Prefiro destilados e você?

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Assassinos de aluguel existiram desde sempre, alguns matam por matar, outros utilizam de um modo a diversão para aquele momento tão frio e cruel, o deboche, sarcasmo e ironia. Para Evan não era diferente, ele mexia o copo lentamente com uma dose de uísque, na outra mão girava a faca ensaguentada, parou e olhou para o corpo da mulher e do homem ao chão. Amantes.

Desligou a câmera e o notebook com um saco plástico envolta das mãos para não sujar ou manchar mesmo com luvas, e saiu. Os primeiros raios de sol apareciam no horizonte, e daqui meia hora, tinha que se aprontar para mais um de seus jogos, bem pago por sinal, trocou de roupa em um beco, dessa vez colocaria o sobretudo como a cliente pediu, as outras roupas dobrou o máximo que pôde e guardou em um saco plástico.

Depois daquele retalho foi para sua casa e adentrando, a governanta Linda, séria e robusta junto do mordomo pegaram as sacolas, facas, e o sobretudo.

— Nataly preparou seu banho, seu almoço estará na cama.
— Adoro vocês, são excelentes.

Subiu correndo as escadas e relaxou em seu banho, se alimentou e acabou dormindo por um bom e longo tempo, perto da hora de ir para sua próxima caçada.

Se arrumou rapidamente e foi, ao chegar no endereço como o cliente disse ela estaria fora, se sentou no sofá no total escuro e ouvia os estralos da madeira, o barulho dos grilos e o nadar dos peixes no aquário... Isso se foi uma hora e meia... Duas... E a porta se abriu, os saltos faziam o rangido no concreto para a madeira, ela acendeu a luz e trancou a porta. Ao olhar para aquele homem, assimilou logo o que seu irmão havia dito: "Traidores morrem!".

Tentou correr, e Trevan, nesse instante, pulou o sofá e foi em sua direção, apagou as luzes e tapou sua boca, arrastou até o porão e jogou-a escada abaixou, pegou a câmera e a ligou em uma escrivaninha velha, ativou o ponto de internet e o pequeno notebook e viu algo que brilhou seu olhos, bebidas envelhecidas — a mulher acabou desistindo de espernear —, quando Trevan começou arrancar suas unhas e jogar álcool, se tremeu toda, seus olhos reviravam, fez minuciosos cortes em seus braços e pernas, pois cortou parte da calça, furou sua barriga e a espancou com um porrete madeira; as pessoas elogiavam e enlouqueciam com o sofrimento alheio.

Ele pegou uma garrafa de bebida e com um pincel fino passou no local de onde estava para não levantar suspeitas quando a perícia visse, se apoio na parede e a olhou enquanto repuxava.

— Eu prefiro destilados e você? — com um curto sorriso.

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