Capítulo 1

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POV Emma

Esperança. Todos falam que devemos ter isso conosco, e que é um sentimento forte que pode mudar uma vida.
Não tenho esperança de mais nada para mim, meus dias não tem cor. Queria não fazer parte desse plano vital.

Meu nome é Emma Swan, tenho 20 anos e moro com a minha mãe Mary e seu marido Graham. Desde que meu pai David se separou de minha mãe e foi embora, minha vida virou um inferno.

Graham sempre me olhava diferente, de um jeito que me fazia sentir medo. E minha mãe sempre dizia que eu tinha que ser mais gentil com ele, e que agora ele estava no lugar do meu pai.

—Ele nunca vai ocupar o lugar do meu pai. E nunca vou me dar bem com ele entenda isso. Digo

—Emma não seja tão mal agradecida. Graham é um ótimo marido e uma boa pessoa. Seja educada com ele. Disse

Antes que eu pudesse responder ela já tinha deixado o meu quarto. Não sabia oque fazer da minha vida, não me via motivada para quase nada. Havia apenas uma coisa que nunca me deixa cair. A musica.

Ganhei um violão da minha madrinha Ingrid que mandou gravar o meu nome no braço do violão em letras desenhadas na cor prata. Meu violão era lindo numa cor amadeirada e apesar de tudo era a minha paixão.

Moro em Storybrooke no Maine e desde que nasci nunca sai daqui. Minha dinda mora em Boston e sempre quis que eu fosse para lá, mais minha mãe nunca deixou. Depois que conheceu Graham ele sempre colocava coisas na cabeça dela de que eu não deveria sair de Storybrooke por ser nova demais.

Certa vez quando eu tinha acabado de tomar banho e estava me trocando senti que estava sendo observada. Corri na janela e não tinha ninguém, mais eu sabia que tinha e sabia também quem era.

Graham sempre implicou com as minhas amizades, e eu fazia questão de manter para não me sentir tão sozinha. Ruby e Killian sempre estavam comigo e o marido de minha mãe fazia questão de deixar claro a sua insatisfação.

Precisava de um emprego, quanto mais tempo eu ficasse longe de Graham melhor seria. Lembrei que Ruby havia comentado que sua vó estava contratando para o cargo de garçonete.
Peguei logo meu celular e mandei-lhe uma mensagem.

[10:15] Emma: Loba a vaga de garçonete ainda está aberta?

Ruby não demorava muito para responder. Sempre estava com celular e isso era maravilhoso.

[10:17] Ruby: Está sim cisne. Gostaria de se candidatar ao cargo?

[10:20] Emma: Quero muito. Estou saindo de casa para ir ai.

Estava com minhas roupas habituais, calça preta customizada. Uma blusa braca e minha jaqueta vermelha. Avisei minha mãe que iria ao Granny's.

Quando ainda criança meu sonho era ser cantora, mas sabendo minha condição isso nunca será possível. Não queria ser estrondosamente famosa, apenas queria levar a minha arte para novos horizontes.

Cheguei no restaurante da vovó já dando de cara com a minha amiga servindo alguns clientes e acenei para ela. Ruby era como uma irmã para mim, ela sabe de tudo sobre mim e sempre me ajuda.

—Vovó está na cozinha cisne. Vá até lá, já falei com ela. Disse

—Obrigado por isso Rubs. Digo e dou-lhe um abraço

Entrei na cozinha já sentindo o cheiro de chocolate quente com canela que eu amo e que só a vovó sabe fazer. Ao perceber a minha presença veio ao meu encontro e abraçou.

—Ruby me disse que gostaria de trabalhar conosco. Disse

—Quero sim vovó, na verdade eu preciso desse trabalho. Digo

Granny tinha uma expressão que não conseguia decifrar de nenhuma maneira. Estava ficando com medo até ela quebrar o silêncio.

—A vaga é sua minha menina. O trabalho não é difícil, você só servirá mesas com Ruby e ajudará no fechamento do caixa e também nos ajudará a organizar aqui. Pode fazer isso? Disse

—Consigo sim vovó. Quanto mais tempo eu passar fora de casa melhor. Digo de cabeça baixa.

Granny sabia quando algo me aflingia e sempre tinha todo o tempo para conversar comigo. Me fez um chocolate com canela e pediu para que eu sentasse e sabia que era para lhe contar oque me fazia mal.

—Eu só queria que meu pai estivesse comigo Granny. Eu não suporto Graham ele me faz mal e me olha de uma forma que me dá nojo e repulsa. Digo não contenho minhas lágrimas

Eu odiava o fato de ter que conviver naquela casa. Minha mãe não me entendia mais, não era mais tão carinhosa como era antes e me deixava sempre para segundo plano.

Sei que já tenho idade o suficiente para me virar sozinha, o problema não é esse e sim a falta de um colo de mãe de um carinho que há tempos não tenho mais.

—Oh minha menina. Eu entendo, mais manter calma é a melhor coisa. Você tem à mim e também seus amigos que te amam. Nunca estará sozinha. Disse

Me permiti derramar todas as lágrimas que estavam sendo seguradas. Eu só queria poder ser eu mesma e ser feliz e ter motivo para ser feliz. Me recompus e agradeci pelo emprego que eu já começaria amanhã.

Tudo oque eu menos queria era voltar para casa, infelizmete não havia outro jeito. Ao chegar vi Graham na sala e fingi que não tinha ninguém ali mais o infeliz fez questão de se fazer presente.

—Isso é hora de chegar em casa? Onde estava? Disse com a voz alterada

Era só oque me faltava ter que dar satisfação da minha vida à esse ser. Respirei fundo e sai da sala, quando subi uns dois degraus senti uma mão segurando forte o meu braço.

—Me solte agora. Digo entre dentes

—Quando eu te perguntar algo você me responda. Disse

Me desvensilhei de sua mão e subi correndo para o meu quarto e tranquei a porta. Não vou aguentar muito tempo mais dentro dessa casa com esse homem aqui.

Me despi e entrei em meu banheiro e tomei um banho me permitindo chorar mais uma vez. Só queria o meu pai comigo, para me abraçar e dizer que tudo vai ficar bem. Iria dar um jeito de descobrir seu número de telefone.

Minha mãe me chamou para o jantar e não estava afim de descer e olhar na cara dele. Disse que não estava com fome e que iria dormir. Amanhã começarei no Granny's e tudo oque mais quero é que esse trabalho me traga um pouco de felicidade em meio à tantas trovoadas que tenho em minha vida.

Thunderclouds | SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora