Sabendo que iria encontrar-se com Jonas naquela noite e que teria que declarar-se pra ele, Beto desejou que o dia passasse rápido, mas aconteceu justamente o contrário.
Quando a noite finalmente chegou, ele estava nervoso o bastante para procurar a tia e pedir ajuda.
_Tia Madá, pelo amor de Deus...eu estou uma pilha de nervos! Não sei nem o que vestir, acredita?
_Mas o que é isso, meu garoto? Vocês dois se encontram todos os dias e hoje será apenas mais um desses dias...aliás, dessas noites. _sorriu a tia confiante.
_Mas será uma noite decisiva pra mim._confessou o rapaz.
_Pra vocês dois, você quer dizer. Não acredito que o Jonas não te ouvirá, filho...muito menos acredito que ele não te dará uma chance de se aproximar.
Madalena começou a procurar uma camisa para o sobrinho, quando Savana entrou.
_Nossa! Pra que esta produção toda, meu Deus? Vai encontrar-se com a Beatriz para marcar a data do casamento?
_Ele..._começou Madalena ainda examinando as roupas no guarda-roupas de Beto.
Aflito e temendo que ela contasse a verdade, Beto adiantou-se:
_Estamos comemorando mais um mês de namoro, mãe, é isso.
Madalena olhou o rosto do sobrinho sem saber o que dizer.
_Que lindo, filho! Sempre fui romântica e sempre percebi que você me puxou. Pena esta garota não poder ter filhos, assim o seu pai não implicaria tanto com ela, Beto. Essa insistência dele vai acabar prejudicando a sua felicidade, isso sim._lamentou Savana.
Beto puxou a primeira camisa que a tia lhe oferecia, vestiu, deu um beijo de despedida na mãe e saiu rapidamente.
Madalena não podia deixar de ir ter com ele:
_Eu não iria contar para a sua mãe, seu bobo._confessou.
_Tia, por um momento achei que iria me entregar, juro pra senhora.
_Aí você não conseguiria sair daqui antes da meia-noite. Mas, não aprovo você esconder a sua homossexualidade da sua mãe.
_Eu não vou esconder, prometo. Só preciso de um tempo.
A tia ajeitou a gola da jaqueta e arrumou o capacete na cabeça do sobrinho com cuidado.
_Não prefere que eu te leve? Você está tão ansioso demais...nem vai conseguir pilotar a moto direito.
_Não...tranquilo. Prometo ir devagar. Deseje-me sorte.
_Toda a sorte do mundo. Que Deus te abençoe e que os espíritos de luz intercedam por você, Beto.
Madalena beijou a cabeça do sobrinho querido.
Quando Beto chegou na casa de Jonas, não conseguiu entrar imediatamente, pois achou que o som do seu coração poderia derrubar a casa no chão.
Mil e uma coisas passavam por sua cabeça, avaliando, inclusive, se não estava sendo muito precipitado chegando ali assim, sem aviso prévio, sem avisar a Jonas que viria...e se ele tivesse saído? E se ele estivesse ocupado? E se ele tivesse algum compromisso ou mesmo estivesse com visitas?
_Beto?_alguém chamou o seu nome.
Beto olhou para trás assustado, deparando-se com os avós de Jonas.
_Boa noite!_disse como se ficasse aliviado por ver que eram pessoas de confiança, capazes de encorajá-lo e não o contrário.
_Boa noite!_responderam com um sorriso manso dispensando o táxi que os havia levado até ali.
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O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gay
RomanceJonas acreditou que Carlos tinha partido, mas quando o amor é tão forte, nem a morte pode nos afastar! Agora, guiado pelo espírito de Carlos, o professor de português terá uma nova chance de se apaixonar e de ser feliz. Porém, uma ameaça ronda Jonas...