CAPÍTULO 52-"UMA SEGUNDA CHANCE"

308 66 16
                                    


O médico dera a Jonas oito dias de licença, mas ele sabia que a escola devia estar um caos com a morte da diretora de forma tão trágica. Melhorou três dias depois e decidiu voltar, mesmo sob os protestos da família que percebia o quanto ele ainda estava abalado.

Jonas confessou pra Joice  que a ausência de Beto estava acabando com ele, pois o arrependimento e o remorso pelas palavras que berrara na beira do rio na despedida de Carlos o estavam consumindo.

O professor reconhecia que não podia ter deixado que a emoção o afetasse daquele jeito mais uma vez! Teve esperanças de melhorar, caso se distraísse com os alunos.

Assim que o professor chegou à escola, vários alunos e funcionários vieram recebê-lo para saber como ele estava.

Jonas ficou chocado com a normalidade da escola. 

Não havia exatamente um clima triste, fúnebre. Na verdade, parecia que o ambiente estava mais tranquilo, mais leve com a morte da diretora arrogante e autoritária. Os alunos mal falavam de Emanuele e ele chegou a surpreender alguns funcionários e alunos rindo, como se fosse um dia normal.

"A gente não vale nada neste mundo, meu filho. Somos peças facilmente substituíveis", sua mãe comentaria mais tarde quando ele fosse desabafar com ela.

A vice-diretora assumiu temporariamente a direção e o prefeito informou que haveria eleição para a substituição do cargo em um mês. Matilde informou que não iria querer se candidatar, visto que faltava apenas um ano pra  se aposentar e queria apenas esperar o seu tempo numa função burocrática menos estressante, como secretária ou bibliotecária.

Cogitou-se os nomes de vários professores, mas esses não se julgavam à altura do cargo. Depois de alguns dias, apenas dois se candidataram timidamente, porém, era visível que a comunidade e os alunos não estavam muito satisfeitos com os concorrentes.

_Fessor, por que o senhor não se candidata?_Beatriz sugeriu uma noite.

Os outros alunos se manifestaram a favor da ideia da aluna, mas Jonas logo informou que não se interessava em dirigir uma escola, como tantas vezes já havia confessado a eles.

Durante o mês, os dois candidatos ruidosamente arrastaram as suas candidaturas, mas reconheceram que não tinham a aprovação da comunidade.

A eleição foi num domingo, para que toda a comunidade escolar pudesse votar.

À noite, Jonas recebeu uma ligação da atual diretora convocando uma reunião de emergência na escola, pois haviam tido problemas na votação.

Desanimado, pois havia programado passar a noite em casa vendo filmes com Fino, Jonas dirigiu-se até a escola.

A escola estava lotada de pais, alunos, professores e funcionários, o que deixou o professor curioso para saber, afinal de contas, que problema era aquele que movimentara tanta gente. Até o prefeito estava presente, ouvira alguém dizer.

_Nossa, fessor...fala logo com a diretora Matilde pra liberar o resultado da eleição. A gente vai ter que esperar quanto tempo?_reclamou Beatriz.

Jonas prometeu tentar acelerar o processo, afinal, ele também não queria ficar muito tempo ali.

A ausência de Beto estava lhe provocando insônias e ele vivia triste, abatido e cansado. Reconhecia que estava perdendo até o entusiasmo em suas aulas. 

Fora um mês inteiro sem um telefonema...uma única mensagem...Madalena só falava que Beto estava bem e trabalhando demais com o pai, agora que Olegário morrera. Aconselhava Jonas a deixar que o sobrinho dela desse o primeiro passo para a reconciliação.

O AMOR SEMPRE DÁ CERTO-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora