Encontrando o amor de Deus

Capítulo 13

Com a chegada de Gui minha rotina tinha mudado e minha tia estava toda animada, ela dizia que agora estou sendo o que ela sempre sonhou. Vou tentar relatar apenas por alto um dos meus dias perto de Gui.

Pela manhã eu sempre tiro para ficar com a tia Karla, ela gosta de preparar remédios caseiros e passa muitas horas no laboratório dela, depois os remédios são doados para a farmácia que não será vendido e sim dados para quem não pode pagar. Resumindo, eu estou amando fazer remédios e já sei até a fórmula de alguns.

Sempre após o almoço ou até mesmo antes dele Gui chega em nossa casa, minha tia se derrete por ele, se desfaz em elogios. Duas tardes na semana temos o clube que até hoje participo. Se não tiver reunião no clube fico com Gui fazendo bagunça ou vamos visitar Dalila, essa é uma das amigas que fiz aqui e está toda caidinha por Gui que não lhe corresponde. Dalila é uma moça meiga e bonita, dona de um sorriso sincero e lindos cabelos pretos. É filha de um conde e não tem mãe pois a mesma morreu quando ela nasceu. É aquele tipo de pessoa que contagia por onde passa.

- Estou ansiosa, amanhã meu irmão chega. - falei olhando para Gui que corria atrás de Rebeca. Já Rebeca é filha do Capitão da Guarda Real, nós duas temos a mesma idade e ela foi criada como uma princesa, pois os pais dela e o de Gui são muito amigos, isso explica eles parecerem duas crianças correndo um atrás do outro, como foram criados juntos vivem como irmãos. E Gui não foi para o palácio, ficou na casa dela e a sociedade pensa que é um primo distante.

- Ele é bonito? - indaga Dalila voltando atenção para Gui.

- Bom não sei, para mim é normal, mas você não ama Gui?

- Não amo nada, meu coração é do primeiro que me der uma flor seguida de um beijo. Na verdade esse é meu sonho, que meu amor faça isso por mim. - ela ri e me faz rir também.

Continuamos conversando sobre outras coisas e as duas crianças crescidas continuaram correndo. Gostei de conhecer as meninas mesmo as vezes eu achando que elas vivem no mundo da lua.

Decidimos ir tomar chá com a tia Karla, o bom era que todo mundo gostava de estar com minha tia e eu amava isso, pois ela não ficava só.

Gui havia se convertido antes de chegar aqui e ficava horas conversando com minha tia e Rebeca sobre a Bíblia, eu e Dalila só ouvia e anuia a cabeça parecendo que participava.

- Quando Ryan chega? - pergunta minha tia olhando para Gui que estava todo sujo de sorvete com calda.

- Acho que pela manhã, não sei se vai primeiro no trabalho, não sei dizer. Gui tenha modos limpe seu rosto. - falei rindo da cara dele.

- Seria bom ele vir descansar um pouco. - disse minha tia tomando seu chá.

- Nós não o deixaríamos dormir tia. - diz Dalila.

- Verdade, acredito que esses três vão encher meu irmão de perguntas. - digo sendo sincera.

- Não são bem perguntas, só queria saber seus podres. - diz Gui.

- Não tenho podres, sou uma dama. - falo mostrando a língua para ele.

- Isso são modos de uma dama? - pergunta titia.

- Vamos passear no jardim? - Chama Rebeca.

Fomos passear no jardim, ver o pôr do sol era algo muito bom, depois Gui levou as meninas para casa. Era engraçado pois todos comentavam que o príncipe iria chegar e até hoje esperam a comitiva real entrando na cidade e Gui bem debaixo do nariz de todo mundo.

Quando estamos na mesa do jantar o mordomo Caio entra nos avisando que tenho visita. Achei estranho pois se fosse Gui, entraria logo direto não iria ser anunciado.

- Leve a visita até a sala, ofereça um chá e diga que já vamos. - diz minha tia.

- Eu vou ver quem é titia. - digo fazendo menção de levantar.

- Não mocinha, termine sua refeição. Quem veio visitar deveria saber os protocolos.

Ao terminar a comida, que para ser sincera que eu engoli, fui ver quem seria a tal visita e não escondi o grito de felicidade ao ver Ryan ali na minha frente.

- Oi princesa, como vai? - ele diz me retribuindo o abraço.

- Eu o esperava amanhã. - falei analisando ele pois fazia um tempinho que não nos víamos.

- Decidi não parar para repouso, tirar direto, estava louco para chegar.

- É tão bom te ver. - viro-me olhando minha tia que entra na sala nesse momento. - Titia esse é Ryan, chegou mais cedo. Ryan, essa é minha tia Karla.

- É um prazer madame. - ele faz uma reverência mesmo sabendo que ela não gosta.

- Cuidado para não ficar com problemas de coluna rapaz. - ela diz sentando.

- Tia Karla não gosta de ser reverenciada. - acenei para que ele também se sentasse.

- Então meu jovem, como foi sua viagem?

- Foi ótima, só as duas últimas noites não parei para descansar, queria chegar logo.

- Estamos felizes que chegou em paz. Suba com ele Naty para que ele descanse, vou mandar levar comida para você no quarto. Amanhã nos conheceremos melhor.

- Sim senhora obrigada. Naty viu uma pensão para mim?

- Sim ela viu e você pagou uma pechincha.

- Que bom. Obrigada de novo com licença.

Quando subimos as escadas meu irmão disse que amou o jeito de minha tia e que achava que ia amar essa cidade tão linda.

- Esse é seu quarto. - disse mostrando a porta.

-É só uma noite, amanhã posso ir para a pensão. - ele disse e eu ri, mas ri muito. - Do que está rindo?

- Minha tia estava brincando com você, ela disse que morará aqui conosco.

- Mas isso é... - ele tentou falar mas viu minha tia vindo e ficou mudo.

- Eu fiquei feliz em saber que vinha meu jovem, precisamos mesmo de um homem nessa casa.

- Obrigada senhora.

- Tia me chame de tia agora vá tomar banho que está fedendo a gambá.

Dei um beijo nele e abracei minha tia descendo as escadas de novo. Ficamos na sala de música, ela gostava de ouvir eu tocar, quando vi que ela cochilava, decidi chamar ela para dormir.

- Tia, vamos deitar, eu toco mais para a senhora amanhã.

- É melhor mesmo, deve estar tarde também.

Subimos e como todas as noites, levo titia na cama, dou um beijinho nela e sai do quarto sem fazer barulho. Mas não fui para meu quarto, fui olhar como meu irmão estava, vi que havia comido, mas já estava deitado. O cobri direito e fui para o meu muito feliz com Ryan ali.