Eu sonho com você

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- Espera meu amor - Dinah pediu em choque, tirando o bico de seu seio dos lábios da bebê com o máximo de delicadeza que conseguia, usando somente o seu dedo indicador
Fitou em choque seu bico, constatando que ele realmente estava molhado, contudo, poderia ser somente a saliva da bebê
Sentou-se rapidamente na cama, agarrando seu celular e ligando a lanterna do aparelho instantemente. Levou a luz de encontrou a seu seio e viu pontos incolores de gordura em volta ao bico...
Aquilo definitivamente, não era saliva, também não era leite
Respirou fundo, preocupada e fez o que qualquer pessoa racional faria: Gritou por sua mãe
Em questão de minutos, Milika adentrava o quarto preocupada
- O que foi Jayz? - questionou afobada
- Mamãe, acho que está saindo água do meu peito! - exclamou preocupadíssima
Milika franziu o cenho confusa e se aproximou das duas garotas na cama
- Olhe - Dinah pediu, apontando a lanterna de seu iPhone novamente para seu seio
A mais velha olhou por somente alguns segundos e deu uma gargalhada pela exagero de sua garotinha
- Dinah, isso é colostro sua maluquinha! - exclamou ainda rindo e riu ainda mais da expressão confusa que estampou o belo rosto da filha - É o que antecede o leite filha! - explicou alegre
E a loira, riu contente
Aquilo não poderia estar acontecendo, poderia?
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- When you fall asleep... What will you dream? - a voz doce se propagava melodicamente por todo o quarto, enquanto a paz reinava - Castles and kings... The story's been read... And you rest your head... Warm in your bed

(Quando você cair no sono... O que você sonharia?
Castelos e reis... A história foi lida... E você descansa a cabeça... Aquecida na sua cama)

Dinah encostou a cabeça rente a cabeceira da cama e sentiu os carinhos feitos pela mãozinha pequena que tocava seu colo com calma, as sugadas ritmadas em seu bico, o barulho adorável que a bebê fazia ao engolir os líquido ralo que saía do tão amado tetê. Agora, Camila já entendia que logo logo, sairia leitinho ali e fora papai do céu quem mandara esse leite pra Jay a dar, tudo isso, fora explicado calmamente pela loira que não conseguia parar de sorrir.
Agora, aquele quarto que antes presenciara suas lágrimas, presenciava nesse momento, sua paz, sua pequena paz de um metro e poucos centímetros compostos de muita manha e doçura.
- My love, may you dream... Of beautiful things... 'Til the dawn of the day bright and new - cantou com calma enquanto ninava Camila com batidinhas suaves no bumbum de fralda da menor, justo aquela música que tinha um significado tão único para Dinah - Wherever you go... I want you to know - sorriu ao recitar os trechos, conhecidos, amados, jurados de serem cantados para uma pessoinha específica - When I dream... I dream of you

(Meu amor, você pode sonhar...Com as coisas belas... Até o amanhecer do dia brilhante e novo
Onde quer que vá... Eu quero que você saiba
Quando eu sonho... Eu sonho com você)

Ergueu a cabeça e fitou a garotinha em seus braços, quente e segura. Camila mantinha os olhinhos fechados mas Dinah sabia que ela não estava dormindo, somente curtindo o momento delas.
Naquele minuto não havia Lauren, raiva ou dor. Só havia Camila. Somente ela importava em todo o universo e a mais velha sabia que não haveria nada que não fizesse para mantê-la perto de si, sempre.
Camila entrara em sua vida há pouco menos de um mês e a revolucionara, sem sombra de dúvida, ela como o sol, quente e poderosa, doce e manhosa, era um raio dele.
Seu raio de sol.
- When I dream... I dream of gentle wind blowing in - cantou mais baixinho, quase em sussurros - Time seems to slow... Away we go - deixando beijos suaves no rosto de porcelana - Moonlight fills up your room...Darling, you are my dream come true

