Meu raio de sol

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O choro alto parecia triplicar na cabeça de Dinah
Camila chorara o dia inteiro, por tudo. Absolutamente tudo e a loira já não aguentava mais tanta birra. A do momento era: Não querer tomar banho
O choro parecia ecoar pela casa. Pelo bairro. Pelo mundo.
Dinah se sentia enlouquecendo
- Camila! Camila! - berrou adentrando o banheiro e a encontrando aos berros na ducha - Já chega! Pare de chorar! - ordenou furiosa
Em contrapartida, o choro pareceu mais alto, mais estridente e para completar, Camila jogou-se no chão do box, gritando com toda a força de seus pulmões como se estivesse sendo esfaqueada
- Para merda! PARA! - a loira gritou a segurando e a erguendo com força - Por que você está chorando hum?! Não tem pra quê! Já chega! Camila! - berrou a segurando pelos ombros que se contorcia tentando liberar o aperto sem diminuir os gritos nem um só segundo
- Dinah! Dinah! - a voz e os braços de Milika surgiram atrás de si - Solta ela filha! Deixa eu dou banho! - a mais velha pediu sem saber mais o que fazer
Sua magnólia estava perdendo o controle com a garotinha e não conseguia ver o real problema: Camila só estava frustada por não ter o que queria e nem entender
Com custo Dinah a soltou e saiu do banheiro pisando duro de raiva
Milika respirou fundo
- Deus me ajude - pediu antes de começar a acalmar a pequena ferinha que parecia um pimentão tamanha a vermelhidão em sua bela face.
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Camila chorou pra pôr a fralda, pra pôr a roupa, para descer e jantar. Chorou para não comer a sopa. Chorou quando subiu para dormir. Chorou porque queria mamar.
- Tetê! Tetê! - berrava enquanto apontava para a loira sentada na cadeira de canto do quarto, sem forças para mais nada e uma terrível dor de cabeça
- Não Camila... - negou novamente fazendo a bebê berrar mais alto
- Tetê! Mila qué tetê! - esperneia sobre a cama
Dinah perguntava-se onde estava a bebê doce e manhosa, um verdeiro anjinho
Ela de fato, já não aguentava mais
Camila, vendo que nada ia dar certo, apelou para quem seu coraçãozinho pedia a todo instante
- Titia! Titia! Eu qué minha titia! Titia! - chorava entre soluços que balançavam o pequeno corpinho
Dinah sentiu o coração parti-se lentamente
Ela só queria Lauren... Por isso todo o choro
Respirou fundo antes de ir até a cama e pegar a chorona nos braços
- Me escuta Mila - pediu doce, afastando os cabelos que caiam sobre a face da bebê - Por favor - sussurrou sentindo as lágrimas molharem seu rosto
- Pufavô... Pufavô Jay - pediu chorosa colocando a mão no rosto da maior - Dá titia pa Mila? Mila qué titia... - chorou fraco, já sem forças
- A titia precisou viajar meu amor... Mas nós vamos ver ela logo bebê - garantiu a ninando - Vamos ver ela logo eu prometo
- De dedinho? - a garotinha perguntou, lembrando-se do primeiro dia juntas e do que Dinah havia dito sobre promessas
Dinah sorriu encantada
- Claro amor - garantiu entrelaçando seu dedo mindinho ao dela e dando um beijinho no encontro de ambos
Camila deu um sorrisinho fraco e apenas deitou no peito da maior, ainda soluçando por ter chorado tanto
Dinah se deitou aos poucos com ela, ainda a ninando
- Já chega de chorar né meu amor? - pediu calma
Camila fez um sim lento com a cabeça
- Diculpa Mama - pediu lentamente, enfiando a cabeça no vão do pescoço de Dinah
As lágrimas queimaram nos olhos de Dinah e seu coração ameaçou fugir do peito, tamanho o nervosismo do momento
Lentamente, muito lentamente, as coisas fizeram sentido e ela teve certeza do que de fato, havia ouvido
O sorriso rasgou em sua boca, de dentro de sua alma
Tudo pareceu queimar dentro de si
Forte. Vívido. Empoderado.
Amor, forte e puro. Amor
O maior amor desse mundo
Dentro de si
A fazendo ter a certeza, de que desde aquele minuto que Camila Cabello passara na porta de sua casa, que elas eram almas feitas para estarem juntas
Ela sabia que já a tivera assim, em seus braços, a chamando de mãe
Em outras vidas ou em todas elas
Eram elas novamente, se encontrando, se amando
A perfeição, dada por Deus ao mundo dos homens
Nada era tão certo ou tão sagrado
Nada era tão poderoso, ninguém jamais seria tão amado, quanto aquela bebê
E Dinah faria qualquer coisa, ela seria qualquer coisa, por Camila. Sempre Camila. A sua Camila. Sua filha.
Beijou os cabelos cheirosos da bebê e sorriu entre as lágrimas de pura felicidade
- Mama ama você meu raio de sol - garantiu - Mama te ama pra sempre
E naquele minuto, Dinah teve certeza de que o Sol, havia chegado em sua vida e jamais sairia.
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A noite fora longa e, em boa parte dela, Lauren passara atormentada por sua angústia e dor torturante, quase iminente, de perder Dinah. Bebeu até perder a consciência e logo depois, seu corpo sucumbiu a uma febre violenta que lhe fez delirar de todas as maneiras possíveis
Lindos e doces delírios
Sobre Dinah entrando em seu quarto, trajando uma camisola de seda branca, jasmins brancos em seu cabelo. Sorriso caloroso. Luzes atrás dela.
Passara a noite jurando que a tinha nos braços, beijava seus doces lábios, a amava de todas as maneira.
Flahsbacks lento e dolorosos vieram seguidamente
Sorriam contentes. Rodopiavam felizes. Lauren a via sob a água, numa praia deserta. Faziam amor no quarto delas. Tomavam banho de chuva no Central Park. Riam felizes em meio ao frio de Londres. Beijavam-se em casa, no sofá.
Em muitos momentos, Lauren jurava poder sentir seu toque, seus beijos. Em outros, podia toca-la, ouvir sua melodiosa risada
Até apagar completamente.
E acordar na manhã seguinte, sentindo-se péssima, por isso, tomou café no quarto, se dirigiu a adega secreta no antigo escritório do pai, catou suas garrafas de whisky e voltou ao seu quarto, onde iniciou novamente outra trajetória de embreagar-se novamente até perder todo e qualquer sentido.
Aquela dor passaria, de um jeito ou de outro.
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Here Comes the SunOnde histórias criam vida. Descubra agora