Livro 5
Uma menina órfã que é adotada pela família real e descobre que ser da realeza nem sempre tudo é flores, decide se afastar do castelo para viver na fazenda onde sua tia morou e essa viagem faz com que ela encontre o verdadeiro amor.
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Sem sombra de dúvidas o rei Augustus era uma caixinha de surpresas, fomos para a sala esperar os fatos desenrolarem, quando o imperador saiu da sala do trono acompanhado por Ryan e Guilherme, estava com eles uma das criadas do palácio e a jovem que vi lá embaixo, ela estava com um semblante ruim e parecia aparentemente em choque. O imperador ordenou que a levassem em um quarto e que uma criada lhe desse um banho e a mantivesse aquecida.
O rei Augustus estava preso e os meninos estavam bem, apesar da cara de Guilherme não está boa. Minha vontade era ir até ele e o abraçar, mas com meu pai e o imperador na sala eu não poderia, me limitei lhe olhar tentando passar conforto.
- Chamem todos os criados maiores de trinta anos a minha presença agora mesmo. - disse o imperador que aparentemente estava irado.
Após todos os empregados já estarem na sala ele andava de um lado para o outro quase soltando fumaça pelas narinas.
- Podem me dizer o que aquela moça fazia tão fraca e assustada no meio de vocês? - indagou ele.
Na minha cabeça se passou coisas terríveis, que ela tinha sido sequestrada ou para deleite dele ou para ser vendida junto com os meninos.
- Estou esperando uma resposta. - disse ele parando na frente do mordomo. - Se não disserem se verão comigo. Quero que saibam que o senhor de vocês vai apodrecer na cadeia com a inúmera lista de pecados que consegui anotar só hoje.
- Alteza ela é a princesa Heloísa. - disse uma senhora já um pouco velha.
- Sente aqui senhora, conte-me tudo que sabe. - disse o imperador baixando o tom de voz.
- Ela é irmã gêmea do príncipe Guilherme. Na noite que eles nasceram a mãe morreu de complicações de parto pois o menino Guilherme estava laçado e como eram gêmeos ela se esforçou muito, o que acabou lhe fazendo perder muito sangue. Lembro-me como hoje quando a menina nasceu primeiro que Guilherme e o pai ficou enfurecido pois queria um herdeiro homem para sentar no trono. Ao descobrir que Guilherme também nasceu e a mãe morreu, então ele mandou jogar a menina e conseguir uma mãe de leite para o menino. Levou o menino daqui ainda pequeno e nunca mais permitiu que ele voltasse. Eu criei a menina como sendo minha pois na época meu Samuel estava mamando ainda e cuidei dela com amor. Não lhe ensinei a ler ou essas coisas que nobre aprende, pois ela estava destinada a ser uma criada e não poderia correr o risco dele descobrir que eu ajudava ela.
A mulher para de falar olhando para nós e chora um pouco. Dei meu copo de água para ela e ela me sorriu.
- Continue senhora, por favor. - disse papai.
- Um dia ele estava bêbado e me perguntou onde joguei a menina pois queria ter certeza que ela não vivia mais. Eu menti senhores, para proteger essa pobre menina eu menti para ele e então no dia que ele viu ela pela primeira vez após estar grande, viu a semelhança entre ela e a mãe. Agarrou nos braços dela com força e gritava muito, a jogando no porão e quando meu filho foi tentar ajudar ela ele - novamente ela para chorando muito.
- Ele o matou? - perguntei fazendo ela confirmar.
- Minha nossa esse homem é um louco. - disse o imperador.
- Ele nos trancou no porão um bom tempo e quando descobriu que Guilherme veio para cá a uns meses e perguntava aos outros pela dama de companhia da mãe, ele mandou me soltar e nos mantinha sob ameaça constante, minha menina vive assim muda sem dizer uma palavra desde então.
- Também pudera, quanta coisa essa pobre presenciou. - disse o imperador César
Eu estava de boca aberta, não sabia o que pensar, seria possível alguém ser tão ruim assim?
- Obrigada senhora, podem se retirar todos e de agora em diante até Guilherme atingir maior idade eu serei o senhor desta casa. - disse ele despedindo as pessoas.
- César, o outro jovem é meu protegido, eu o criei desde pequeno, posso levar ele comigo?
- Claro que sim Philipe. Vou tentar ver aqui o que fazer daqui em diante.
Nós subimos as escadas com cuidado a parte de cima estava muito tumultuada era um entra e sai de empregados nos quartos. Passamos pela porta do quarto onde Heloísa estava e pude ver com a porta entreaberta ela sentada encostada ao espelho da cama parecendo uma boneca, nossa que moça linda era ela. E Guilherme não é mais só no mundo tem uma irmã com ele agora.
- Filha, melhor ficar aqui no corredor, vou só falar com César e vamos embora.
- Sim pai, tudo bem. Mande um abraço meu a ele.
Meu pai entrou me deixando ali no corredor vendo os empregados se movimentarem, eu sabia que era uma noite difícil e sabia que não deveria, mas eu entrei no quarto de Guilherme. Ao chegar lá ele estava de bruços na cama sendo medicado por uma enfermeira.
- Gui. - disse um pouco baixo.
- Naty, estou nu. - Ele disse me fazendo rir.
- Está coberto.
- Obrigada, você se arriscou por nós.
- Faria tudo de novo. Amanhã conversaremos sim? - disse saindo para esperar meu pai no corredor.
- Vamos filha, hoje foi uma noite em tanto.
Fomos em direção a nossa casa em total silêncio, tudo que foi passado hoje por nós era muito forte. Papai seguiu direto para o quarto e eu fiquei na sala contando tudo que aconteceu para a tia Karla.
- Filha, você é mais corajosa do que eu pensei.
- Tia Karla, na hora eu não consegui raciocinar. Mas senti muito medo quando ele me tocou e me lambeu. Eca. - disse me lembrando da hora.
- Vamos subir, vou lhe dar um banho e amanhã se sentirá melhor.
- Pode dormir comigo hoje? - perguntei fazendo um bico.
- Posso minha pequena.
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