Poesias e Historietas - Góticos

Entidades Guardiãs: Sinistro, o impiedoso

O que são entidades guardiãs?
Às vezes, nos momentos difíceis, sentimos uma força que nos ajuda e evita que fraquejemos perante as dificuldades. Muitas religiões atribuem essa influência aos espíritos protetores. No cristianismo, eles são chamados de anjos da guarda, já no espiritismo ganham o nome de guias espirituais.

Fonte:
https://www.google.com.br/amp/s/www.altoastral.com.br/espiritos-protetores/amp/]
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Em momentos considerados difíceis, o apoio emocional e um abraço amigo são tudo de bom e essenciais para nossa restauração psicológica; todavia, nem a ajuda física faz efeito. Muitas pessoas procuram ajuda espiritual escondidas ou pela Internet, mesmo.

Existem várias e cada uma para um benefício — para o seu benefício, claro. Agora, se vai fazer mal a outra pessoa, somente você sabe o que está cometendo.

Assim aconteceu com Carmela, tão bela e tão apaixonada por Roberto: um casal lindo. A pequena cidade de Piracanjuba comentava e apostava em um sonho lindo; porém, Roberto, cansado de ficar na cidade pequena, foi-se e disse: "Você vem ou tudo chega ao fim?" A boa moça, apegada à família e aos grandes amigos, resolveu ficar e o sofrimento logo a tomou.
Carmela não se cuidava mais. As pessoas na cidade questionavam onde estava "o brilho de Carmela". "Foi-se com aquele rapaz", era o que ouvia pelos cantos. A raiva começava a propiciar-se em seu nobre coração; à missa, não ia mais. Queria acabar com essas conversas desvairadas e fazer com que, pelo menos, Roberto entendesse seu sofrimento.
Era uma cidade pequena e de pessoas de língua grande, então ela não podia simplesmente sair em busca de magia negra. Precisava de algo diferente. Navegando por comunidades de bruxaria e demais religiões — e até de terror —, pensava em algo, lendo estórias/contos e entendendo o auge da mente humana e sua criatividade. A cada lágrima, a raiva aumentava; até que, um dia, na tal comunidade de terror...

Sinistro:
"Eu tenho a resposta para seus problemas."

Carmela riu. Não era a primeira vez que recebera este tipo de mensagem.

Respondeu:
Jura? Você é só mais um que diz as mesmas coisas como os demais!

Sinistro:
Acalme-se e respeite-me; hei de ser educado e não sou de falar com pessoas despeitadas e vazias de caráter por amores refutados.

Então, um arrepio por seu corpo percorreu e uma luz em sua mente se acendeu. Será mesmo?

Questinou-o:
Nunca vi entidades com tal nome! Sinistro, como se identifica?

Respondeu sem delongas:
Impiedoso pelos humanos que sofrem. Eu atendo vossos pedidos. Se sofres, então eu te pergunto, jovem moça: queres teus pedidos atendidos?
Carmela tinha que ter certeza se aquilo não passava de uma simples brincadeira. Então, perguntou mais uma vez:
Quero que prove. Afinal, desde quando entidades utilizam Internet?

Sinistro:
Às vezes, temos que nos esforçar se quisermos chegar ao sofredor. Olhe embaixo de sua cama: haverá uma flor e, do canto escuro de seu quarto, estarei a olhar.

Então, ficou offline e Carmela achou estranho. Com a luz do celular, iluminou e a rosa ali estava; o canto de seu quarto, onde estava sua escrivaninha, estava mais escuro que o normal. E então? Seria aquilo um sim? Sinistro a ajudaria?

Carmela não o viu mais online. Realmente, ele não interagia com demais pessoas na comunidade e havia se passado uma semana. "Sabia que era mentira!", é o que se repetia. Até que, estranhamente, a senhora Judith faleceu — deve ter morrido ao morder a língua. Deus me perdoe, mas ela merecia — e havia uma rosa branca no local.
Na outra semana, Seu Carlinhos teve um infarto e a língua dobrada — aquele ditado realmente é real — e uma rosa azul estava no local. Sua raiva passava e não podia acreditar que aquela entidade estava lhe protegendo tão facilmente.
Na outra semana, lá se foram mais dois; e as pessoas, agora, temiam que aquilo poderia ser uma epidemia — ou era somente com os fofoqueiros da cidade. Lembraram-se do tal Roberto, que foi atropelado por um caminhão, atravessando a rua para falar com Carmela. Nem tudo pode ser reatado.

Então, um homem de capa negra, cartola e tatuagens nas mãos atravessou a rua e entregou a rosa vermelha para a moça, beijando sua mão.
— Sinistro, moça. — ela se encantou; cortez e inexpressivo, estendeu-lhe o braço e ele a acompanhou até sumir de vista. Agora, era a hora de aquela alma pegar.

Moradores locais disseram que Carmela fugiu com o tal rapaz, mas não era bem assim.

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MORAL: tudo tem um preço. Tenha cuidado com o que busca; o pagamento poderá não ser o suficiente.