Here Comes the Sun

Um tempo para estar com raiva

Dinah ainda soluçava contra o peito de sua esposa enquanto Lauren a ninava com calma
- Isso é maldade - conseguiu falar em meio a um soluço - É muita maldade, Lolo! Eu queria ver todos eles apodrecendo no inferno! - berrou com força - Você... Sofreu... Tanto...
- Shhhhh - Lauren a ninou com calma - Já acabou Jay... Eu tô bem, passou... - tentou inutilmente
- Mas você passou por tudo isso daddy... E Camila... Por isso você a entende não é? Por isso sabia exatamente o que fazer... - juntou toda as peças em sua mente e então, ergueu-se dos braços de Lauren para olha-la
A britânica apenas deu-lhe um sorriso cansado
- Sim Jay - sussurrou limpando as lágrimas que escorriam pela face amada - E eu prometo que jamais deixarei que ela passe por tudo novamente - prometeu fitando séria os olhos castanhos
Dinah apenas concordou muda
Olhou para a sua esposa com calma, parecia outra pessoa diante de si
Por mais que não quisesse admitir, a mais nova estava com medo do que Lauren lhe diria. E agora, seu medo se concretizara e ela receiava não saber como seguir dali em diante
- Eu preciso de um tempo - soltou rápida
Lauren a olhou sem entender
- Um tempo? - questionou confusa - Mas eu te disse tudo Sweetie, juro, não há mais nada...
- Eu sei Lauren! - gritou de repente, uma raiva inesperada se acumulando dentro de si
Estava com raiva daqueles imbecis que fizeram tudo isso com sua Lolo
Estava com raiva de Clara e Michel que foram pais de merda a vida inteira de todos os filhos
Estava com raiva de Lauren por ela ter escondido
Estava com raiva de Lauren por ela ter se casado consigo e nunca ter lhe falado
Estava com raiva por todos esses anos em silêncio
Estava com raiva por todo o sofrimento e angústia que Lauren a fizera passar até ali
Estava com raiva. Com muita raiva.
E não queria ver Lauren na sua frente
Isso mudara o casamento das duas. As mudara e Dinah sentia, não conhecer aquela que dizia ser o seu amor
- Isso mudou tudo não entende?! - berrou a fitando confusa - Você escondeu tudo isso de mim por seis anos Lauren! Seis anos! Eu... Eu... Nem sei se conheço você!
Os olhos de Lauren, se perderam
Foi como se todo o brilho que sempre detiveram, fosse roubado
O cinza tomou conta dele quase que por completo
Dinah a fitou se partir, em milhões de pedaços invisíveis, diante de seus olhos
Foi como ver alguém amado morrer diante de seus olhos, lentamente
Um minuto depois, Lauren se ergueu, ajeitou a jaqueta contra o corpo e a olhou
Fria
Impessoal
Uma máscara de perfeição
- Pois bem - falou, a voz gélida em contrate com toda a raiva de sua esposa - Vou lhe deixar na casa dos seus pais - sentenciou dando as costas
Caminhou a frente, até o carro.
E tudo estava acabado
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Cantava uma cantiga simples enquanto a menininha bebia todo o leite em sua mamadeira com avidez. As mãozinhas pequenas seguravam as suas junto ao objeto e vez ou outra, a bebê suspirava feliz
Ela chorara um pouco pela ausência de Dinah e se Lauren, mas ao ver as primas rodando bambolês na varanda da casa, se animara
Agora, a tarde caia lentamente e a mulher lhe fizera um leite na esperança dela dormir e estar bem disposta para a viajem de volta a sua casa, pois Milika sabia que sua filha e nora voltariam felizes e apaixonadas, loucas para correrem de volta ao lar delas
Mas quando o carro bonito de Lauren virara a esquina e parara de qualquer modo diante sua casa. Quando Lauren sequer respondera aos acenos infantis de suas cunhadas. Milika notara que havia algo muito errado.
Então, bracinhos lhe empurraram pra longe e um corpinho desceu com pouca facilidade de cima de si
Camila correu pra Lauren, mas foi impedida.
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Não houve uma só palavra desde que elas entraram no carro. Nada. Um silêncio perturbador
Quando pararam diante a casa dos Hansen, Lauren não estacionou o carro como de costume, apenas o parou rente ao meio fio
Dinah a fitou sem entender, esquecendo-se completamente de que chorava escondida
Lauren fungou segurando seu próprio choro e apoiou um braço no vidro fechado do carro, escondendo as lágrimas que banhavam sua face. Em seguida, destrancou o veículo, um claro sinal para sua passageira o deixar.
