Matei todos! (risos). Sou um assassino?

12 0 0
                                    

Era quase final de tarde e todos estavam reunidos na sala; jogos de tabuleiro eram uma bela opção para a criançada enquanto a chuva desabava no céu acinzentado, a mulher de véu negro fumava e um rapaz de vestes antigas tocava.

O primeiro raio iluminou o céu e uma morte ocorreu. Risadas foram ouvidas, mas ninguém se importou... a música clássica lhes dava um ar monótono.
Um estrondo abafou a música e duas mortes foram concluídas. Somente resmungos foram escutados e, agora, só havia mais dois: o assassino e a vítima. E agora? Quem se torna o assassino?
O suor na testa escorria; qual peça deveria mexer? Era crucial saber.

O raio caiu, a energia caiu e a música parou. Palavras de raiva e birra foram ouvidas:
— Alan, você sempre é o assassino! — o garoto gargalhava.
— E vocês sempre morrem! Então, perdedores, arrumem o jogo na caixa, por favor.

O jogo de tabuleiro era conhecido, em meados daquele tempo, de "Descubra o Assassino". Somente os de bom raciocínio entendiam que aquelas estratégias eram bem mais que uma brincadeira: eram um aprendizado bizarro.

— Não sou um assassino! — Retrucou Alan.
— Discordo. Sabem o que dizem sobre o jogo?
— Meu caro primo Jasper, este século é amaldiçoado de ignorância.
E seus leites e biscoitos tomavam em volta da mesa após a volta da energia.

Poesias e Historietas - GóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora