Capítulo 16

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No outro dia eu amanheci confusa, sem saber o que fazer direito, só havia duas certezas no meu coração, eu precisava voltar a corte, e precisava também me converter

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No outro dia eu amanheci confusa, sem saber o que fazer direito, só havia duas certezas no meu coração, eu precisava voltar a corte, e precisava também me converter. Passando pela biblioteca, resolvi entrar e tentar me concentrar em algum livro. Não era em vão, meus pensamentos estavam tumultuados e eu não sabia como agir.

Fui olhar minha tia que fazia seus remédios concentrada e decidi tentar um diálogo com a mesma.

- Tia, esse remédio serve para quê ? - disse olhando um frasco vermelho em minhas mãos.

- Esse é vitamina, serve para ajudar o corpo a fortalecer em casos de muita fraqueza. Mas temo já ter lhe dito isso, Naty. - disse titia parando o que fazia e olhando para mim que já guardava o vidrinho no lugar.

- Não me recordo, perdão. - disse olhando ao redor, buscava algo que me chamasse a atenção.

- O que tem? Não está bem e isso é claro.

- Está tão visível assim? - eu a olhei deixando soltar um pouco de líquido verde em minha roupa, era um chá que servia de calmante. - Droga, me sujei. - falei tentando me limpar.

- O chá só acalma se for ingerido. Vá se trocar que a esperarei no escritório. Quero saber o que há nessa cabecinha e tenho algo a dizer também.

- Sim titia, com licença. - saí dali em direção ao meu quarto.

Já no escritório minha tia nos servia de um chá de camomila que havia solicitado que o fizessem e o silêncio daria para ouvir uma pena caindo ao chão.

- Estou esperando seus relatos, mocinha. - disse titia bebericando o chá.

Levei a minha xícara à boca, olhando para ela sem saber por onde começar.

- Então? Quer começar dizendo porque chegou calada ontem? O que houve no passeio? - disse ela me estimulando a falar.

- Eu me emocionei mais que o normal com um hino tocado ontem, saí vagando pelo jardim perdida em saudades. Guilherme quem percebeu minha saída foi ao meu encontro e acabei percebendo em nossa conversa que não sou o que todos pensam e nem ao menos me conheço mais. - disse baixando os olhos para o detalhe do meu vestido.

- Nataly, desde que chegou aqui vejo que não sabe quem é. É nítido a perturbação em seu olhar. Creio que precisa de ...

- Jesus? - completei sabendo o que ela falaria.

- Sim, minha linda. Jesus nos liberta de uma maneira que não sabemos como.

- Tenho medo, tia.

- Medo?

- Sim de ser excluída da vida de meus pais, de não ser feliz, de não encontrar meu lugar. - remexi as luvas freneticamente.

- Minha menina, não precisa ter medo. Aqueles que a chamam de bastarda ou adotada não sabem dar valor ao carinho e aconchego de um lar de amor. Se fosse meu pai, teria um motivo para temer. Veja o que ele fez comigo, só porque eu disse que amava um rapaz que não era filho de conde ou conselheiro ou príncipe ele me baniu da sociedade. Mas seu pai, ele é tudo que meu pai e o pai dele não foram. Ele já mudou muito as leis para que eu possa frequentar os bailes. Imagina o que ele não tenta fazer para você debutar?

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