Dinah desceu do carro e fez questão de bater a porta com toda a sua força, a tempo suficiente de andar alguns passos e segurar uma bebê que corria feliz, em direção a mulher dentro do veículo verde.
Lauren apenas passou a marcha e acelerou rua a fora
Dinah fechou os olhos por alguns segundos a única coisa que ouviu, foi um choro começar alto e doído. Olhou para sua menina, que chorava com força, os dois bracinhos abertos e direcionados ao carro que ia a frente, indicando o claro desejo da bebê
Se permitiu fitar uma última vez o carro e notou, pelo retrovisor lateral, que dentro dele, a motorista chorava entre soluços
E só então, o seu choro veio
E junto a Camila e Lauren, ela chorou em silêncio.
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Camila estava sentada sobre a cama, passava as pequeninas mãos sobre os cabelos castanhos de sua Lála enquanto olhava a janela onde Funaki e Regina brincavam de pular corda junto de Seth que finalmente, acordara de seu cochilo. Ela não queria descer a brincar com suas amiguinhas, mesmo elas tento pedido tanto. Não queria ficar nem assistindo Moana com o tio Gordon nem brincando de cozinhar com a tia Milika. Ela não queria nem mesmo mamar, embora Dinah já tivesse oferecido. Ela só queria ficar ali, pensando no por quê da titia não ter falado com ela. No por quê da titia ter ido embora. No por quê da titia não estar ali com ela.
Porque ela queria a titia. Ela queria a titia e a sua Jay. Ela queria sempre elas duas.
Porque elas era a família do coração da Mila.
E pensando isso, a bebê deitou sobre o colchão, em cima da sua boneca que fora a titia quem lhe dera, e chorou. Porquê ela queria a titia. Porquê ela queria a família da Mila, com a Mila.
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Dinah Jane não contou nada a sua mãe, muito menos ao seu pai, afirmou estar muito cansada e depois de bebericar um chá de camomila que Milika fizera, subiu as escadas para o seu quarto onde encontrou Camila dormindo profundamente, com os olhinhos inchados pelo chororô.
Tirou a roupa pesada da menina e a deixou somente de fralda, como ambas gostavam, sobre a cama.
Se permitiu chorar novamente, dessa vez, somente a sua dor. Até apagar exausta.
Acordou novamente, numa duração de tempo desconhecida, atormentar por uma dor palpitante em seus seios. Sentia uma pressão forte em ambos. Como instinto, Dinah, aproximou o pequeno corpo do seu e liberou ambos os seios
- Mila - chamou gentilmente a bebê, lhe sacudindo com suavidade - Amor - voltou a chama-la
- Jay? - a bebê resmungou sonolenta - Non non, mimir - reclamou como a gatinha preguiçosa que era
Dinah riu baixinho
- Tetê neném, não quer? - a loira usou sua tática infalível, que já falhara mais cedo logo após o grande chororô da mais nova
Dessa vez, Camila não ousaria recusar.
Dinah viu a menina se erguer calmamente e sentar na cama com dificuldade, um pouco sonolenta, para só então, olhar a maior, lhe aguardando com ambos os seios livres pra ela
Camila sorriu molenga, fazendo a loira sorrir aliviada. Sua bebê espoleta e doce estava de volta. Voltou a se deitar rapidamente sobre os lençóis, de frente para a maior. Dinah a fitou colocar uma mãozinha pequena de maneira doce sobre o seu seio esquerdo, antes de abocanha-lo e começar a sugar com uma ritmez invejável a qualquer bebê que ainda se debatia para conseguir mamar.
Ela mamou calma por alguns minutos curtos, até parecer se lembrar de algo de suma importância.
Soltou o bico com ainda mais cuidado e levantou os olhinhos estonteantes para a loira
- Ainda tá dodói, Jay? - perguntou com calma, alisando involuntariamente o seio que mamava a pouco
Dinah se derreteu inteira pela preocupação doce da sua bebê
- Um pouquinho meu amor, por que? - questionou encantada
- Tá saindo aguinha - Camila contou dando de ombros enquanto a olhava
Dinah ergueu a sobrancelha bem feita confusa enquanto a bebê voltou a sugar seu bico, e por uma fração mínima de segundo, a maior sentiu que de fato, algo saia de seu seio diretamente para a boquinha ávida que o sugava.
- Oh meu Deus - exclamou em choque.
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