(Quando eu sonho... Eu sonho com o vento suave soprando
O tempo parece desacelerar... Lá vamos nós
Luar enche o seu quarto... Querida, você é o meu sonho se tornando realidade) 

Finalizou a música vendo o seu raio de sol, adormecer lentamente ao som da música que Dinah prometera só cantar para sua filha
Era mesmo um sonho, virando realidade.
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Enquanto o jatinho sobrevoava calmamente o Kansas, Lauren Jauregui soluçava em meio a seu choro. Aquela fora a primeira vez, dentro os acontecimentos catastróficos da sexta até esta tarde de domingo, que ela se permitira parar um pouco e sentir sua dor. As lágrimas, vieram como mera consequência. 
A dor em seu peito parecia castiga-la, uma voz em sua mente dizia que isso já era esperado. Que Dinah não ia mesmo aceitar seu turbulento passado
Não ia mais ama-la
O casamento e o amor de sua vida, tinham se ido pelas suas mãos, sem que ela fosse forte o suficiente para sustentá-los
A tarde caia lentamente lá fora, o céu deixando de lado a aurora e tomando as cores escuras de outra noite. O mundo parecia inerte a qualquer coisa. Lauren, só podia sentir sua dor 
Ás cinco horas que separavam a Califórnia de Nova York, passaram como um borrão de lágrimas, rápido e turbulento. Visões lhe atormentaram e ela bem sabia, que a atormentariam para sempre daquele dia em diante. Sua dor era perder Dinah, e, Camila. As lembranças da doce menininha chorando por si a faziam perder o ar de raiva e dor, a si própria.
Quando o jatinho freou em terras novaiorquinas eram perto das 20:30 da noite de domingo. Lauren deu as instruções sérias ao seu comandante e direcionou-se a pegar um simples Uber.
Pela primeira vez em todas as dores que atormentaram sua alma e roubaram-na de si, ela sabia exatamente o que fazer, para estancar o sofrimento passado e passar a viver só com um
Estava na hora de enterrar alguns, muito antigos, demônios.
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Grown Ups passava na telona e as gargalhadas podiam ser ouvidas do lado de fora da cobertura. Quando a porta foi aberta, três pares de olhos deixaram a tela para se voltarem a figura cansada e pálida que entrava pela porta
- Laur? - a voz forte e masculina soou alta - Estamos aqui 
Lauren se deu ao trabalho somente de caminhar até a porta da sala de vídeos de sua casa e estancar na soleira com seu celular no ouvido
- Façam as malas, vamos para Arundel agora - ordenou séria 
Os mesmos três pares de olhos lhe encararam completamente confusos, um por não fazer a menor ideia do que a cunhada havia dito 
- Hein? - Chris questionou alto
- Façam as malas, nós vamos para Arundel - Lauren soltou novamente com um longo suspiro - Vamos agora! - exclamou 
É claro que não houve mais brechas para perguntas e mesmo sem entenderem nada, os três saltaram do sofá confortável e enorme em direção aos cômodos superiores 
Lauren respirou bem fundo quando a voz alta e calorosa soou alegre do outro lado 
- Sra. Jauregui! - o sotaque texano era notório 
- Oi Lena - a britânica saudou temerosa - Ouça... Hãm... Dinah esta na Califórnia com os pais e eu estou saindo de viajem novamente...  Vou levar Draco comigo e...
- O preto feio? - Madalena perguntou na lata a patroa que teve que rir 
- Sim, sim Lena, o preto feio - confirmou achando graça - Pode olhar o outro pra mim por favor? Só até Dinah voltar... Não quero deixa-lo só 
- Claro Sra. Jauregui ele ficará comigo, vai ficar bem como sempre. Volta logo? 
Lauren respirou fundo contendo as lágrimas 
- Bem Lena... Eu não sei, possivelmente não voltarei.
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Here Comes the SunOnde histórias criam vida. Descubra agora