Capítulo 14

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Quando acordei no dia seguinte, minha tia e Ryan já estavam tomando desjejum, não havia dormido bem, tive mais um dos muitos pesadelos que me atormentam desde de criança

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Quando acordei no dia seguinte, minha tia e Ryan já estavam tomando desjejum, não havia dormido bem, tive mais um dos muitos pesadelos que me atormentam desde de criança.

- Bom dia, mocinha. - diz titia.

- Bom dia tia, bom dia Ryan. Como passou a noite? - perguntei já me sentando.

- Bom dia, eu dormi feito uma pedra. Só deu tempo de comer.

Rimos do jeito dele, meu irmão tinha isso de bom, ele era uma pessoa muito positiva, ao contrário de mim que sempre tinha o péssimo hábito de me sentir inferior.

- Como vai ser o dia de vocês hoje? - pergunta minha tia. Eu olho para Ryan querendo que ele responda primeiro.

- Bom tia Karla eu vou só na capitania deixar o ofício e saber quando começo a trabalhar. Depois queria ficar com vocês se for possível.

- Por mim tudo bem, vou na costureira, mas venho logo e à noite penso em darmos uma volta na cidade, faz tempo que não ando por lá a noite.

- Maravilha, tia. Precisará de mim para ir na costureira? - perguntei.

- Não, eu quero que vá com Ryan, não poderemos correr o risco dele se perder por aí.

Eu ri do jeito que ela falou como se ele fosse uma criancinha.

- Tudo bem, tia. - disse e terminei meu café.

Subi após o café para me aprontar e ir com Ryan na capitania. Tia tinha deixado ordens para que usássemos a carruagem. Eu sei que nós tínhamos muito o que conversar e seria um momento perfeito.

- Fui ao seu quarto ontem, já estava dormindo. - disse entrando na carruagem.

- Então tenho que lembrar de trancar a porta. - ele diz rindo.

- Não se preocupe, não ia lhe matar, só saber as novidades mesmo.

- O seu pai e sua mãe lhe mandaram cartas e presentes, Davi cada dia mais esperto, não sei como uma criança de seis anos sabe tanta coisa como ele.

- Sinto falta deles. - baixei a cabeça ao falar.

- Não precisava ter vindo, foi você quem quis assim. - ele disse olhando para mim.

- Eu sei Ryan, mas aqui eu sou mais feliz, entende?

- Se não fosse feliz com uma tia daquela e comidas como as que provei hoje, não sei o que seria felicidade para você.

- Mas me conta como estão as coisas por lá.

- Bom, tivemos uma ameaça de guerra, eu até tive que ir para a escola de campo me preparar fisicamente para uma provável guerra, porém não precisou guerrear, a ameaça foi controlada rapidamente.

- Nossa, imagina se tivesse que ir para a guerra. - disse horrorizada.

- Não teria problemas nenhum, estou sendo treinado para isso Naty. Um dia vou precisar ser o soldado que o rei espera de mim.

- Ele tem o coração tão bom.

- Os três tem, o pequeno Davi me surpreende na bondade. - Mas me conta, como estão as coisas aqui?

- Aqui é ótimo, minha tia você viu como é, ela é doce e amável o tempo todo. Fico pasma como a sociedade a desprezou por rejeitar a coroa, perderam uma pessoa maravilhosa. Tenho três amigos Gui, Rebeca e Dalila.

- Gui? Ele já chegou?

- Você o conhece? Sim ele chegou, mas talvez seja um outro Gui não?

- Duvida que eu seja o melhor amigo de um príncipe?

- Então você sabe?

- Sei que ele quer ficar em segredo aqui né?

- Isso mesmo. - eu estava pasma.

- Ele é gente fina, nós frequentamos a mesma igreja e nos tornamos amigos, eu também conheço Rebecca, mas ela é um pouco tímida então não nos falamos muito não.

- Eu amo eles, então falta você conhecer só a Dalila.

- Isso mesmo, que pela sua cara deve ser bem sapeca.

Nós rimos e ficamos conversando sobre o castelo ele me contando como tava tudo eu fazia muitas perguntas a ele até que ele tocou num assunto que eu não queria tocar.

- E aí vai debutar no próximo ano?

Debutar era apresentar as jovens de quinze anos na sociedade, lançando elas para que fossem cortejadas, de acordo com a classe social que a jovem estaria e no meu caso eu não sei como seria e era um assunto que me dava medo.

- Não sei. - foi só o que eu disse.

- Ouvi a rainha dizer que já pensou no modelo do seu vestido.

- Ela não precisava se preocupar com isso.

- Não seja amarga Naty, Clarissa não tem culpa que você não nasceu da barriga dela, aliás, eles dois sempre fizeram tudo de bom para você, deveria ser mais grata.

- Não estou sendo ingrata, só quis dizer que ela não sabe como será para imaginar vestidos.

- Toda mãe que tem uma filha linda como você imagina o vestido do primeiro baile e o de casamento.

- Desculpa, é que parece que aqui vai ter alguns bailes com a chegada de Gui e isso me deixa nervosa, sair para o centro, um chá o sarau com titia não é como ir a um baile, lá eu estarei exposta diante dessa sociedade mesquinha que infelizmente meus pais adotivos fazem parte.

- Por isso estou aqui, para lhe proteger.

- Obrigada, eu estou feliz que está aqui.

Ficamos calados um pouco do percurso e eu pensava na hipótese de eu ter que debutar e ser humilhada, um dos meus pesadelos é justamente esse, que na hora que eu era apresentada na sociedade, me jogavam ovos e verduras podres e diziam a palavra que ouvi minha vida toda enquanto estava no palácio, bastarda.

- Ficou pensativa. - diz ele me ajudando a descer.

- Não foi nada, só saudades de mamãe e todos lá.

- Então volte, eu vou com você.

- De jeito nenhum, para ouvir tudo que ouvi quando era criança? Ryan, aqui eu sou apenas Nataly e não ouço ninguém me chamar de bastarda.

- Ninguém sabe que você é uma princesa. - ele diz sério. - Não poderá fugir da realidade Naty, não para sempre.

- Estarei na livraria lhe esperando, quero ver se chegou o livro Orgulho e preconceito.

- Tudo bem, não me demoro.

Fiquei olhando ele entrar na capitania, ele havia se tornado um belo rapaz, com certeza as meninas iam ficar loucas por ele. Meu pai foi sábio, encaminhou ele de forma que um dia quem sabe seja um duque ou conde. Entro na livraria e me deparo com uma jovem na vitrine olhando para o livro que vim procurar, ela ao me ver se retira rápido me fazendo achar estranho o jeito dela.

 Entro na livraria e me deparo com uma jovem na vitrine olhando para o livro que vim procurar, ela ao me ver se retira rápido me fazendo achar estranho o jeito dela

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