Dez horas antes do acidente

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Eu fiquei assustado.
Ele estava mais forte e estava de volta.

Eu não sabia como lutar contra ele. Eu não sabia de nada.

Continuei dirigindo o automóvel pela estrada vazia. A silhueta das serras e da mata podia-se ver na linha do horizonte. A noite extremamente estrelada iluminada por uma lua brilhante e cheia. Mas eu ignorei tudo aquilo uma vez que meus pensamentos gritavam apenas um nome.

Jeremy.

Eu não ousava mais dizer o que os fantasmas podiam ou não fazer, afinal o que de fato eu sabia sobre isso?
Eu estava em um jogo perigoso, contra um inimigo visivelmente mais forte do que eu, e eu nem mesmo sabia o que ele era.

Como lutar contra um fantasma?
Como lutar contra o que não se pode tocar, sentir, apenas ver?
Eu não tinha controle sobre nada. Mas ele tinha controle sobre tudo.
Não havia alternativa a não ser aprender na prática.
Não havia ninguém para me ajudar.
Era apenas eu.

As rodas do carro giravam em sua máxima velocidade, enquanto eu, um recém-habilitado, manobrava perigosamente o veiculo.

Eu iria vencer Jeremy Rily.
Eu iria deter Jeremy Rily.
Eu devia isso ao Ed e ao meu pai.

A imagem de Calebe me veio repentinamente a cabeça. Ele estava sozinho e distante. Se Jeremy o encontrasse antes de eu voltar, eu não poderia ajuda-lo, mas eu já estava longe demais para voltar, então precisava ser rápido.
Continuei o meu caminho.

-- Fique bem Calebe. – Desejei em voz baixa, implorando para que ele estivesse a salvo.


O Túmulo de Jeremy Rily (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora