CAPÍTULO 26-BETO PERCEBE QUE ESTÁ SE INTERESSANDO POR JONAS

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O que o filho do futuro prefeito mais queria era contar para a tia o que havia acontecido...dizer que os idosos que incorporavam João e Nazaré eram os avós de Jonas. Contar que fora atrás do professor, mas que ele não quisera conversar, depois da ameaça de Olegário.

Beto ouvira parte do que eles falavam e imaginou o que tinha acontecido, mas resolveu despistar.

_Êta, gente! Que gritaria é essa? Está dando pra ouvir os berros lá de fora._disse Beto entrando neste momento.

Olegário ficou imaginando de onde o irmão estaria vindo e preferiu acreditar que ele tivesse ido ver a namorada.

_É seu irmão que foi fazer merda e jogar o cachorro dele em cima do seu professor na praça da cidade, na frente de todo mundo...de todos os meus eleitores, acredita, Beto?_berrou o pai nervoso.

_A mãe do professor Jonas veio reclamar que o filho dela sentiu-se ameaçado pelo seu irmão._adiantou Savana tentando aliviar a situação.

Beto olhou para a tia que lhe fez um gesto para que ele não falasse nada que o complicasse.

_Como foi isso, gente?_Beto fingiu ignorar o que acontecera.

_Exagero desse povo, Beto. Eu estava lá com Zeus passeando pela praça, de repente o seu professorzinho veio com um ratinho que cabe no meu bolso e aí sentiu-se ameaçado, foi isso. Ele achou o quê? Que eu ia jogar o meu cachorro em cima do dele? Talvez ele nunca tenha visto uma briga de cachorros, só pode ser._riu Olegário maldosamente.

Beto sentiu raiva da forma como ele se referia a Jonas, mas preferiu se controlar.

_Não interessa!_o pai deu um basta._O que importa é que o cara cismou que você ameaçou ele e é isso que conta. Até as eleições passarem, quero que você fique bem longe dele, entendeu, Olegário? Bem longe! Melhor não dar motivos pra ele cismar de novo, compreendeu o que eu disse?

Olegário pensou em argumentar, afinal, não era mais um garoto que ouve um sermão do pai sem retrucar:

_Mas pai...

O pai encarou o filho mais velho com autoridade, não aceitando mais nenhuma explicação.

_Estamos entendidos, Olegário?_repetiu Elvécio.

_Sim, senhor._disse Olegário simplesmente, preferindo encerrar logo a conversa também.

O pai saiu seguido pela mãe submissa.

Beto olhou para a tia que o acompanhou até a cozinha.

Infelizmente, Olegário foi atrás. Precisava esclarecer tudo com o irmão.

_Beto, que história foi aquela de fazer homenagem pra este cara ontem, hein?!

Beto defendeu-se voltando a pergunta para o irmão:

_E por que eu não aceitaria fazer uma homenagem para o cara que salvou a minha vida?

_Pode parar...se vier falar do sangue que ele te doou mais uma vez, vou apelar. Eu nem sabia que você tinha voltado a tocar violão, quanto mais que sabia cantar daquele jeito. Nem parecia a sua voz.

Olegário encarou o irmão de forma curiosa.

Beto olhou para a tia, como a pedir ajuda.

_O Beto me falou que queria fazer uma homenagem para o professor dele e veio me pedir ajuda. Descobrimos que ele gosta de Almir Sater e eu ajudei o seu irmão a ensaiar, foi isso._esclareceu a tia.

Olegário sabia que tinha sido ela quem ensinara o irmão a tocar violão.

_Já vi tudo...até a senhora entrou no fã clube do professor veado, tia Madá?

O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora