-- Voce acha seguro nós soltarmos eles? – Calebe perguntou.
-- Eu não sei.
Estávamos na cozinha. Calebe voltou para a sala quase uma hora depois que saiu. Ele já estava curado, mas ainda reclamava de dores. Eu também não estava muito bem, meu corpo doía por causa do banho violento.
Minhas roupas já secas, mas sujas. Eu precisava de um banho.Me sentia cansado. Esses últimos três dias estavam sendo mais agitados do que eu esperava. Viagens, acidentes, internação, perseguição, possessão, briga e um banho de chuva nada normal. O que faltava acontecer?
Quando tudo isso acabasse, se tudo isso acabasse bem, eu iria dormir por no mínimo um dois dias inteiros.Calebe desceu e se deparou com os policiais já calmos. Eles pareciam ter acreditado em tudo o que eu disse. O menor ainda questionava muito e parecia cético quanto a tudo, mas o maior estava com a cabeça aberta para as informações.
Fomos para a cozinha deixando os dois policiais algemados no sofá, eu ainda não sentia segurança em solta-los.
-- O que vamos fazer com eles?
-- Eu não sei Calebe.
-- Jimi nós não temos tempo para brincar. Se eles nos encontraram, Catarina pode chegar a qualquer momento.
Calebe tinha razão.
Assim que eu deixei o policial mais velho para trás não percebi que estava sendo seguido por um outro carro. Fui muito negligente ao não notar aqueles dois me seguindo por todo o caminho ate ali. Eles ficaram na espreita até ter certeza de que alguma coisa estava acontecendo. Disseram ter ficado curiosos com a minha fuga cheia de misaterios durante a perseguição, então decidiram esperar algo acontecer e quando viram Calebe sair pela porta de forma estranha Kim, o policial maior, disse que iriam aborda-lo ali mesmo, mas eu sai pela e então eles decidiram esperar o desenrolar da conversa. Ao notar a estranheza na voz de Calebe, disseram que acharam se tratar de uma brincadeira, mas quando a agua começou a se acumular no ar decidiram fazer alguma coisa. Foi quando atiraram em Calebe. Kim atirou em Calebe.
-- Você tem razão Calebe. – Falei enfim. – Não podemos ficar muito mais tempo aqui. Acho melhor irmos o quanto antes, depois do que houve com você eu quero me livrar do Jeremy.
Ele assentiu.
-- Você esta realmente bem? – Perguntei olhando para o seu ombro.
-- Sim, eu estou, já disse. – Ele ainda estava impaciente, a ideia de ter dois policiais sentados no sofá da sala não o deixava nem um pouco animado.
-- Você poderia se acalmar, por favor? –falei pegando uma jarra de suco na geladeira.-- Eu estou calmo. – Veio em minha direção e tirou a jarra da minha mão, depois pegou um copo.
Apertei os olhos para Calebe irritado pela forma que ele tirou a jarra de mim. Ele percebeu o meu olhar.
-- O que foi?
Meneei a cabeça deixando um suspiro escapar então peguei de volta a jarra e um copo.
-- Nada Calebe. Não foi nada.
-- Vamos parar com esse estresse todo, certo?Assenti irritado.
Ele se sentou a mesa .
-- E então, o que vamos fazer com eles?
E novamente o assunto que nos levou aquele auto nível de irritação um com o outro.
-- Não podemos mantê-los presos pra sempre.
-- Não podemos correr o risco de sermos presos.
-- Qual a sua ideia?
-- Não deve ser muito difícil cavar duas covas. – Ele falou parecendo ser sincero.
Calebe realmente estava com planos de matar Kim e Theodor?
-- Você não esta falando serio, certo?
-- Por que não? – Falou como se fosse a coisa mais normal.
-- Eles são pessoas, não podemos mata-los. – Falei com a voz um pouco alterada.
-- Você já fez isso antes, com Odel, não é muito diferente. – O argumento me acertou como um soco. Ele tinha que jogar na minha cara que eu era um assassino?
-- Não. – Falei andando de um lado para o outro da cozinha. – Com Odel foi completamente diferente, ela iria me matar.
-- E o que te faz pensar que o plano deles é diferente?
-- Calebe!
-- O que? – Ele arregalou os olhos como se não tivesse sendo um grande idiota.
-- Não vamos matar Kim e Theodor.
-- Agora eles tem nomes? – Falou incrédulo insinuando algum tipo de vinculo entre mim e os dois policiais.
-- Calebe! – Falei extremamente irritado. Ele realmente estava de plano matar os dois. Eu não iria fazer isso.
Eu não sou um assassino.
-- Para com isso, tá legal? – Continuei. – Nós não vamos matar ninguém.
-- Ok, ok! – Ele levantou as mãos como ato de rendição. – Não esta mais aqui quem falou.-- Que ideia mais idiota. – Reclamei.
Ele riu.
-- Desculpa, é que... Eu estou nervoso e preocupado.
-- Vamos dar um jeito.
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O Túmulo de Jeremy Rily (Livro 2)
Mysterie / ThrillerHá duas crianças sentadas sobre o gramado em uma tarde de sol. São idênticos, a não ser os olhos. Ambos têm três anos e meio. Ambos possuem cabelos loiros e pele clara. Estão usando as mesmas roupas, um macacão jeans e camisa amarela. O de olhos azu...