NOVA ERA - CRIMINAL! (F)

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Eu sai de lá puto da vida e fui andando pra casa. Toda hora vinha da minha cabeça as palavras daquela piranha aidética maldita: “Você vai ver, é só uma questão de tempo e os sintomas vão aparecer, você vai ser inútil, ninguém mais vai te amar, vão só ter pena de você, você vai ser um peso vivo, pra todos que te rodeiam! Sabe por quê? Porque você não passa de um aidético!” 
Minha vontade era de te arrebentado ela antes dela morrer, ela me passou de propósito, mas isso é um bem feito pra mim, fui confiar logo nessa piranha, e eu não sei nem a quanto tempo que ela tem isso. 
Agora sim eu tava precisando de uma guerra aqui no Complexo, porque com a raiva que eu to, eu mataria todo mundo. Mas, perai, se eu não sabia a quanto tempo a Lohanna me passou isso, então provavelmente eu já tava com a Mariana, e... CARALHO! 
Não, mil vezes, não. 
Eu apressei o passo até chegar em casa, minha cabeça parecia que ia explodir, puta que pariu, tava doendo pra cacete. 
Eu entrei e a Mariana tava sentada no sofá com a...: 

— PAI! — a Ana Flávia disse e veio correndo na minha direção. 
— Princesa... — eu disse meio surpreso e abraçando ela — Que saudades de você! 
— É, a mamãe foi me visitar e me trouxe pra dormir aqui hoje! 
— Eu tô com um Xbox aí, vamos jogar? 
— Só se for o The sims. 
— Bora jogar GTA. 
— Ô Gaúcho, nada desses jogos pra minha filha! — a Mariana disse repreendendo 
— Você já conheceu seu quarto? — perguntei pra Ana Flávia 
— Aham.

— Vai lá, que o pai vai conversar com a sua mãe rápido e já vou lá também pra gente jogar. 
— Tá 
Ela disse e saiu correndo. Eu me sentei do lado da Mariana e parei as mãos abertas e juntas em frente ao rosto. 
— O que é isso, tá rezando? — a Mariana perguntou irônica 
— Eu sei que você tá puta da vida comigo pelo jeito que eu falei contigo, mas é porque hoje foi estressante. 
— O que houve de tão ruim? 
— A Lohanna foi lá na boca. 
— O que ela fez? — perguntou 
— Se eu tô assim, a culpa é dela, ela me passou essa droga de doença. 
Na hora que eu disse isso a Mariana arregalou os olhos: 
— Então ela também é soropositivo? 
— Era. 
— Você matou ela, né? 
— Eu fiz um favor pra ela, ela tava estranha, magra, sem cor. Provavelmente o HIV dela já tinha evoluído pra AIDS. 
— Eu não suportava ela, mas eu não desejo morte a ninguém. 
— Ela mereceu, ela me passou isso. 
— Porque você quis comer ela! Mas de qualquer forma, o que passou, passou...