Seguidor do Anticristo, o braço esquerdo do mal. Meu filho. [Nephilim]

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Minha vida efetivamente funciona como um bar, a noite sempre progrediu para que eu conhecesse belos homens, e muitos encantadores por isso. Trinta anos, um trabalho razoável e um corpo tentador. Tento manter a compostura de jovem de vinte anos. Tem uma hora na nossa vida que nos cansamos até da solitude. Não no geral, mas eu estava farta!
Imagino que Deus e Lúcifer cooperam constantemente em nossas vidas para haver equilíbrio, e neste dia Lúcifer só podia ter me mostrado um de seus irmãos. Fui para uma Happy Hour na sexta-feira, porém, fiz questão de ir para casa e ficar bem vestida para o Pub Hell's of Fire — nome bem convidativo, não? — Após isso, já que iria para o "inferno", resolvi colocar um macacão vermelho, deixar meus cabelos negros e compridos soltos e colocar uma bela tiara vermelha com brilhantes.

Ao chegar, minhas amigas gritaram, me elogiando, e fui olhada por alguns possíveis acompanhantes. Com a maquiagem pesada e o batom no mesmo tom de minha roupa, me sentei à mesa, e uma banda de rock de garagem cantava músicas pesadas.
Estava balançando os cabelos ao ritmo da música, quando uma pessoa se esbarrou em mim e fez a tiara se soltar de meu cabelo, vi alguém pegar, ao me abaixar, e levantei para pegar da mão daquele homem... E que homem! "Deus, obrigada!", falei no meu consciente. Senti meu rosto corar. Nunca vi olhos azuis tão claros, e sua pele parecia mármore, usava uma roupa toda preta, e sua pele pálida se destacava, e o sorriso, nem se fala! O pecado parecia estar enraizado no seu corpo esguio. Apaixonei-me! Que tentação.

Aquela noite foi incrível... Diferente de todos com quem fiquei, ao me sentar na cama, vi que ele ainda estava ali olhando pela janela e bebia o que parecia ser cappuccino. Que estranho! Geralmente eles saem antes ou eu.

— Por que ainda está aqui?
— Esperava essa pergunta, Camila. — que engraçado ele saber meu nome, não sou de dizer o verdadeiro.
— Eu te disse meu nome? — me enrolei nos cobertores, ainda o olhando estranho.
— Me chamo Benner. — ele tinha várias tatuagens tribais negras e uma cicatriz avermelhada transversal de seu ombro até onde o cós da calça estava.

A gente ficou por mais um tempo e conversamos, ele disse que me deu um belo presente e seria importante futuramente (não sendo um filho, tudo bem).

Após um mês...
Eu não conseguia parar de vomitar e ter desmaios, tive que ir embora mais cedo e o que mais temia aconteceu após o que Benner falou, maldito seja!
Saindo do hospital, senti meu estômago revirar e senti um chute ou foi impressão minha. Engraçado o médico dizer que estou com quase três meses de gestação, sendo que me relacionei com o tal no mês passado.

Chegando à minha casa, senti um mal tremendo, e era uma presença, respirei fundo antes de acender a luz do corredor, levei um susto e aquele bebê em mim tremeu: era Benner novamente.
— Eu te disse que tinha uma surpresa, querida. — seus olhos estavam negros, e sua pele parecia ficar transparente em alguns momentos.
— O que é essa criança?
— Tenho muita coisa para te explicar.

Senti as lágrimas escorrerem no meu rosto, não acreditava na existência desses caídos na Terra, até agora. Tenho certeza que ele daqui não é.

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