O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gay

CAPÍTULO 22-OLEGÁRIO AMEAÇA JONAS

Jonas agradeceu a Deus  por acordar e lembrar-se que era sábado.

Como se fossem conectados, Fino logo pulou na cama do professor para dar as suas costumeiras lambidas de "bom dia" ao dono.

Como fazia todos os dias, o professor abriu a porta e deixou o cãozinho descer para tomar café com os seus avós.

Jonas tinha o coração confuso ao lembrar-se do encontro que tivera com Carlos no banheiro da escola, na noite anterior.

Chegara em casa e logo fora deitar-se. O sono não veio rapidamente e, quando veio, foi agitado. No sonho, uma mistura de Carlos e de Beto o perseguia pelos corredores da escola. Quando o encontrava, desafiava o professor a descobrir se o rapaz era um ou outro...Carlos ou Beto. Jonas teve que admitir que não foi um sonho agradável.

Acordou cedo e, numa tentativa de distrair-se,  decidiu ir passear com Fino na praça. Pretendia brincar com o cachorrinho naquela manhã de sol e, na volta, dar um banho nele no terraço de casa.

A praça estava tranquila. O professor, conhecido por todos, era cumprimentado pelas pessoas que também aproveitavam aquela manhã de sol pra caminhar na praça, encontrar-se com os amigos ou também brincar com seus cachorros.

Jonas não ficou surpreso quando alguns alunos de sua escola vieram falar com ele para dizer que a homenagem feita a ele fora escolhida como a vencedora do concurso da noite anterior.

O professor sabia que Ema devia ter manipulado os jurados para dar vitória justamente à turma que seria convidada a passear com o seu professor preferido. Uma pontada de contrariedade passou pela cabeça do professor já imaginando a diretora inventando irem a algum lugar onde ela pudesse  deixar os seus atributos físicos à mostra para tentar, pela milésima vez, atrair a atenção do professor de português. 

Jonas levara a bolinha laranja de Fino e a jogava pra ele ir buscar. O professor tinha o cuidado de não lançar a bola longe e ficava de olho no animalzinho que pegava o brinquedo e retornava até o dono com a cabecinha erguida, orgulhoso e sacudindo a calda, demonstrando como estava feliz.

Distraído, o professor não percebeu que alguém olhava para ele de longe, sentada dentro de seu carro de vidros escuros,  escondido pelas árvores, em um ponto estratégico: Ema.

Mesmo tendo percebido que Jonas parecera não ter ficado à vontade com a homenagem de Beto, Ema mexera os seus pauzinhos para que eles fossem eleitos os melhores da noite, garantindo assim o passeio à turma do professor. Claro que ela faria questão de acompanhar o professor e sua turma no dia do prometido passeio ao primeiro lugar do concurso.

Foi difícil permanecer na festa até o fim, já sabendo que a pessoa para quem ela se arrumara tanto já não estava mais ali. Ela ensaiara tantas formas de aproximar-se de Jonas e todas haviam sido frustradas com aquela partida tão prematura do seu amado.

Se a diretora suspeitava que o motoqueiro fantasma era o filho do futuro prefeito, agora, com aquela homenagem improvisada de Beto, viera a confirmação. Ema  já  tinha  certeza de que não era apenas ela que estava de olho no professor delícia.

Muito "prestativa", decidiu ir pessoalmente dar a notícia da vitória ao professor, mas quando passava pela praça foi atraída por aquela figura maravilhosa, de bermuda jeans surrada, de camisa de malha verde, cabelos ao vento, sorrindo ao brincar com o seu cachorro.

Emanuele não teve dúvidas quando parou ali mesmo para apreciar a cena. Porém, ficou alerta quando viu a chegada de Olegário, com um cão pitbull enorme indo em direção ao professor.

Jonas assustou-se quando sentiu uma presença atrás dele. Quando virou-se, ficou apreensivo.

Olegário olhava o professor com o seu semblante de poucos amigos.