Here Comes the Sun

Pequenos momentos

- Oooi mama - Camila cumprimentou de cabeça pra baixo, rindo por Lauren a segurar de ponta pé
Dinah deixou um beijo em sua bochecha, parando momentaneamente de se maquiar
- Oi macaquinha - brincou enquanto a filha ria nos braços de sua papa
- Posso passar maquinalagem? - perguntou com os olhinhos castanhos brilhando enquanto Lauren a arrumava no colo
- Claro - a britânica falou - Deixa a papa passar em você?
- Sim! Sim! - Camila exclamou alegre
Dinah teve que parar de se arrumar para observar Lauren fazer uma maluquice no rosto da garotinha com seus produtos de maquiagem, como sempre, Camila só sabia rir pra sua papa
- Óia mama - exclamou quando Lauren a virou em seu banquinho
Dinah gargalhou ao fitar o belo rosto da sua bebê, repleto de sombra azul e batom vermelho vivo - Tô linda? - perguntou animada
- Linda demais meu neném! - a mãe elogiou ainda rindo enquanto Lauren gargalhava
- Um sorriso bem bonito pra papa, Camz - Lauren pediu enquanto apontava o celular negro pra Camila e tirava várias fotos
- Você - Dinah apontou pra esposa - Vai tirar isso dela - ordenou séria
- Ahhh agora não - Lauren pediu com um biquinho infantil - Ela tá tão linda...
- É mama! Agola não! - Camila emendou
- Bom... Só dou tetê ao meu bebê, não a uma mulher cheia de maquiagem... - a loira falou como quem não quer nada
- Vamo papa! Vamo! - a pequena estendeu os bracinhos pra Lauren apressada, só com a menção de ficar sem mamar
A britânica riu alto enquanto pegava a bebê nos braços
- Você joga baixo Honey - exclamou deixando um beijo nos cabelos loiros e cheirosos da sua mulher - Está linda - elogiou antes de sair em direção ao banheiro com a bebê.
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- Onde está Taylor? - perguntou entrando no closet onde Lauren se vestia sobre os olhares atentos de Camila, que estava sentada na ilha
- Falando no celular com alguma amiguinha de Londres, me expulsou do quarto, acredita? - contou indignada, fechando seu cinto na calça escura
Dinah riu baixo
- Tetê! - Camila vibrou ao ver os seios desnudos da mãe pelo roupão que ela trajava
- Já já neném - Dinah prometeu indo vestir uma langerie - Ela é adolescente Lolo - defendeu a cunhada
- Não, ela é uma criança - a maior sentenciou - Será que ela está falando de meninos? - perguntou repentinamente, parando de se vestir para olhar em choque a loira - Ou pior... Será que está falando com um menino?
- Meu Deus Lauren! Não! Ela está falando das coisinhas dela... Deixe a menina em paz, okay? - Dinah interviu - Vem filha, vem mamar pra nanar - chamou dando a mão para a garotinha que correu desenfreada até sua mama
Dinah saiu do quarto com a bebê ouvindo Lauren resmungar sobre hackear o celular de Taylor para ficar de olho na menina. Caminhou até o quarto da cunhada e bateu com jeitinho na porta
- Espera Clary... Acho que é minha mãe - ouviu Taylor dizer e logo, a porta era aberta pela garota que usava somente um pijama de unicórnios e uma trança feita por Lauren. Sorriu doce - Hora de nanar? - perguntou a Dinah sem nem notar a palavra que usava
- Hunrun - a loira confirmou sorrindo - Dê tchau a sua amiga - ordenou de mansinho
- Sim senhora - Taylor concordou - Vem pra cá, Mila - chamou a garotinha que pegou sua mão - Ela pode dormir comigo? - questionou à mãe de Camila que sorriu pela amizade tão natural das duas, um elo que se forjava mais forte a cada dia juntas
- Claro, já volto, vão se deitando - disse calma antes de dar as costas as duas
- Eu tenho que dormir agora Clary... É, mamãe mandou - a loira a ouviu se despedir da amiga e seu coração errou a batida
"Mamãe mandou"
Mamãe.
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Camila sugava seu seio com força, era sempre assim quando ela mamava pela noite, não importasse o quanto havia comido no jantar, ela sempre atacava o peito de Dinah como se fosse a última vez que mamaria. Completamente diferente de quando a bebê mamava pela manhã, que o seio servia mais como uma chupeta, para encher um pouquinho a barriga e chamar mais um pouquinho de sono regado a muito dengo.
- Nem parece que você quase comeu o prato bebê! - a loira exclamou quando Camila abriu os olhinhos pra lhe encarar e sorriu com o bico em seus lábios
Taylor saiu do banheiro e caminhou até sua cama calmamente
- Cadê a Lo? - questionou já sentada ao lado de Dinah que tinha Camila deitada em seu braço esquerdo
- Se arrumando, ainda - Dinah revirou os olhos e a menina riu
Taylor pareceu reparar na sucção da sobrinha e a loira riu baixinho ao pega-la com a cabecinha entortada e os olhinhos curiosos
- Tia DJ... - chamou - Tem uma veia pra sair leite é? - perguntou completamente inocente
