Maria Helena, 65 anos, era uma mulher vaidosa. Gostava de vestidos alegres que combinassem com sua pele morena bronzeada. Os cabelos eram sempre bem arrumados e ela disfarçava os fios grisalhos com tons de castanho escuro e vermelho.
Casara-se por amor com um homem dissimulado que se aproveitara do bom coração da esposa.
Os pais sempre haviam dito a ela que certas mulheres não foram feitas para casar, pra viverem atreladas a um homem e obedecer as regras de um casamento. Acreditavam que a filha se encaixava neste grupo, mas ela não lhes deu ouvidos e, mesmo depois de três relacionamentos fracassados, encantou-se por Olívio.
Na época, a costureira achava que tirara a sorte grande por encontrar um homem tão apaixonado por ela, inclusive aceitando o seu espírito livre de mulher guerreira que assustara tanto os seus antigos pretendentes.
Eram flores, bombons, passeios...e eram tantas juras de amor que ela não desconfiou quando, menos de seis meses depois de se conhecerem, o suposto engenheiro lhe pediu em casamento.
Mesmo contrariando a vontade dos país, ela confiou que ele já houvesse trabalhado fora do Brasil, acreditou que ele estava momentaneamente (o que durara seis meses) desempregado e acreditou que ele era livre e desimpedido, como ele dissera.
Os planos do canalha, cinco anos mais jovem do que Maria Helena, foram descobertos quando, já na lua de mel, ele a deixou na praia e cheia de dívidas pra pagar.
Se alguém tivesse lhe contado, ela não teria acreditado: como um homem namora com uma mulher por seis meses, lhe faz juras de amor, lhe engana se passando por engenheiro e a convence a pegar todas as suas economias e investir num escritório para o marido ali, em sua cidade natal? Acreditava que, realmente, ficara cega de amor pelo bandido!
Na época parecera um grande negócio: de fama internacional (ele lhe convencera), ele logo atrairia clientes e, em um ano, lhe devolveria o empréstimo com juros e correção monetária.
Os parentes haviam feito uma "vaquinha" e oferecido aos recém-casados a viagem dos sonhos de Maria Helena: ela era louca pra conhecer as praias do Nordeste.
O pacote incluía passeios, hospedagem nos melhores hotéis e tudo parecia um sonho, até que, um dia, o casal estava na praia, quando o marido disse que iria buscar água de coco para a esposa e já voltou dizendo que tirara a sorte grande. Naquele meio tempo, recebera o telefonema de um colega querendo contratá-lo para um serviço enorme! Ganhariam milhões!
Maria Helena ainda se lembrava que ele a carregara nos braços, lhe dera beijos e lhe fizera juras de amor dizendo que lhe daria o mundo.
Para saber maiores detalhes, Olívio disse que teria que voltar ao hotel, pois precisaria acessar a internet, que não era boa ali onde estavam. Ela disse que voltaria com ele, mas o marido carinhoso lhe disse para ficar ali, curtindo a praia, enquanto ele fazia a parte chata do negócio. Prometeu voltar em, no máximo, uma hora.
"Não se desconfia de quem se ama...não se desconfia de quem lhe faz tantas juras de amor...não se desconfia de quem tem a chave de seu coração e lhe promete dar o céu", ela acreditava.
Uma hora se passou e ela resolveu que, talvez, como fosse alta temporada e os hotéis estivessem lotados, a internet estivesse muito carregada e lenta por ali. Porém, quando se passaram duas horas, ela se preocupou e decidiu voltar ao hotel.
Como sua mãe costumava dizer, um sexto sentido lhe avisava que algo ruim tinha acontecido e ela chegou a pensar que talvez fosse um golpe da pessoa que queria contratar o serviço do marido...chegou a pensar que poderiam tê-lo sequestrado!
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O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceJonas acreditou que Carlos tinha partido, mas quando o amor é tão forte, nem a morte pode nos afastar! Agora, guiado pelo espírito de Carlos, o professor de português terá uma nova chance de se apaixonar e de ser feliz. Porém, uma ameaça ronda Jonas...