Capítulo 9

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Eu ainda estava só, meus pais ainda não haviam voltado

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Eu ainda estava só, meus pais ainda não haviam voltado. Meus dias haviam sido transformados em rotinas tristes, eu não conseguia me divertir com o fato de ter um pai e uma mãe, pois pensava que graça tinha um pai que não aparece?

Com muito custo consegui ser liberada para os jardins, fui com a tesoura colher flores para fazer um buquê, quando sinto um homem me olhando e sorrindo. Não sabia como agir, então peguei as flores e voltei para dentro da casa que nesse momento só tinha dona Florzinha e Marcos.

- Voltou cedo princesa. - disse ele me olhando colocar as flores no jarro.

Olhei pela janela e o homem não estava ali. Decidi que poderia ter sido impressão minha, alguém que passou e quis me cumprimentar. Mas eu não gostei da cara dele não.

- Eu não estava com vontade de ficar no jardim. - disse olhando pela janela.

- Quer me ajudar a contar os ovos de Josefina?

- Quero sim. Marcos, me diga se veio alguém diferente comprar ovos ou leite?

- Não. Porque?

- Nada não, tive a impressão de ter visto um homem saindo daqui.

- Ficou com medo? Acha que está vendo fantasma?

- Não brinca com isso, sabe que tem gente que tem cara feia, eu tenho medo só isso.

- Eu sei, mas tá tudo bem viu? Vamos logo antes que Josefina comece a colocar mais ovos e a gente passe o dia lá contando.

Marcos era legal demais e eu gostava de ajudar ele, quando a tutora não estava em casa eu me aproveitava para ser eu mesma. Voltei com uma cesta cheia de ovos para colocar na cozinha.

- Dona Florzinha deixa eu ajudar? - pedi olhando ela descascar verduras.

- Oh menina não dá, tenho medo do príncipe ver suas mãos marcadas e ralhar comigo.

- Sabe dona Florzinha, eu gostava mais quando ninguém sabia que ele era príncipe e que minha mãe não ia virar rainha.

- Eu sei, está tudo muito mudado para você, mas tem que se acostumar. Deus quis assim e quem somos nós para mudar?

- As crianças vão à escola, brincam na colina, ajudam a tirar leite, fazem serviços na fazenda e eu trancada na biblioteca estudando. Não tem graça ser princesa.

Levantei e subi para meu quarto. Após o casamento de Clarissa eu fiquei dormindo no quarto que era dela. Não mudei nada, só queria me sentir perto dela de novo. Eu ainda podia sentir o cheiro dela no travesseiro e isso me ajudava a lembrar como era bom.

De uns tempos para cá Thiago havia se tornado um grande bobo. Ficava me assustando ou me chamando de patricinha. Ele sabia de onde eu vinha, sabia que ele tinha pai e mãe verdadeiro e eu não, só não entendia porque ele me maltratava assim.

Certa tarde estava eu revisando alemão quando ele chega na minha frente e diz:

- Órfã duas vezes você é. Foi jogada fora e depois abandonada pela realeza. Caia na real, ninguém quer uma menina sem sal como você.

Denise ralhou com ele, mas ele ainda me fez uma cara feia e saiu sem dizer nada para ela.

- Se quiser pode parar por hoje. - ela me disse.

Eu agradeci mentalmente, pois estava triste e queria chorar. Fui para meu quarto, contei tudo à Chiquita e chorei tudo que consegui. Acho que adormeci chorando. Acordei no outro dia com Ryan me chamando na porta do quarto.

- Entre. - disse me levantando.

- Clarissa mandou um telegrama que está voltando. - ele disse bem ligeiro entrando no quarto e abrindo as janelas.

- Verdade? - perguntei esfregando meus olhos.

- Acorde Naty, todos vão arrumar a casa para esperar eles. Acho que vão lhe levar embora. - ele diz se aproximando de mim.

- Não quero ficar longe. - digo sentando na poltrona e fazendo um gesto para ele sentar também.

- Não quero que vá. Nataly, eu conheci meus pais, eles trabalhavam para um duque e eu nasci dentro da casa do duque. Mas o duque morreu e não tinha herdeiros, ninguém poderia ficar com o que foi dele, então meus pais ficaram desempregados e não tínhamos casa para morar. Só que minha mãe estava grávida e a gravidez ficou complicada então no dia que minha irmã nasceu morta minha mãe também morreu. E você perto de mim é como se eu estivesse com minha verdadeira irmã.

- Nossa Ryan, eu não sabia.

- Meu pai ficou bebendo muito e fomos expulsos das terras do duque. Ele me deixou no orfanato e nunca mais apareceu. Minha mãe dizia que se fosse menino seria Ramon, mas se fosse menina seria Nataly pois era o nome da mãe do duque onde ela trabalhou.

- Meu nome?

- Sim, quando eu a achei na porta do orfanato, eu soube que era uma menina e como não tinha registro, você era só uma bebê chorona, lhe dei o nome da minha irmã, pois pensei Deus me tirou uma irmã e me deu essa aqui.

- Eu sinto como se você fosse meu irmão também.

- Todo mundo aceitou eu te chamar de Nataly, daqui a pouco todos chamavam.

- Qual era sua idade na época?

- Acho que uns quatro anos. Sei não. Vá se arrumar e vamos comer hoje tem salada de frutas feita por Jady.

Ele saiu me deixando só, não percebi que havia uma ligação diferente entre nós até saber dessa história, eu precisava fazer algo para ele conseguir ir conosco e decidida a tentar fui me arrumar feliz como fazia muitos dias que não me sentia. Desci e decidi colher flores para alegrar a casa.

Eu estava entretida colhendo as flores para os jarros da casa quando vejo o homem estranho novamente. Ele ficava me olhando de uma maneira que me dava medo. Decidi que as que tinha na mão estavam boas e entrei. Eu ia dizer a Marcos mas a casa se tornou um alvoroço, pois ouvimos barulho de carruagem chegando.

 Eu ia dizer a Marcos mas a casa se tornou um alvoroço, pois ouvimos barulho de carruagem chegando

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