Dinah riu alto da fofura da menina
- Não Tay, o leite sai através de uns canaizinhos menores que as veias, chamam ductos - explicou sorrindo pra cunhada
- Tem gosto de leite de vaca titia? - Taylor perguntou novamente, vidrada em Camila que mamava de olhinhos fechados enquanto alisava o pescoço de Dinah
A gargalhada da britânica rompeu no quarto
- Não mesmo Tay - ironizou rindo
Ambas as crianças lhe olharam confusas e Dinah, bem, ela lhe fuzilava com o olhar por saber o real e erótico motivo de sua esposa estar rindo
- Ora - Taylor ponderou confusa - Como você sabe, Lo?
- Ah Bunny, é porque minha esposa não é uma vaca - a britânica mentiu rápido, sendo açoitada pelos olhares de Dinah - Logo, o leite dela não tem gosto do de uma vaca - simplificou
Taylor concordou, entendendo
- Quer provar, Taytay? - a loira ofereceu sabendo que era apenas a curiosidade infantil e completamente inocente de uma menininha que nunca presenciara nada parecido na vida
Taylor corou fortemente e abaixou a cabeça
- Hunrun - confirmou baixinho
- Vou buscar um copo - Lauren se prontificou
- Não precisa - a arquiteta lhe interrompeu - Quer no peito, meu amor? - questionou doce, levantando com cuidado o rostinho gordinho de Taylor até ela lhe fitar com os olhos castanhos, quase verdes
Taylor olhou de forma submissa para Lauren num óbvio pedido de permissão para mamar, pedido esse, que a britânica não entendeu.
- O quê? - Lauren perguntou confusa, se sentando imponentemente reta com seu terno negro, na beirada da cama de casal da irmã, sob os olhares das duas mulheres
Quando fitou a esposa, pareceu finalmente entender
- Oh claro! - exclamou para a menina - Pode mamar Taylor - garantiu sorrindo e dando dois tapinhas no braço da garota
Dinha revirou os olhos para sua mulher, Lauren conseguia ser gentil e delicada em milhões de assuntos, mas, em algumas poucas ocasiões, era lenta e desajeitada
- Vem aqui menina linda - Dinah chamou abrindo seu braço esquerdo na direção da garota
Taylor sentou-se mais perto da loira e deixou que ela lhe envolvesse com seu braço livre. Deitou aninhada a ela e com a boca próxima ao seio direito, livre pra si.
Camila abriu os olhinhos e encarou confusa a tia que corou fortemente, novamente
- A Mila não vai se importar? - Taylor perguntou tímida a Dinah que sorriu tentando lhe passar confiança
- Filha - chamou a bebê que rapidamente, a fitou atenta - A Taytay vai provar o tetê, tá bom? - simplificou
Camila soltou o bico devagar, notoriamente pensativa e então, olhou séria para sua tia
- Ó o tetê é meu tá? Maisi eu empesto ele pra você - disse autoritária, mas sorriu ao final
Foi impossível que as duas mulheres segurassem as gargalhadas, a filha delas era uma figura!
Taylor concordou sorrindo e em minutos, a mão de Camila se embrenhou na sua. Ainda corando, mas bem mais relaxada, a garota abriu a boca e envolveu o mamilo próximo a si com cuidado.
Dinah sorriu doce enquanto lhe ajudou a firmar a pega e sorriu ainda mais, quando, sentiu as sugadas fracas em seu bico direito. Como ela imaginava, Taylor fez uma careta leve ao sentir o gosto do leite e ela tinha certeza que a menina estava pronta pra largar o seio quando sentiu o seu  cafuné. Lentamente, assim como acontecia com Camila em momentos de stress, Taylor foi se rendendo ao cheiro, ao calor e ao carinho de Dinah, assim como, a sensação de mamar parecia lhe embalar facilmente, mesmo que ela só sugasse fraco e esporadicamente
Ambas as meninas, sorriam entre elas e as mãozinhas, permaneciam entrelaçadas sobre a barriga de Dinah
A loira deixou um beijo lento e amoroso na testa de cada uma, sentindo os olhares de adoração de ambas as meninas. Ela com certeza, se sentia uma deusa doadora de alimento e amor
Cada sorriso que as duas lhe davam, cada olhar que ela recebia, era a prova concreta de como ela era invencível e amada, por duas meninas que com certeza, não entendiam a magnitude daquilo, apenas sentiam, apenas amavam, apenas a adoravam
Ergueu os olhos para Lauren e a pegou ali, sentada sobre a cama, com o rosto apoiado na mão e os olhos verdes repletos de lágrimas, fixos na mulher de sua vida. Ela também, lhe adorava
- Vamos papa - chamou com a voz embargada pelo amor e lágrimas provinientes dele - Eu dou tetê e você, canta
- Oh - Lauren riu baixinho - É uma sociedade? - brincou limpando uma lágrima que fugira
- Com certeza é - a loira confirmou sorrindo de corpo e alma
- Heartbeats only happen one at a time, one at a time... You can’t rush a moment so don’t even try, don’t even try - Lauren cantou sem medo de errar, a voz rouca se propagando perfeitamente pelo quarto, por dentro das almas ali presentes - There’s a symphony you’re missing... If you only listen you’ll find

