fora da pista

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Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa o estrondar de ferragens se chocando tirou toda a minha atenção, meu corpo foi impulsionado para frente, mas o sinto de segurança impediu-me de bater contra o volante. Tentei segurar o volante quando o carro começou a sair da pista.
O que foi isso?

Automaticamente me virei para traz e vi o carro preto se aproximar rapidamente e com velocidade e mais uma vez outra batida. Ele estava tentando me tirar da pista? Quem poderia ser?

-- Catarina! – Sussurrei para mim mesmo ao pensar rapidamente.

Mantive o controle do veiculo enquanto o outro recuava alguns metros e depois vinha com tudo novamente, acelerei o máximo para tentar escapar.

Jeremy não estava mais ali, o que me deixou aliviado instantaneamente.
Eu precisava dar um jeito naquela situação, apesar de eu não conseguir pensar muito bem. A única coisa que eu conseguia fazer era acelerar, o que não ajudou muito, pois mais uma vez outra batida. O veiculo ziguezagueou pela pista e eu tentei não capotar. Antes de eu obter o controle novamente outra vez ele se chocou contra mim e eu saí da pista.

Minhas mãos apertavam o volante com força e de modo involuntário, eu torcia para não bater em nada, mas havia uma arvore a minha frente e bater foi inevitável.

A frente do meu carro estava destruída, eu me sentia tonto e enjoado, o sinto impediu que eu me machucasse apesar de sentir dor em algum lugar. Tossi ao tentar recuperar o folego que eu havia perdido já a algum tempo. O veiculo preto parou na estrada, mas não sai ninguém, parecia estar observando.

Eu o fitei por alguns segundos esperando Catarina surgir, mas não aconteceu. Que tipo de jogo doentio ela estava fazendo?

Tirei o sinto com certa dificuldade e sai do carro lentamente sentindo as pernas falharem por um pequeno instante. Apoie-me ao veiculo, que estava quente por causa do sol para não cair, mas logo recuperei a força a cintura para baixo.

Comecei a andar, mais lento do que eu queria, na direção do carro, se ela não viria ate mim, eu iria até ela.
Eu me perguntava se o melhor não era seguir a direção oposta e adentrar a floresta... Floresta? Onde estavam as plantações?

Só então notei que as lavouras já haviam sido deixadas para trás, ali as arvores cresciam de ambos os lados da rodovia e mais afrente havia uma ponte de concreto de cem metros de cumprimento ligando as margens de um enorme riu de agua escura.

O céu ainda estava limpo, com uma ou outra nuvem branca, podia-se se ouvir diversos pássaros cantando por toda parte, também havia o barulho de macacos, mas um ou outro apenas, deviam estar apenas assustados pela movimentação.

Meu corpo petrificou quando eu me dei conta de que no fundo eu ainda não estava preparado para enfrentar Catarina. eu já havia derrotado Otto e Odel, mas Catarina era diferente, ela, segundo Calebe era a mais forte e a mais esperta, consequentemente a mais perigosa. Eu realmente não estava preparado para esse encontro.
A simples ideia de ter de lidar com Caterina fez meu coração saltar, eu não conseguiria influencia-la, ela não permitiria. Eu estava machucado, amedrontado e ainda meio tonto por causa da batida.

Me apoiei nos joelhos tentando manter o equilíbrio, eu estava realmente mau.

Então ela iria me capturar ali?
Eu realmente não estava preparado para confronta-la, muito menos para ser levado por ela. Mas como eu iria resistir? Por um segundo pensei em Calebe e Kim, e no quanto eu fui um idiota em ter deixado eles para trás, mas logo esse pensamento foi destruído, quando eu falei para mim mesmo que agora eles estavam bem, preocupados, mas bem.

A porta do veiculo preto, que também estava danificado na frente, se abriu.
Me preparei para o pior. Como seria, uma coronhada na cabeça? Ela iria usar um feitiço para me apagar? Odete, que com certeza estava com ela, iria usar os poderes em mim?

O Túmulo de Jeremy Rily (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora