Morte (Fragmento)

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— E quem é você? — perguntou aquele frágil humano.
Eu sou a morte,
Sou o corvo,
Sou aquilo que mais teme
Sou o suor e a palpitação cardíaca

O escarro, a carne podre, eu sou...
Chego de mansinho ou de repente
Conspirado, temido, fúnebre, amendotrador
Autópsia, sangue, mutilação

Sou aquilo que vive em você
E também o que mato e além do mais,
Sou a carnificina das guerras
O desatino dos povos

Mais velho que este mundo
Dimensão paralela ou seria espiritual?
Sou aquele que rasteja e rasga leitos mortis

Trágica a petulância em quem acredita que,
caminho ao seu lado,
Sou a favor de mim mesmo e nada mais
Penumbra, veemência, o oculto

Fuja, me mate, exorcize
Total solidão, vazio, eu sou...
— E você — ele ergueu o olhar cabisbaixo —, quem é você, humano?

Morte sai com um sorriso curto e satisfatório, deixando aquele humano sozinho com seus demônios.

Poesias e Historietas - GóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora