O inferno não acaba

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Sem revisão

Estava saboreando um delicioso Scones quando a campainha tocou,levantei chateada por esse momento sagrado de degustação acabar. Quando estava chegando na sala pode ouvir a voz de Laura conversando animadamente com alguém, logo me assustei por ela não ter o costume de abrir a porta, sendo que eu não permitia. Era perigoso e já havíamos conversando sobre isso milhares de vezes, infelizmente, criança as vezes não leva a sério nossa bronca.
- Filha com quem você está conversando?
- Com seu amigo e meu amigo mamãe.
Fiquei assustada quando ela disse amigo e apresei meus passos para ver quem era este "amigo".
- O que faz aqui Alan?
Fiquei abismada com a cara de pau do mesmo, ele estava na porta da minha casa segurando a mão da minha filha como se eu não tivesse dito que o mesmo não poderia aparecer sem meu consentimento. Desgraçado,queria matar Alan,será que ele queria raptar a Laura?! Várias perguntas passam pela minha cabeça e não consigo  responder nada, mais uma vez estou em uma espécie de transe.
- Não me convidará para entrar Elena? Está frio aqui fora e não queremos que a Laura adoeça, não é mesmo?
- Filha entre o Alan já está de saída, não é mesmo?
- Claro que não, vim visitar minha amiga, não foi Laura?
-Sim mamãe, ele veio me visitar dessa vez.
Quando olhei para minha filha e vi aqueles olhinhos brilhando de felicidade por alguém que á  veio visitar, não pode dizer nada e dei passagem para o demônio daquela noite entrar.
- Fique a vontade tio. Mamãe você poderia preparar um chocolate para nós,por favor?
- Mas o Alan não demorará filha, não é mesmo?
- Irei ficar o tempo que a Laura permitir, ah e aceitaria de bom grado uma xícara  de chocolate. Está muito frio lá fora e com muita neve.
- É mamãe, tá frio. Por favor faça um chocolate, é feio não oferece nada as visitas, até você mamãe.
Sair em passos duros a cozinha, até minha filha agora tá encantada por esse cafajeste, fiz esse bendito chocolate e coloquei um pouco de pimenta no de Alan, queria ver ele doido só para ir o mais cedo. Servir o chocolate  e dei o com pimenta para Alan. Fiquei observado a conexão que os dois tinha mesmo sem minha pequena saber que era seu pai ali, o infeliz era carinhoso e prestativo com ela,parecia que já tinha nascido pronto para ser pai,mas não entendo o porquê  do seu sumiço. Quem olha assim pensa que ele sempre aceitou ter uma filha e que sempre cuidou dela,mas não. Deixou meus pensamentos de lado quando vejo Alan tossindo e ficando vermelho. Laura corre e começa bater nas costas dele enquanto eu observo.
- Mamãe ajuda ele, ele não tá bem.
Levanto tranquilamente e vou até a cozinhar pegar uma água,quando volto vejo Alan com dificuldade em respirar e começo me desesperar,acho que coloquei pimenta de mais. Corro até ele e coloco deitado de lado.
-Alan tente se acalmar, tenta respirar lentamente, tá bom?
Aos poucos vejo ele melhorando e voltando a respirar com mais facilidade, vejo ele me olhando com um olhar de fúria. Sei que fui errada e logo vem a vontade de chorar, me faço de forte e desentendida, mas é lógico que  o mesmo sabe que eu fiz isso de propósito.

Perdão amorOnde histórias criam vida. Descubra agora