(Batimentos cardíacos só acontecem um de cada vez, um de cada vez
Você não pode se apressar por um momento, então nem tente, nem tente
Há uma sinfonia que você está perdendo
Se você só ouve, você encontrará)

As meninas fecharam os olhos lentamente, embaladas, protegidas, seguras e principalmente, amadas.
- Big magic in the mundane... The big picture in a small frame... Everything is sacred when you take time to notice - prosseguiu enquanto trocava olhares com sua esposa - Big love happens in the small moments... Big love happens in the small moments

(Grande magia no mundano...A grande figura em um pequeno quadro... Tudo é sagrado quando você toma tempo para perceber
Grande amor acontece nos pequenos momentos... Grande amor acontece nos pequenos momentos)

Naquela noite, quando Lauren abraçou Dinah na soleira da porta do quarto de Taylor, as duas olharam para os pequenos anjos dormindo tranquilas sobre a cama de casal
Não se permitiam acreditar que aquela noite, nem todas as outras e nem todos os dias, eram de fato, reais. Pareciam um sonho, um maravilhoso sonho.
Contudo, não era um sonho.
Era real
Aquelas meninas, sobre a cama, eram as filhas delas
Seus preciosos anjos que haviam vindo para a vida de ambas, por conta própria, sob seus próprios pés, destruindo toda a dor que ali já existira
Naquela noite, Lauren e Dinah perceberam que nunca conseguiriam entender como eram dignas de dois seres de luz como Taylor e Camila, mas que principalmente, seriam para o resto de suas vidas, eternamente gratas e que nada era mais sagrado que aqueles pequenos momentos ao lado delas.
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