Capítulo 23

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Quando meu pai disse que eu estaria na sociedade não imaginava que seria como descobri pela manhã, logo que acordei

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Quando meu pai disse que eu estaria na sociedade não imaginava que seria como descobri pela manhã, logo que acordei.

- Mãe é sério isso? - indagava eu tentando ouvir que era brincadeira.

- Sim minha filha, está aqui na sua penteadeira sua agenda e já tem um compromisso para hoje a tarde.

- Hoje? - bufei levantando da cama e indo pegar a tal agenda.

- Precisa se enturmar com as outras princesas, filha.

- Não queira nem saber o que elas pensam sobre mim mamãe.

- Não quero, pois não me interessa, o que importa que elas vão ter que lhe suportar e você a elas. - ela disse com cara de poucos amigos.

- Acha que eu vou matar vocês de vergonha? - perguntei abrindo a tal agenda.

- Eu não suporto os chás que participo com aquelas rainhas azedas e falsas, mas vou e dou o meu melhor pelo meu cargo e não quero deixar seu pai em maus lençóis. Por isso trate de fazer o mesmo, é nossa obrigação, lembre disso.

- Sim mamãe. - eu disse querendo dar fim aquela conversa que me fazia dar arrepios.

Resolvi me trancar a manhã inteira e só saí do quarto para meu primeiro castigo real. Quando desci as escadas já havia uma carruagem me esperando, imaginei que levaria um tempo até ela chegar mais me enganei. Minha mãe estava na sala rosa especial para a rainha, mas com a porta aberta, queria me ver passar, tenho certeza. Davi veio me dar um beijo, pois estava indo caçar. Porque eu não nasci menino mesmo?

Ao chegar na casa de Ana Laura onde seria o chá nessa tarde, percebi que já se encontravam algumas carruagens e isso queria dizer que quase todas estavam lá. Ao entrar no salão dou de cara com as duas que conversavam no jardim e descobri que uma delas era nossa anfitriã, que veio cheia de falsidade e laquê me receber.

Fez questão de me apresentar às outras:

- Meninas essa é Nataly a filha adotada do rei Philipe. - pronto era o suficiente para eu desejar sair correndo dali.

Fiz uma simples reverência a elas e sentei na cadeira que me foi disposta. A cadeira estava um pouco afastada das outras e percebi que fizeram de propósito. As outras duas horas seguintes foi respondendo perguntas:

- Com quantos anos você foi abandonada? - perguntou uma loirinha que nem poderia imaginar o nome.

- Não sei, talvez desde que nasci.

- É verdade que morou na rua?

- Sim, é verdade.

- Ouvi na igreja que foi afastada do reino. Por qual motivo?

- Não fui afastada, eu escolhi ir morar com a tia de papai para estudar por lá. - não disse onde não interessava.

- Se sente diferente? - essa foi Ana Laura quem perguntou.

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