Entrevista com Cris Santos

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Mais do que memórias fechadinhas em caixas no fundo do armário, lembranças ruins podem se transformar em belas obras de arte. Cristiane dos Santos sabe disso muito bem! Com 19 anos, trabalhando e cursando sua faculdade de Nutrição, a Cris é a autora de A Garota Que Não Tinha Cores, que ganhou o Prêmio Wattys em 2017.

A autora assina suas obras com o pseudônimo que vem do seu nome, Cris Santos. Ela começou a usar o nome aos 12 anos quando escrevia poesias para o jornal de sua escola - e, desde então, nunca mais o deixou. "Ele tem um significado especial e triste ao mesmo tempo", diz a autora, "porque aos 12 anos apenas um de meus colegas de sala lembrava do meu nome e me chamava de Cris." Hoje, no entanto, a situação é bem diferente e a escritora de A Garota Que Não Tinha Cores vai nos contar um pouquinho mais sobre esse processo todo!

Fã da banda Cigarettes After Sex e cantora amadora de ópera (uau!), Cris planeja começar sua segunda faculdade de Letras e sonha em publicar a versão impressa de seus livros. Querem conferir a entrevista? Aqui está ela!


Wattpad: Você sempre quis ser escritora?

Cris Santos: Sim, desde pequena. Eu aprendi a ler com 5 anos de idade e escrevia fábulas para minha professora do pré-fundamental, Josefa. Sempre fui apaixonada por livros e a escrita, também sou muito tímida e escrever é a melhor maneira que eu encontrei de transmitir o que estou sentindo. Se eu não fosse escritora, sinceramente, eu não saberia quem eu sou.


W: Você lembra do exato momento em que despertou o seu amor pela escrita?

Cris: Eu sempre amei a escrita, mas foi aos 12 anos que descobri a imensidade desse amor. Minha família e eu sempre nos mudamos muito de cidades e aos 12 anos, aconteceu de termos que nos mudar para Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e eu passei a frequentar uma escola do bairro em que eu morava. Eu estava na sétima série, não fui bem recebida pelos alunos da instituição e tive o que todos nós temos, que é um primeiro amor. Via-me apaixonada por um garoto, e nós nos falávamos, mas por certos acontecimentos, aconteceu dele me humilhar na frente de seus colegas e nós nunca mais nos falamos. Então eu passei a escrever poesias para o jornal da escola e ingressei num livro chamado Cartas para Anne, eu nunca o publiquei em nenhuma plataforma de leitura, tenho guardado comigo, mas foi nesse momento em que eu descobri que escrever era muito mais do que um passatempo e que eu amava o que fazia.


W: Como você descobriu o Wattpad?

Cris: Foi por meio de pesquisas na internet, procurando algum site para escrever. Acredito que tenha sido em 2016, numa outra conta que eu mantinha aqui na plataforma.


W: O Wattpad tem superado suas expectativas? De que forma?

Cris: Sim, minha experiência no Wattpad tem sido incrível e tem superado todas minhas expectativas. Por meio do site, conheci histórias incríveis de pessoas que se identificaram com o tema em que abordo nos meus livros e isso é incrível, nós mantemos contato por e-mails e por meio de mensagens do Whatsapp. Também tive o prazer de ler histórias magnificas e cativantes, isso é muito gratificante e faz da minha experiência ainda melhor.


W: O primeiro livro da série A Garota Que Não Tinha Cores, que ganhou o Prêmio Wattys em 2017, fala sobre um tema muito importante, o bullying, e é muito tocante. Qual foi a sua inspiração para escrever essa história?

Cris: Falar sobre o livro A Garota Que Não Tinha Cores é sempre muito importante para mim, principalmente por eu usar experiências pessoais na abordagem de certos assuntos, sendo alguns deles o bullying.

Há dois anos, se me pedissem para contar alguma coisa sobre mim ou sobre minha experiência no Ensino Médio, eu balançava a cabeça em negativo e ficava quieta. Eu mal conseguia sair de casa sem me preocupar se o lugar que eu iria teria banheiro ou se as pessoas ficariam olhando para mim, porque o bullying... ele acabou marcando-me para sempre.

Lembro-me de ter visto um dos meus agressores na rua e de ter me escondido dele atrás de uma árvore, voltado para casa e me trancado no banheiro. Sentei-me no chão, abri o bloco de notas do meu celular e comecei a escrever algo que se parecesse com o que eu estava sentindo e naquele momento, surgiu o primeiro livro da série, o Yellow. Eu passei a me entregar ao que estava escrevendo e quando menos percebi, estava transcrevendo-me para um pedaço de papel.

Então, em 2017, tomei coragem e resolvi compartilhar minha história com outras pessoas e confesso que foi a melhor decisão que eu tomei na vida. Eu passei a me inspirar em histórias de pessoas próximas a mim e de outras, e percebi que o livro tinha se tornado uma parte do meu espírito.


W: Conte-nos um pouco sobre seus livros. Qual seu tema favorito para escrever?

Cris: Todos os meus livros abordam assuntos atuais e que passam despercebidos, eu faço isso em Pedro e Savanah e também na série AGQNTC (abreviação criada pelos leitores da franquia). Gosto muito de escrever fantasia, que envolva fadas, ainda tenho o sonho de publicar algum livro sobre fadas aqui no Wattpad. Atualmente, me dedico exclusivamente aos livros da série AGQNTC, que são 4 no total. Cada livro refere-se um estado de cor da personagem, e, a cada final, inicia outro estado de cor.

O Yellow fala-se sobre o sonho da personagem Kristen em ser feliz, mas que é ofuscado por meio do bullying sofrido na escola e pelo drama que vive em sua casa. Segue-se do segundo livro, Red, que refere-se a um assunto muito dramático e desesperador, que é o ato da automutilação. O Black, terceiro livro da série, que está em andamento, fala-se sobre depressão e suicídio.

Ao todo são quatro livros, porém só tenho 3 publicados na plataforma e o último está em rascunho.


W: Existe algo que você mudaria nos seus livros?

Cris: Acho que todos os escritores estão sempre tentando mudar ou acrescentar algo em seus livros, mas que não mude o conteúdo do livro. Eu gostaria de rever alguns erros de gramática, tornando a leitura mais fácil e agradável.


W: O que você faz para atrair e construir seu público leitor?

Cris: Eu sempre procuro fazer com que a pessoa que esteja lendo, possa se colocar na situação da personagem. Eu crio empatia, acho que é isso o que faz com que os leitores sejam atraídos pelo drama da personagem Kristen.


W: Qual o seu autor do Wattpad preferido?

Cris: Quem aí já leu Com amor, Charlie? A LoudChaos é a minha escritora favorita do Wattpad.


W: Quais conselhos você daria para os escritores que estão começando agora (especialmente aqueles que estão no Wattpad)?

Cris: Nunca desista! Acredite no seu potencial, escreva por amor, não por números.


Vocês já conheciam a Cris Santos? Se ainda não, visitem seu perfil ZayndaMania e leiam suas histórias.

Se vocês querem ver seu autor(a) favorito(a) por aqui, deixem as sugestões nos comentários.

Até o próximo bate-papo!

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