96% ✔

55 8 4
                                    

L U K E

Saímos do carro assim que chegamos à minha casa. Não está ninguém, pelo menos que eu consiga ouvir. Subimos rapidamente e entramos no escritório do meu pai.

- Vejam as estantes e as gavetas, enquanto eu procuro no computador. - peço.

Ligo o seu computador, mas não faço a mínima ideia de qual é a passe. Após umas cinco tentativas, desisto e ajudo-os a procurar nos outros sítios.

Podemos encontrar alguma pista, ou algo que nos possa levar até a Sarah.

- O que é que estão aqui a fazer? - assustamo-nos todos ao ouvir a voz da minha mãe. Como assim esquecemos
-nos de trancar a porta?

- Foda-se. - reclamo com o susto, porém aliviado por ser apenas a minha mãe.

- Sabes perfeitamente que o teu pai não gosta que mexas nas coisas dele, muito menos com os teus amigos. - fala sem demonstrar qualquer emoção.

- Estávamos só à procura de uma coisa, já estávamos de saída. - minto, não vou contar isto a minha mãe. Ela tem andado estranha, parece que está do lado do meu pai. A minha progenitora espera que nós saíamos do escritório do meu pai e tranca o mesmo à chave, indo para a cozinha, enquanto eu e os rapazes vamos para o exterior da minha casa.

- Nós íamos sendo apanhados, foi mesmo por pouco. - queixa-se Ashton.

- O que interessa é que não fomos.

- Mas não encontrámos nada que nos leve à minha irmã. - Michael suspira.

- Vocês agora vão para casa. - começo. - Eu vou à empresa ver se encontro alguma e depois ligo-vos. - todos assentem.

Vão-se embora e eu entro no carro, conduzindo em direção à empresa da minha família. Chego à mesma e estaciono. Entro no edifício, subindo sem cumprimentar seja quem for, o meu pai já não está. Entro no seu escritório.

- Coitado. - rio-me. Ele deixa o computador aberto sem mais nem menos? Quase diria que foi de propósito.

O meu pai apaga a maioria dos emails. Felizmente, há alguns onde falam de um hospital e de uma fábrica, ambos os locais abandonados. Encontro uma transferência bancária do dia do atropelamento, o que é um tanto estranho. Porque é que ele iria dar dinheiro, ainda por este valor absurdo, às quatro e meia da manhã? Aqui há gato. Curioso e cusco como sou, aponto o nome do destinatário e o seu número.

Saio do edifício, ligando logo ao número, por um telemóvel e rua. Felizmente, atendeu logo.

- Senhor Richard?

- Senhor Hemmings?

- Sim, sou eu. - minto. - Podemos falar sobre aquela transferência bancária?

- É melhor se for pessoalmente, podemos nos encontrar?

Dou-lhe uma indicação qualquer, longe da empresa e da minha casa. Ponho-me no carro e vou ter com o tal homem. Ao fim de uns minutos, este chega.

- Sou o filho do senhor Hemmings, desculpe ter feito tudo isto, mas preciso mesmo de falar consigo.

- Então, o que é que queres miúdo? - cruza os braços. Estava à espera de um homem alto, musculado talvez, até com algumas tatuagens. Afinal, é magro, baixo, de óculos, aquele típico disfarce de nerd dos filmes.

- Eu vi a transferência bancária que o meu pai lhe fez, porquê tanto dinheiro? - nem sei o que dizer para o homem me contar tudo.

- Porque foi isso que eu pedi, o seu pai queria que eu mantê-se a boca fechada, teve de pagar. Ele sabe.

- E se não tivesse dado? O que faria? Porquê que fez essa transferência? Alguma coisa relacionada que o atropelamento.

- Teria ligado à polícia e contava-lhe do atropelamento. Ele fugiu depois de atropelar um homem. Se o culpado fosse um adolescente bêbado, ou seja tu, era diferente, mas um empresário famoso? Ele ia preso e o seu império ia por água a baixo. Para além do mais, podia usar isto para te chantagear quando fosse necessário. - conta, com que então ele reconheceu-me.

- Bem, obrigado pelo seu tempo. - sorrio falsamente preparando-me para sair do local.

- Boa sorte, puto.

Entro no carro, começando logo a andar até ao prédio dos Clifford. Mando o Michael, o Calum e o Ashton descer, visto que estão juntos no apartamento. Chegam rapidamente, estressados obviamente. Vou lhes contar tudo.

J E S S I E

Despeço-me delas e saio da casa da Crystal, pois combinei ir ter com o Jack. Ainda nem acredito que o pai do Luke raptou a Sarah só para convencer o Luke a fazer tudo o que ele quer. Este homem é completamente passado.

Entro no elevador e pressiono o botão do rés do chão. Podia ir pelas escadas? Podia mas sou demasiado preguiçosa para isso.

Mal o elevador parou, aprecibi-me que haviam pessoas a conversar nas escadas e aproximei-me ligeiramente para ouvir a conversa. Algumas pessoas chamam a isto conscovelhice, mas eu gosto de dizer que apenas me quero manter informada. Para além do mais, se não queriam que ninguém ouvisse, não vinham falar para a saída do prédio.

Comecei a prestar mais atenção à conversa e logo reconheci a voz do Luke e presumo que esteja a falar com o Ashton, com o Michael e com o Calum.

- Vamos primeiro ao tal hospital. Embora eu acho que eles estejam na fábrica, o meu pai é muito imprevisível. - diz Luke aos amigos. Não sei o que é que eles estam a planear fazer, mas não me parece que nada de bom.

- OK, mas como é que fazemos com os seguranças dos teus pais? - pergunta Ashton. Ai, eles não vão fazer o que eu penso que eles vão fazer.

- Depois vemos isso, agora vamos buscar a Sarah antes que aquele desgraçado lhe faça alguma coisa. - responde Michael. Pronto, eles vão mesmo fazer o que eu pensava que eles iam fazer. Corro até à porta de entrada para chegar primeiro que eles e os impedir de sair.

- Vocês não podem fazer isso! - exclamo ofogante.

- Do que é que estás a falar? - Luke faz-se desentendido.

- Vá lá, eu ouvi a vossa conversa. Vocês são loucos? Como é que tencionam passar pelo exército do Hemmings e salvar a Sarah? - pergunto num certo nervosismo.

- Não sei. - Luke admite. - Mas esta é a única maneira de salvá-la.

- E acabar com vocês! - exclamo. - O que é que eu lhes digo se vos acontecer alguma coisa? - pergunto referindo-me as suas namoradas.

- Jessie tu não lhes podes falar disto! - exclama Michael. - Só as ia deixar mais estressadas. Nós vamos lá, salvamos a Sarah e voltamos, vai ficar tudo bem.

- Está bem. - deixo-os passar. - Mas se acontecer alguma coisa vou sempre dizer que avisei. - digo e eles soltam um sorrio. - Se vocês morrerem eu irei destruir e dançar nas vossas campas. E talvez grafite as lápides.

Entram todos no carro de Luke e eu saio do prédio. Eu não os posso deixar ir assim, é demasiado perigoso, mas também não posso contar às minhas amigas e, mesmo se pudesse, elas também não poderiam ajudar. Nunca estive tão estressada como agora, não sei mesmo o que fazer.

Fico ali não sei quanto tempo a dar voltas a cabeça até que recebo uma mensagem do Jack. É isso! O Jack, ele é o único que os pode ajudar agora, e, para além do mais, só disseram para não contar as raparigas.

Story Of Another Us [1]² ★ 5SOS portugueseOnde histórias criam vida. Descubra agora