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TFA.

Eu tentava me comunicar com a Malu, mas não dava. O Morro do Alemão já estava encoberto pelo A.D.A., agora era só pegar os outros fragmentos do Complexo e digamos que será digno.

— Já era, eles tomaram no cu, eles ficaram tão preocupados em pegar a Rocinha que enfraqueceram aqui, e se a gente quiser a gente ainda toma outro pedaço do Complexo ainda hoje, essa piranha é burra pra caralho, não sabe fazer um esquema descente. — o TK disse. 
— A Luísa, ela é assim, ela não faz uma média, ela aposta numa coisa só. 
— Não dou nem muito tempo, e a Rocinha volta pra nossas mãos. Já pensou Parte do Complexo e a Rocinha, tudo do A.D.A. 
— Cara, ela só fez isso tudo por causa do Gaúcho. E pra mandar a real, eu não duvido nada ela ter mandado tirarem o Gaúcho daqui do morro. 
— Se ela mandou isso agora, eu só lamento. 
— Por quê? 
— Porque o papai aqui, montou uma barricada, ninguém que não seja A.D.A. não entra. 
Eu ia falar mais alguma coisa, mas eu vi uma fumaça saindo de uma rua depois da nossa. 
— Que porra é essa? 
— Bora lá — o TK disse — Ow, borá — ele disse pros outros homens. 

Gaúcho.

Eu tava um pouco sonolento, quando eu senti que os filhos da puta tavam parando com o carro. Eu tava me sentindo fraco, mas era por causa do tiro, tava doendo pra caralho e a bala continuava lá. 
Eu me assustei quando eu ouvi mais tiros, e abriram a porta de trás: 

— Ih, avisa pro chefe que achamos o outro chefe! — um deles disse 
Eles me puxaram e me tiraram do carro: 
— Que chefe? — eu perguntei 
— O TK. — ele disse rápido — Ih, patrão tu tá baleado? 
— Tira essa bala da porra da minha perna. — eu disse 
— Índio, vai lá no carro e pega a enfermeira — ele disse pro outro cara — Perai chefe, que já tão vindo cuidar disso. 
— E a Mariana? 
— A gente ainda não tem notícia, os patrões tão tudo lá pra cima, o Morro do Alemão pertence ao A.D.A. agora, e mais pra frente o Complexo todo pertencerá. 
— Bom, bom — eu disse assentindo
Chegou uma mulher lá, parecia ter quase uns 30 anos, mais tava em ótimo estado, era impossível você olhar pra ela e não pensar “que puta de uma gostosa”. 
Eu sentei no carro e estiquei o máximo que pude a perna, ela fez todo processo pra retirara a bala, doeu pra caralho, mais que das outras vezes, porque eu já tava com o sangue frio. Frio, entre aspas porque meu sangue tava quente, fervendo, pulsando por vingança, eu queria matar a Luísa e eu ia matar aquela vadia! 
Quando acabou o sofrimento a mulher disse: 

— Te aconselho a não lutar, você tem que repousar. 
— Gracinha, eu só vou repousar, depois que eu tiver me vingado. 
— Esse é o chefe! — o outro lá disse 
Eu levantei com dor, mas fingi que não tava. 
— Passa um rádio pro TFA ou pro TK, eu quero a Mariana aqui do meu lado e viva. 

Se alguma coisa acontecesse com a Mariana, eu pirava. A gente tem uma filha e eu sou um doente, como eu ia cuidar da minha filha direito, se eu não tive nem responsabilidade comigo mesmo? 

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora