Quando a vi se distanciando discretamente indo novamente em direção ao jardim, me enchi de coragem e a segui, suavemente toquei seu ombro lhe chamando atenção.
- Desculpa se te assustei. Só queria saber se posso lhe fazer companhia? - lhe perguntei tímida.
- Claro, sem problema. - não sei se era impressão, mas ela parecia um tanto nervosa.
- Aqui é muito bonito. - falei enquanto olhava a beleza daquele jardim para quebrar o silencio.
- É sim, sempre que visito o Ti gosto de ficar contemplando em silencio esse jardim, me acalma!
- Se eu estiver atrapalhando...- ela não deixou eu terminar e segurou suavemente meu braço.
- Você não está atrapalhando de forma alguma, é sempre bom contemplar a beleza em boa companhia. - sorri tímida com o elogio indireto.
Sentei-me ao seu lado num banco próximo, e ficamos em um silencio reconfortante, sua companhia me dava uma sensação de plenitude tão grande que eu cheguei me assustar então resolvi quebrar aquele conforto com a primeira coisa que pensei em falar.
- Você e as meninas estão tão diferentes. Quer dizer, a Willy continua iluminada como sempre, mas sei lá está tão diferente ao mesmo tempo. Não sei explicar. E você então, nem lembra em nada a garota que conheci anos atrás. - suspirei. - Se passou tanto tempo, tanta coisa mudou.- ela apenas me fitou de lado. - Apesar de algumas coisas ainda serem iguais. - Me olhou questionadora. - o humor da Karin por exemplo. - ela revirou os olhos.
- Isso nunca vai mudar, afinal é a Karin. - riu leve. - lembra daquela guerra de travesseiros que filmaram? - só assenti rindo da lembrança. - Tem gente que nem sabe que a ideia surgiu porque a Karin vivia começando uma com a gente e varias as vezes fomos repreendidas por ficarmos fazendo bagunça nos hotéis.
- Verdade e a gente ia na onda. - continuei a rir nostálgica. - Só a Pity que tentava a todo custo evitar. Aqueles momentos eram tão divertidos.
- A Li sempre foi meio bonequinha, não gostava de estragar o visual nem para dormir.
- Ela está bem mais séria, mudou bastante também.
- Talvez, de todas ela foi a que teve mais motivos para mudar - Pareceu refletir no que ia dizer. - Não sei se poderia te dizer isso, mas saiu na mídia então se você não sabe não seria difícil descobrir. - respirou fundo. - a Li sofreu com uma relação abusiva. Não sei se lembra do Matheus que fez parte do br'oz? - pensei um pouco, porque a lembrança me era bem vaga, até que lembrei do rapaz bonito de cabelo liso que sempre caía nos olhos, e assenti. - Pois ele era o ex da Li que a agrediu, foi bem complicado na época. Sabe como é, tentaram ainda culpar a Li pela agressão. Alguns tiveram a cara de pau de defender ele, ela teve que reaprender a ser forte.
'Geralmente esse tipo de situação é muito difícil para a mulher e ela acaba se diminuindo aceitando o abuso por não enxergar uma saída. A sorte é que a Li teve a família, amigos e o JP ao seu lado para ajudar nessa fase. Ter apoio nessas horas é muito importante.' - Sentia que ela não me contava essa historia apenas para eu compreender as mudanças na personalidade da Pity.
- Eu ainda acho estranho chama-la de Li. - tentei mudar de assunto, me incomodava falar sobre isso. - para mim sempre vai ser Pity.
- Então se prepare! - Só a olhei esperando a conclusão. - ela ficava p da vida comigo toda vez que eu a chamava de Paty, de vez em quando eu ainda chamo, mas bem longe dos ouvidos dela. - sorriu abertamente. - É difícil se acostumar com algumas mudanças, ainda mais quando algumas delas fazem parte da nossa rotina, mas nada que o tempo não resolva. - e lá estava novamente o sentimento de que não era da Pity exatamente que ela falava.
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Ce's la vie
Storie d'amoreÉ um recomeço não só para o grupo, mas para a vida de algumas!