Post-Morttem. Reflexão de Enzo Schultz

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Estou andando por um corredor escuro e disse para o Homem que não sei como denominar que eu não sabia o que escolher, minha vida na Terra foi tão falha, magoei, machuquei e matei pessoas e agora sinto algo que não sei entender, mas me sufoca. Sei também, que não faço diferença nenhuma, achei que cairia de tobogã no lago infernal... Mas ele me deixou escolher, sofri muito aperto, tive momentos que não soube descrever o que era real e o que era mentira, por tamanha falta de sanidade.

Não me canso, mas também não tenho mais armas, sangue escorrendo por minha pele, e nem minhas tatuagens o que me deixou triste — mas não sei o que escolher ou o que fazer. Não temo o Inferno, mas como todos dizem e sempre me diziam: "Segunda Chance". E será que há outras pessoas aqui nessa dúvida? O que eu estou dizendo? Será que ele conversa com todos? É tanta pergunta. Foda-se.

  A vida já me satisfez muito, cansou-me por demais, perdi pessoas que posso ter dito: amei. Que vida...

"Acho que sei o que quer? Saiba Enzo você mais que merece."

Ele falou na minha cabeça...

"Vocês não têm culpa de serem assim tão frágeis e ao mesmo tempo tão brutos... Eu falhei como pai, deus, homem. Vocês são meu reflexo, então venerar meu filho nunca foi um erro, Lúcifer paga por tudo — mágoas — como vocês. E eu também."

Uma lágrima solitária escolheu meu rosto até meu queixo, eu estava catatônico. Eu senti a luz adentrar o meu corpo e pairar. Descansei.

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