CAPÍTULO 6-JONAS DOA SANGUE PARA BETO

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Uma  semana depois do incidente no banheiro, finalmente Beto conseguiu mudar o horário de trabalho e comparecer ao curso.

_Fessor, este aqui é o Beto, meu namorado._disse Beatriz cautelosamente.

Jonas olhou para o homem que supostamente machucara o seu cãozinho.

O rapaz trazia um sorriso amistoso no rosto corado. 

_Boa noite, professor Jonas. Foi mal aquele dia, mas, dou a minha palavra que não tive a intenção de machucar o seu animalzinho. Juro que foi um infeliz incidente.

Jonas baixou a cabeça e fingiu mexer em alguns papéis sobre a mesa. Definitivamente, não havia simpatizado com o rapaz. Talvez, mesmo se não tivesse acontecido o incidente, também não fosse  gostar dele. O professor só não sabia por quê.

_Ok, vamos esquecer isso, está bem?_disse querendo finalizar aquela conversa logo.

_Obrigado.

Beto estendeu a mão para que Jonas a apertasse, como se selassem a paz e o professor teve que pegar a mão daquele homem.

_E aí, o cachorrinho está bem?_Beto tentou ser gentil.

_Está...ele está bem.

Jonas evitou olhar o rapaz que afastava-se indo sentar-se.

_Ah, fessor!_chamou Beatriz._Não precisa apresentar o Beto pra turma não, tá bom? Todo mundo sabe que ele é o motorista do ônibus e todo mundo sabe que ele é o meu namorado.

Um dos rapazes, que ouvira a conversa, intrometeu-se:

_E todo  mundo sabe que o pai dele vai concorrer a prefeito no ano que vem.

A turma começou com um pequeno tumulto, comentando sobre os possíveis candidatos à prefeitura e Jonas irritou-se, chamando-lhes a atenção para dar início à aula.

A partir daquele dia, Jonas pode perceber que as suas aulas haviam perdido um pouco do entusiasmo na vida dele  e ele creditava isso ao novato.

Beto era extremamente educado com ele, comportava-se bem na sala de aula, mesmo tendo a namorada forçando algumas situações para chegar perto do namorado ou mesmo para enviar alguma mensagem escondida pra ele.

Temendo ser chamado de rancoroso, Jonas fingia não perceber, pois era evidente que a moça era a mais afoita na relação.

Uma noite, quando o professor estava chegando, percebeu um pequeno tumulto no corredor e, no meio dele, havia uma garota sendo consolada pelas amigas.

Quando Jonas aproximou-se, percebeu que era Beatriz. Logo vieram informá-lo que o namorado da garota havia sofrido um acidente com a moto e que precisaria operar. Estavam, inclusive, fazendo campanha para doação de sangue.

Assim que foi informado do que se tratava, Jonas seguiu o seu caminho até a secretaria da escola a fim de resolver um problema e, quando voltou, o tumulto já estava controlado. 

Beatriz fora embora. Parecia que só tinha ido à escola para apelar pela doação  de sangue dos colegas.

Como haviam feito campanha para a gincana estudantil (os alunos doarem sangue era uma das tarefas), poucos alunos puderam doar.

No dia seguinte, Beatriz não compareceu à aula e Jonas ficou sabendo que havia complicado o caso do namorado dela.

Grande foi a surpresa do professor, quando, no intervalo, foi informado que o problema do rapaz era a falta de sangue do tipo dele: O-, que só pode receber de O-.

O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora