Fantine

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Ficamos em um silencio compartilhado reconfortante apenas contemplando a vista daquele belo jardim, e eu teria passado horas apenas apreciando o momento se a bicha encubada do Tiago não tivesse vindo nos chamar para dentro.

Consegui convencer o Ti a me deixar ficar ali por mais algum tempo, mas a Lu não teve tanta sorte e ver a Lu me pedindo socorro em quanto era arrastada pelo Ti para dentro através do olhar valeu realmente a pena.

Nunca a vi tão desesperada para fugir de alguém como naquela situação, mas antes ela do que eu!

Por mais que eu quisesse ficar ali repassando cada segundo da conversa que tive com ela, sabia que teria que voltar e antes que a Willy ou o próprio Ti viessem me buscar reclamando da minha mania de me isolar naquele jardim, decidi voltar, porem antes mesmo de chegar a sala onde estavam quase todos, Karin quase me arranca o braço ao me puxar para outro cômodo para termos uma conversa em particular.

- Que isso mulher? Se quer tirar meu braço use uma motosserra, será menos dolorido! - falei enquanto esfregava meu ombro.

- Nem foi para tanto!- só a olhei indignada. - Tá bom, me desculpe, mas estou curiosa ora. Quero saber como foi?

-Como foi o que mulher?

-Como assim? Como foi o que? - me olha debochada. - sua conversa com a Lu ora! Não fiz um esforço sobre-humano segurando o Ti para você não me dar nenhum detalhe.

-Segurar o Ti? Quem você acha que foi lá nos atrapalhar?

- E quanto tempo vocês tiveram antes dele ir lá? Você conhece a peça, sabe muito bem que se dependesse dele vocês teriam no máximo 5 minutos de conversa, então me agradeça contando os detalhes.

- Ah Ká, foi uma boa conversa. Pela primeira vez eu sinto que realmente podemos ao menos sermos amigas, sabe. - suspirei. - Não me senti incomodada em ter todos esses sentimentos não revelados perto dela, e pude ser eu mesma perto dela, sem qualquer falsa animosidade.

- foi isso! Qual foi o assunto? Detalhes mulher, quero detalhes...

- Não posso dizer muito, ela falou coisas pessoais dela, talvez com o tempo ela revele para todas, mas foi tão bom conversar com ela sabe?! Ela disse que se sente a vontade comigo. Ouvir isso me fez tão bem. Parece bobo que algo tão simples tenha me feito tão bem, mas saber que depois de todo esse tempo de alguma forma ela se sente a vontade comigo é maravilhoso.

- Se seus olhos brilharem mais eu vou ficar cega. - disse rindo da minha cara. - Vou relevar porque pelo visto ela lhe falou coisas intimas e que é bom para você manter a confiança dela, mas essa miséria de informação não está valendo o esforço que fiz para segurar o Ti. Você vai ter que arrumar um jeito de me pagar. - abri um sorriso enorme, ela era uma amiga incrível. - Nem adianta tentar me subornar com esse sorriso bonito ai que a divida ainda está valendo.

- Não tem problema Ká, eu pago com juros, correção monetária e dou até brinde. - a abracei sorrindo, porque depois da conversa com a Lu tudo parecia perfeito. - Te amo Karin Hils!

- Nesse momento eu acho que te odeio porque esse seu comportamento está fazendo minha curiosidade ir as alturas, mas também sei ser injusto cobrar por um assunto que não é seu. - fez uma careta emburrada.- Ah antes que eu me esqueça, a Willy também me ajudou a segurar o Ti, então ela deve desconfiar de algo.

- Sempre achei que ela desconfiava.

- E porque você nunca falou com ela? Sabe que a Willy é super de boa.

- Na época eu tinha medo que a Lu notasse algo e caso isso acontecesse ela iria precisar de alguém para desabafar, a Paty era jovem demais. Depois não havia o porque e agora, se rolar a volta ela vai precisar mais do que nunca de um ombro amigo, não quero colocar a Willy para ter que escolher partido.

- Fantinão, você é o cara! Pensa em tudo em prol da sua garota.

- Quem dera ela fosse minha garota.

-Quem sabe ela sempre foi só nunca tenha notado! - disse rindo da minha cara de boba apaixonada que obviamente eu estava após sua fala.

Voltamos para a sala com a Karin ainda tirando com a minha cara.

Quando entramos na sala vimos a Lissah já se preparando para partir. Disse ter que passar no JP ainda, resolver questões sobre a pequena Antonella.

Aline estava animadíssima, de todas nós era notório que ela era a que mais queria aquela reaproximação, ela não admitiu na época, mas ela realmente sentiu falta da Lu depois da sua saída, talvez até mais que a Paty, mas também fora a que a perdoará mais rápido. Por isso que talvez ela tenha se sentido culpada por não a procurar ao longo dos anos, e ver a Willy tão feliz já valerá a pena, isso e claro rever a Luciana, que ainda continuava linda, com a mesma carinha de boneca.

Mesmo que nunca houvesse um show de comemoração, mesmo que fosse apenas para tentarmos reconstruir uma amizade que ficará abalada por questões da vida, só por esses dois motivos já valerá a pena ter vindo da Holanda.

Ficamos ali por mais um tempo após a partida da Paty, rindo, brincando, relembrando algumas historias. Volta e meia flagrava Lu me olhando e sempre que ela percebia que era pega no flagra dava um sorriso nervoso e desviava o olhar.

As vezes a Karin me lançava um sorriso malicioso, pois ela também havia pego Luciana me fitando discretamente algumas vezes.

Com o tempo todas fomos nos preparando para irmos embora, Aline tinha voo dali a algumas horas, ainda iria passar na casa de uns amigos antes de voltar para o Rio e logo se despediu de nós, Karin tinha gravação pela manhã então foi logo em seguida.

Ficamos apenas nos duas e como meu hotel ficava a caminho da sua casa decidimos dividir um codify.









OBS: Eu tinha publicado na segunda de manhã, mas achei uma bela porcaria, então deletei e reescrevi, demorou um pouco mais do que eu esperava para ficar aceitável, ainda acho que poderia ficar melhor, mas iria demorar demais para eu realmente achar que está tão bom quanto poderia, então né...foi o que deu para hoje!

Novamente desculpa qualquer erro, e agradeço a todos que estiverem lendo!!!



PS: Codify é sim por conta do clipe Dona da minha vida!

Ce's la vieOnde histórias criam vida. Descubra agora