupado
— Porra Thiago, vou — ela disse e se entregou ao choro
Eu sorri e abracei ela, afagando o cabelo dela. Ela não chorou muito, foi só emoção mesmo, mulher é foda.
— Ai Thiago, deixa eu me arrumar em paz!
— Tá bom, vou ficar na sala te esperando.
— Jaé.

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora