Capítulo 2

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Após alguns dias depois que Jady havia sido demitida da lanchonete, as crianças decidiram ir para a estação de trem, e de lá seguiram viagem a outra cidade, Nataly não sabia ao certo porque tinham ido viajar, mas estava encantada pelo passeio de t...

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Após alguns dias depois que Jady havia sido demitida da lanchonete, as crianças decidiram ir para a estação de trem, e de lá seguiram viagem a outra cidade, Nataly não sabia ao certo porque tinham ido viajar, mas estava encantada pelo passeio de trem, viajaram escondidos em um dos vagões de bagagens.

Estavam passeando entre os vagões e entraram em um que estava carregado de comida, Paul (uma das crianças) sabia que teria comida nesse vagão, ouviu um comentário na estação.

Comeram muito nesse dia, e nos divertimos pulando do trem. Ryan segurou firme a mãozinha de Nataly para ela não ter medo de pular e quando rolaram pela grama até lá embaixo ouviram ela pedir para fazer de novo.

- Existe um orfanato nessa cidade, eu vivi lá um tempo. – Jady fala puxando seus companheiros para irem procurar o lugar.

Quando chegamos no orfanato, estava tudo em ruínas, fechado e aparentemente fazia muito tempo que havia sido abandonado. Jady ia com Paul e Thiago ver onde poderiam ficar dormindo pois nessa nova cidade não conheciam ninguém nem os lugares seguros então deixou Ryan ali com os menores. Como Beatriz queria brincar, foram para os fundos do orfanato e viram uns brinquedos por lá. Ryan ficou observando as crianças correr e pular e pensou que ali eles poderiam ser felizes.

- Estou com fome. - Nataly diz com uma carinha suada de tanto correr com os outros.

- Oh minha princesinha não posso fazer nada agora, deixe Jady voltar e ver o que conseguiram. - Disse e a deixou sentadinha no batente da entrada da casa e foi ajudar Beatriz a balançar.

De onde estava ele vê um homem se aproximar de Nataly e preocupado com ela pediu que os outros continuem a brincar e se aproximou para ouvir o que diz a pequena ao estranho.

- Olá garotinha, o que faz aqui sozinha? - Disse um homem com uma enxada na mão.

Ryan achou que dava medo deixar ele só com a pequena, devido não o conhecer, mas como era um senhor de idade, deixou ele falar com ela e continuou escondido com um pedaço de pau na mão, sabia que de onde ele estava não via as outras e nem ele que estava escondido.

- Sou Nataly, meus irmãos estão brincando ali. - Aponta para o quintal.

- Não quis brincar?

- Não. Estou com tanta fome que não consigo mais brincar. - Ela diz sorrindo.

- Vá chamar seus irmãos e vamos comer na minha casa que fica ali na frente, essa hora deve estar saindo bolo quentinho do forno.

A garotinha arregalou os olhos para ele e Ryan decidiu que era hora de aparecer. Ninguém oferece comida assim do nada, não a eles que eram crianças de rua. A proposta por mais tentadora que fosse ele achava que não era verdade.

- Boa tarde senhor, no momento sou o irmão mais velho de Nataly, o que deseja?

- Prazer meu jovem, eu sou o pastor Flávio e convidei todos seus irmãos a comer bolo na minha casa, moro ali na frente. - Aponta para uma casa bem aconchegante.

- Meu nome é Ryan, somos oito, na verdade não somos irmãos de sangue a não ser Miguel e Beatriz. Morávamos em um orfanato que fechou e viemos aqui ver se esse tinha vaga, mas...

- Fechou também. - Nataly completou com olhos brilhantes.

- Onde estão os outros?

- Jady é a mais velha de nós e foi com os outros ver lugares que poderíamos usar para dormir.

- Vamos lá para casa e quando os outros vier vamos combinar lugares para vocês dormirem.

Nesse momento Beatriz começa a tossir e todos olham para ela.

- Minha nossa a febre voltou. - disse Ryan.

- Venham crianças, aqui costuma esfriar nessas horas e pode ser pior para ela.

Foram para a casa do bom homem, dava gosto ver a alegria que a esposa dele ficou ao ver as crianças acompanhadas de seu marido. Pegaram Beatriz e a colocaram em uma cama, deram remédio e tudo isso sob a supervisão dos outros. Após cuidarem dela, reuniram os outros três na mesa e os alimentou. O bolo ainda estava morninho e tinha biscoitos, pães e suco. Após se alimentar Ryan foi com o homem encontrar Jady e os mais velhos, todos vieram para a casa onde Beatriz ardia de febre numa cama, era tudo muito cheiroso e aconchegante, mas eles sabiam que não era um lar para eles ainda.

Quando anoiteceu, dormiram na casa em camas improvisadas no chão da sala. Nataly que só tinha quatro anos deitou na cama com Beatriz e mesmo o casal bondoso foram dormir no chão, chamando a atenção das crianças para algo que nunca lhes ocorreu que foi alguém ser bondoso com eles.

- Jady? - Nataly perguntou para ver se ela ainda estava acordada.

- Oi Naty, vá dormir. - Disse ela baixinho.

- Eu quero morar nessa cidade, nunca ninguém deu comida assim para mim e nem um lençol tão cheiroso.

- Naty, mas não vamos poder morar com ele, somos muitas bocas e eles não têm condições de nos acomodar.

- Eu sei, mas será que ele deixa eu levar um lençol?

- Não sei meu amor, mas vamos ver como será amanhã certo? Só não se encha de esperança, caso ele diga não você irá sofrer.

- Foi Deus quem os enviou?

– Beatriz pergunta.

- Não, foi uma boa coincidência. – Jady e Nataly não criam em Deus, para ela era difícil pensar que Deus deixaria as crianças sofrer, Ryan era quase o único que acreditava no ser Divino.

- Boa noite.

- Boa noite princesinhas.

- Boa noite princesinhas

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