CAPÍTULO 21-BETO CONHECE NAZARÉ E JOÃO, ESPÍRITOS DE LUZ

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Madalena, tia de Beto, olhou despistadamente o celular e viu que o sobrinho lhe enviara uma mensagem. Ela estava sentada no banco de trás do carro do irmão que levava a família de volta pra casa após saírem do show de talentos na escola.

"Tia Madá, por favor, me encontre na praça vermelha. Não conte a ninguém. Beto."

Olegário, atento a tudo, quis saber:

_Mensagem do Beto? Aposto que está avisando que vai dormir na casa da piranha da namorada dele!_provocou.

_Não duvido nada. Se sua mãe tivesse dado boa educação ao seu irmão, ele nem teria começado a namorar aquela menina. _resmungou o pai machista que achava que tudo o que os filhos faziam de errado era culpa da esposa.

Submissa, Savana não protestou, pois sabia que se falasse algo, teria que ouvir mais asneiras do marido.

_Seu irmão já é bem grandinho pra saber o que faz, Olegário._Madalena foi firme._ Era ele sim. Disse que saiu mais cedo da festa porque tinha que resolver alguns problemas. Avisa que chegará mais tarde. Satisfeito ou quer que paremos o carro pra você ir posar de babá atrás dele?

Olegário deu de ombros. Talvez  estivesse entediado com o falatório do pai e invejando o irmão que fora mais esperto e não estava ali.

Elvécio não parara de falar mal dos outros candidatos a prefeito que haviam comparecido ao evento.

Madalena pediu que o irmão a deixasse no centro da cidade.

_O que você vai fazer no centro da cidade uma hora dessas, mulher?!_perguntou o irmão irritado._Quase nove da noite e você ainda vai bater perna?

Madalena revirou os olhos e desceu do carro, antes de responder.

Virou-se para o irmão:

_Se eu quisesse alguém controlando os meus passos, eu teria me casado e além do mais, não suporto mais esta sua falação sobre política. Preciso de goma xantana para um doce que vou fazer e sei que a padaria ali na frente fica aberta até as onze.

_Quer que a gente espere, tia?_perguntou Olegário.

_Não, não quero. Quando eu  quiser voltar pra casa, pego um táxi, se não, durmo por aí. Casa de amiga é o que não me falta.

_Aposto que está indo procurar namorado._provocou  o irmão que achava impossível uma mulher viver sem um homem ao seu lado.

_Pra correr o risco de achar um falador que nem você, Elvécio? Prefiro morrer solteira._rebateu a mulher alta, magra e de cabelos grisalhos curtíssimos.

Madalena despediu-se da amiga Savana, que estava visivelmente cansada.

Logo que se afastaram, a tia de Beto viu o sobrinho aproximar-se de moto.

_Tia, aconteceu de novo._disse o sobrinho aflito.

Logo ela percebeu do que ele falava.

Ela olhou o sobrinho solidária:

_Calma, meu querido. Durou quanto tempo desta vez?_ela quis saber.

_Desde a hora em que eu ouvi que o Jonas não teria uma homenagem.

_Jesus Cristo! Mais de uma hora!_exclamou a senhora.

Madalena subiu na garupa da moto do sobrinho e colocou o capacete que ele lhe oferecia.

_Pra onde a gente vai?

_Vamos procurar dois amigos meus. Acho que eles poderão nos ajudar, pois algo me diz que eu preciso te levar até eles e minha guia espiritual está de acordo.

O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora