Capítulo 6

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Já fazia alguns dias que as crianças estavam morando na casa Raio de Luz

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Já fazia alguns dias que as crianças estavam morando na casa Raio de Luz. Era um lugar bom, que tinha comidas deliciosas e dormida quentinha, Clarissa e Nataly brincavam de mãe e filha quase o tempo todo. As crianças iam ao culto no sábado à tarde e no domingo pela manhã recebiam estudo bíblico no quintal da casa.

Os irmãos estavam resolvendo o registro de todas as crianças, pelo que se ouviu falar a única que nunca havia sido registrada era Nataly, essa passou uns dias triste, pois Clarissa estava resolvendo algo de uma viagem que iria fazer quando Philipe trouxesse notícias da amiga que havia estado em perigo e doente.

Para alegrar a menina, Clarissa deu a única boneca que possuiu na infância, essa não saia mais do quarto brincando com a boneca, só não a levou para o culto pois inventaram que ela precisava cuidar da casa na ausência deles. Todos estavam ansiosos para estudar, saber como é ler e poder escrever cartas. Mesmo com tudo novo que vivíam, a menina não era tão feliz, dizia que sentia falta de Philipe e que Clarissa também, ela gostaria de poder vê-lo novamente. Havia algo de mistério nele que a atraía.

Ela estava voltando do quintal quando ouviu uma conversa...

- Pois é pastor eu já fui várias vezes lá e eles não localizaram nenhum documento dela. As outras crianças já foram localizadas nos registros e estão nos mandando, mas de Nataly não tem nada é como se ela não existisse. - Era um dos irmãos da igreja explicando para Clarissa e o pastor.

- Mas essa criança não pode ficar sem registro. - disse o pastor levantando e andando pela cozinha.

- E se a agente for no juiz para adotar ela? Será que poderia? - pergunta Clarissa ao pastor.

- Não sei como será o processo, mas saiba que já adotei Beatriz e Miguel não me será permitido outra criança com a renda que tenho.

- Irmão João, podemos fazer algo? - indaga o pastor.

- Pastor é um caso difícil, o orfanato que ela foi deixada ainda bebê não existe mais e por estar fechado os documentos foram para o fórum, só que tem todas as crianças menos um registro de uma bebezinha da idade de Nataly. - o irmão dizia.

Nataly saiu dali correndo com os olhos marejados, agarrada a sua boneca inseparável e passou voando por Ryan que se preocupou e deixou o que estava fazendo e foi atrás da pequena, ele a chamava e ela não parava, fingia que não o ouvia.

Eu não posso acreditar que eu não tenho nome e não existo. - ela estava triste. Olhou para Chiquita boneca e disse:

- Somos iguais, sem mãe e pai e adotada por quem eles decidir que pode cuidar. Não vou deixar tirar você de mim Chiquita e nem mudar seu nome, já que o meu vai ser mudado ou vou deixar de existir.

- Naty. - disse Ryan mais uma vez e ela o olhou com os olhos molhados, voltou-se totalmente para ele e o abraçou, ele não pode falar nada o orgulho do menino o impedia, caso falasse iria chorar.

Continuaram caminhando até chegar no riacho, era calmo ficar ali sentado olhando para a água, sempre faziam isso e Ryan achou que fosse o melhor para ela naquele momento.

- Posso saber onde que as duas mocinhas iam sozinhas? - perguntou após um tempo de silêncio.

- Estamos pensando Ryan. - disse ainda de cabeça baixa ele a conhecia sabia que chorava baixinho.

- Eu sei sobre o que pensa, também ouvi a tal conversa do pastor e do irmão.

- Ficar triste aqui no riacho é bom. - ela desconversa um pouco. - Descobri que eu não existo. - disse voltando a chorar.

- Se não existisse eu não teria que correr para lhe alcançar e não estava aqui do meu lado.

- Mamãe está com o pastor e outro homem falando que um documento chamado restrito não foi localizado e era como se eu não existisse.

- Nataly, é registro, nesse documento está o dia e a hora que você nasceu, assim como o lugar e o nome dos pais.

- Pois eu não tenho nada disso.

- Mas não fique triste, eles vão resolver, você já é filha de Clarissa e agora vai ser no papel também, isso que não encontraram é só um papel, não quer dizer quem você é realmente. Olha, eu estava pescando e encontrei um colar quer dar de presente a Clarissa?

- Não, pode dar. Ela vai me levar para o juiz pedindo para eu ser adotada?

- Eu sempre estarei com você Naty, não vou deixar você ser adotada sem mim. Nem que para isso nós dois tenhamos que fugir.

- Três. - disse olhando o riacho.

- Três? - perguntou ele.

- Chiquita, eu não vou deixar ela nas mãos de ninguém, quem a entenderia como eu?

Ele sorriu da situação e pegou em sua mão lhe guiando para casa, resolveu cantar uma canção que aprendeu na outra cidade para distrair ela.

"Cristo Jesus é fiel amigo, Ele só, Ele só..."

Os dois eram muito próximos e ele sentia como se ela fosse sua irmã verdadeira, gostaria de sempre estar perto dela e poder lhe proteger. Orou a Deus naquele momento para que isso se tornasse realidade.

- O que fará quando aprender a ler Ryan?

- Irei ler para você até você poder aprender também e então vamos trocar cartas que acha?

- Ótima ideia.

Ao chegar na casa todos os adultos tinham ido ao culto e quem tomava conta deles era Jady, ela lhes dava comida, contava uma história e íam dormir. Nessa noite Nataly não quis dormir no quarto dela e foi para o quarto de Jady, ela disse que iria evitar ver Clarissa, porque a lembrava que ela estava tentando se livrar dela arrumando quem a adotasse. Ouviu quando chegaram da igreja e conversavam animados na varanda e descobriu que Philipe havia chegado mas ia levar Clarissa com ele e pelo que entenderam ia ter um casamento da amiga dela.

 Ouviu quando chegaram da igreja e conversavam animados na varanda e descobriu que Philipe havia chegado mas ia levar Clarissa com ele e pelo que entenderam ia ter um casamento da amiga dela

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