"Deus da fertilidade, não ouse me visitar mais!"

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O Caminho para o hospital foi comigo tentando acalmar o Adam e as minhas contrações que estavam ficando cada vez mais intensas. Ele enfiou o carro de qualquer jeito nas vagas ocupando duas delas. Desci ainda tentando respirar fundo, apesar das contratações intensas e dolorosas, não é algo que não consigo suportar, só que o peste não entendeu isso e assim que me viu em pé, seu rosto ficou branco e ele me enlaçou nos braços me levando pra dentro.

-Adam me solta! Eu ainda consigo andar.

-Tem certeza? Você esta bem?

-Claro que estou!

Ele me deixa sentada na cadeira perto da recepção e sai gritando pelo corredor.

-Alguém me ajude, ela esta nascendo!

-Perdão senhor! Quem esta nascendo?

Uma enfermeira pergunta com a testa franzida.

-A minha esposa!

Seus olhos se arregalam um pouco até focar em mim sentada na cadeira com um sorrisinho frouxo do tipo-Não liga que ele ta doido-.

-Ah sim! Sua esposa esta entrando em trabalho de parto. Entendi.

-É isso ai!

Rapidamente ela traz uma cadeira de rodas com outra enfermeira até mim e me guia pelo corredor fazendo algumas curvas até chegarmos a um quarto. A doutora que nos acompanhou durante todo o pré natal entra com um sorriso enorme ao me ver, mas bem confusa ao olhar para as pernas do Adam. Faço um sinal com dedo na boca pra que não fale nada e ela me entende com um simples aceno.

-Boa noite papais! Como estamos hoje?

"Parecendo uma vaca? Ou que tal: tem um ser rasgando meu quadril! Ou quando minha vagina vai se abrir de vez e o melão vai passar?" É tudo o que penso em responder mas...

-Se ela nascer logo, tudo vai ficar ótimo.

Digo com um sorriso amarelo para não responder tudo o que tenho na cabeça apesar de querer xingar aos quatro ventos.

-Que bom! Vamos dar uma olhadinha na sua dilatação. -Ela se vira para as duas enfermeiras e da algumas ordens. -Coloquem a roupa hospitalar nela e me chamem pra que eu possa verificar.

Ela sai do quarto com um sorriso e leva o Adam junto me deixando com as duas que começam a me trocar. Em menos de cinco minutos estou com a roupa hospitalar e pronta pra abrir minhas pernas. Elas saem e logo voltam com a doutora.

-Olha só Victorya, você vai ser acompanhada a todo instante por essas duas enfermeiras, e elas vão te ajudar caso precise de algo ok?! -Lhe dou um aceno de entendimento. - Apóie os pés ao lado pra que eu possa ver.

Faço como ela manda e não gosto dos "huuuns" e "ok ok" que ela diz enquanto observa a minha grutinha.

-Você ainda não está dilatada o suficiente meu bem. Conforme conversamos e eu te expliquei, iríamos tentar o parto normal e se acaso você não consiga, vamos partir para a cesárea. Então vamos esperar mais um pouco ok? Em torno de duas horas.

"Não! Não tá nada ok! Está doendo cada vez mais, então faz o que tem que fazer caralho"

Mas ao invés de responder essa merda, eu apenas aceno e contínuo respirando fundo porque é o que me resta.

*

Uma hora depois estou chorando e fungando o nariz como uma louca, andando de um lado pro outro para amenizar a dor. Porque é que o penis ou a vagina não vem com um bilhete escrito "Perigo de arrombamento após nove meses?" Aé, pior que todo mundo sabe disso, mas na hora do bem bom ninguém liga merda!

Malagueta "Atrevida e Abusada" •Vol 1  || EM REVISÃO√Onde histórias criam vida. Descubra agora