"Um fio de esperança"

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"Respiro com dificuldade imersa em um rio com uma correnteza forte que me arrasta pelo seu extenso percurso. Fico totalmente submersa e olho pra cima enxergando a superfície da água turva, bolhas sobem levando meu ar e tudo está tão escuro a minha volta. Um buraco se abre debaixo de mim e começa a me sugar junto com a água, estico meus braços para cima em desespero quando consigo, mesmo com a água turva, enxergar o rosto que tanto admirei. Suas mãos penetram o liquido ao meu redor e alcançam minhas mãos me puxando ao seu encontro. Grudo em seu corpo sem acreditar que está ali.

-Está tudo bem minha praguinha. -Seu sorriso aquece meu coração. -Hora de acordar!

-Não!

Falo não querendo que isto termine.

-Agora! Acorde!

Ele grita alto com a voz grossa e meu coração explode no peito quando seu corpo se afunda nas águas."

-Nãaaao!

Acordo exasperada gritando alto.

-Chilli, se acalme filha!

Olho pro lado encontrando Eve em pé do lado da cama me olhando preocupada. Sem dizer uma palavra, pego em sua mão e me deito novamente encarando o teto. Ainda estou tentando raciocinar o que aconteceu em choque com meu sonho.

-Está mais calma?

Eve pergunta com carinho na voz.

-Sim. –Me sento na cama e sorrio pra ela. –Preocupada com ele.

-Eu sei. Também estamos. –Ela me abraça com os olhinhos lagrimejados. –Ah eu tive tanto medo por vocês e principalmente por você filha. Eu te amo tanto menina, que não aguentaria perde-la! Acho que iria junto com um enfarte.

-Oh Eve. –Sorrio abraçando-a mais apertado. –Eu também te amo mãe.

Ela se afasta olhando seria com a boca entre aberta totalmente desacreditada do que ouviu. Seus olhos viram duas cascatinhas jorrando lagrimas e meu coração erra uma batidinha pela baixinha em minha frente.

-Há quanto tempo estou aqui Eve.

-Bom, depois que lhe deram os calmantes, você acordou algumas vezes desnorteada, mas voltava a dormir logo em seguida. Acho que iria completar quarenta e oito horas daqui a pouco.

Escancaro a boca e antes de dizer algo, somos interrompidas quando a porta do quarto se abre e o doutor entra.

-Finalmente acordou minha querida!

-É...eu acho que sim.

Ele solta uma risada antes de continuar.

-Acredite, eu te visitei umas cinco vezes depois que lhe deram o calmante inapropriado para as suas condições atuais, mas tudo ocorreu muito bem e eu vim apenas para alguns exames e talvez lhe dar alta ainda hoje.

-Isto é ótimo! Então posso ficar perto do Adam agora.

-Aaah quanto a isso, eu não sei se será possível agora. A onde ele esta não é bom que você frequente.

-Mas não posso ficar sem vê-lo ou saber se está bem doutor! –Falo me preocupando. –Não podemos mudá-lo para um quarto privado a onde eu possa frequentar?

-Humm, posso verificar pra você esta questão.

-Se houver custos não nos importamos.

-Tudo bem. Vou ver o que posso fazer.

Alguns exames feitos e recebi a alta quando já estava anoitecendo. Não queria sair do hospital e deixar Adam para trás, mas Eve e Mary me convenceram a ir pra casa tomar um banho e comer algo enquanto tentam muda-lo de quarto. Oponho-me um pouco, mas de nada adianta eu ali sem poder ir até onde ele esta. Ainda relutante, peço pra que me liguem por qualquer coisa, pela menor que seja e saio do hospital escoltada por Bruce e mais dois caras, ele teve de chamar assim que notou repórteres e paparazzi em frente ao meu condomínio e no hospital.

Malagueta "Atrevida e Abusada" •Vol 1  || EM REVISÃO√Onde histórias criam vida. Descubra agora