Capítulo 5

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No dia seguinte Marcos, um dos jovens que ajudava na igreja, foi passando nas casas onde abrigavam as crianças para lhes buscar para levar até ao abrigo novo que é a casa de Clarissa

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No dia seguinte Marcos, um dos jovens que ajudava na igreja, foi passando nas casas onde abrigavam as crianças para lhes buscar para levar até ao abrigo novo que é a casa de Clarissa. Quando chegou na casa onde Nataly estava, a encontrou mais alegre que na noite anterior.

- Oi princesa! - ele disse.

- Marcos! - disse animada.

- Preparada para ir para a sua mais nova casa?

- Sim estou. - disse pegando a pequena mala.

Nessa altura do campeonato todas as outras crianças já tínham uma malinha, pois ganharam roupas de algumas pessoas. Desceram as escadas e Nataly segurava firme na mão de Marcos; ele tinha o maior carinho com ela.

Quando chegaram na casa todas as crianças estavam esperando na frente para entrar juntas. O lugar era lindo, só estava um pouco maltratado segundo as palavras de Marcos. Mas ele disse que os irmãos iam começar arrumar tudo, Nataly o achava especial.

- Bom crianças, é um prazer abrir as portas da casa Raio de Luz. Aqui será o lar de vocês e estaremos encaminhando vocês para estudar e trabalhar conforme a idade. - dizia Clarissa, ela era uma jovem linda e Nataly a amava muito.

- Tem lençol quentinho? - perguntou Bia.

- Tem Bia, tem lençol quentinho e vamos organizar umas roupas melhores para vocês também. Nunca mais passarão frio.

- Viu Naty, tem lençol quentinho. - disse Bia sorrindo.

- Philipe já me disse tudo que tem pra nós. - ela diz se gabando. Para as pequenas a questão de ter roupa de cama era muito importante, passaram muitas noites na rua e elas sentiam muito frio.

A casa era grande e muito iluminada, Clarissa subiu e mostrou os quartos. Havia muita bagunça na casa ainda, o pessoal da igreja estavam arrumando as camas e limpando tudo. O pastor mandou colocar um balanço e prometeu fazer um parquinho.

Era uma sensação boa sentir que as pessoas se preocupavam com o próximo. Não se viu mais Philipe naquele dia, já havia ido para a viagem que havia dito.

Após o jantar todos foram dormir cedo, menos Clarissa, ela ficou perto da lareira lendo e orando, sua vida havia mudado muito em poucos dias e ela estava cheia de sentimentos diferentes que não sabia explicar. Ryan que havia perdido o sono estava descendo para tomar água, quando vê Nataly olhando Clarissa lá embaixo, chama a pequena para descer e juntos vão até a jovem.

- Oi princesa, não foi dormir com os outros? E Ryan também. - ela pergunta enquanto aninha a pequena no colo.

- Se eu fosse você ia ficar só e ele quer água. - falou manhosa.

- Mas está com sono? Vá Ryan fique a vontade, tome água ou leite e deite, hoje o dia foi cheio. - E você Ryan não tem sono?

- Não consegui dormir, Naty me chamou pra descer e assim fizemos. - disse.

- Então vamos subir. Hoje deixo você dormir comigo tá? - diz para Naty que vibra.

- Estou pensando em tomar um banho. - Ryan fala.

- Não Ryan, a água pode acabar e você já tomou banho hoje.

- Nataly venha cá, sente aqui perto de mim. - ela disse com amor.

- Tia Cla, eu não fiz por mal, ele já tinha tomado banho e se tomasse outro ia acabar a água.

- Eu sei meu amor, escute bem o que vou lhe dizer agora. - ela a pega no colo e fala alisando os cabelos que estavam soltos.

- Oi tia Cla.

- Nunca mais você vai precisar se preocupar com água, com lençol, com comida e com roupa. Não poderemos lhe dar tudo do bom e do melhor mas o que será necessário para viver isso você terá.

- Por que meus pais não me quiseram, tia? - perguntou fazendo o jovem olhar para ela da escada.

- Nataly nós já conversamos sobre isso. - ele diz e ela faz um biquinho lindo.

Clarissa os guiou para tomarem banho, Ryan tomou primeiro e foi se deitar, a dor da menina o incomodava, orou a Deus para que ela encontrasse o amor de Deus na sua vida e se tornasse feliz.

- Boa noite Naty.

- Boa noite Ryan, durma bem.

Ao chegar no quarto, Clarissa relutava para não falar sobre os pais da garotinha para ela, mas viu que não tinha outro jeito ela estava lhe olhando de um jeito que esperava resposta.

Ainda sem sono? - Clarissa pergunta.

Ainda, pensei que íamos conversar. - Naty diz.

- Nataly, sobre seus pais, eles não fizeram por mal, ninguém sabe a história, mas eu só sei que ninguém abandona uma bebê linda como você num orfanato por vontade própria. Talvez tenha sido pela guerra que houve no ano que você nasceu ou mesmo alguma doença. Não sinta raiva deles, pelo contrário eu os admiro pois tiveram a preocupação de deixar você onde eles acharam que seria bem cuidada.

- Mas eu não sei como é ter um pai e uma mãe.

- Podemos fazer assim, fingimos que sou sua mãe, que tal?

- Sério? Será minha mãe? - ela diz já chorando.

- Sim minha linda, eu a amo como se fosse minha filha. Se quiser pode até mudar para meu quarto que fica sendo meu e seu. O que acha?

- Acho maravilhoso, ele é branco de florzinha rosa com lilás.

Se abraçaram e as lágrimas ameaçavam chegar no rosto da jovem, ela sentia muito carinho pela menina e era verdade que desejou ter uma filha como ela. Não havia falado para a consolar, mas por sentir que estava fazendo a coisa certa e por desejar também. Orou a Deus para que nada impedisse que a garotinha ficasse com ela e juntas adormeceram abraçadas.

 Orou a Deus para que nada impedisse que a garotinha ficasse com ela e juntas adormeceram abraçadas

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