Por você, eu fico

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Taylor já cochilava em seus braços, quentinha e segura. Livre de todo e qualquer sofrimento futuro. Estava tudo bem.
Ia ficar tudo bem, Lauren repetia várias vezes pra si própria
A frente delas, Chris e Clementine esperavam a chegada do piloto do jatinho conversando baixinho
As palavras ditas até ali foram poucas e cuidadosas
- O que houve?! - a voz mandona e doce surgiu atrás de si
Logo uma baixinha, nem tão baixinha assim, pelo salto, apareceu enfiada no seu Prada vinho e estonteante
- Você nem imagina - Lauren soltou a contra groso vendo a careta de Normani atrás da esposa, bem discreta dentro de um vestido longo e amarelo vivo
- Sua mãe sumiu da festa, estão todos bêbados lá e vocês aqui? Oh Lauren me conte! - quase ordenou fazendo a patroa dar uma risadinha baixa
- Ayla tá doente né? - questionou calma olhando a mãe das gêmeas
- Está - Ally confirmou sem entender
- Querem carona pra NY?
- Você já vai? - Mani finalmente falou, estranhando
- Nós - Lauren corrigiu, indicando todos os presentes - Já vamos, querem ou não querem carona?
Allysson deu de ombros, desistindo de entender a antiga e melhor amiga
- Queremos - findou, se sentando ao lado de Lauren - Vai me contar o que houve?
Lauren riu baixo e então, respirou fundo antes de começar, tendo os olhos e ouvidos de Normani, Ally e Chris sobre si.
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Taylor ainda estava em seu colo. Ela acordara, reclamara, dormira, choramingara e quando alcançara o colo da maior, finalmente, dormira tranquila.
O homem ainda de smoking se sentou na poltrona ao seu lado
- DJ não pode ter filhos? - perguntou preocupado
Pouquíssimas pessoas sabiam disto,incluindo Clara e os Hansen, Regina e as Brooke-Kordei, agora, todos
Lauren fez somente um sim, segurando as lágrimas
- Mana... Você podia ter me contado, não precisava passar por isso só - apertou o ombro forte da mais velha em sinal de conforto
Lauren sorriu triste, encarando os olhos escuros, idênticos aos de seu pai
- Você já tem seus próprios problemas carinha - disse doce, relembrando o apelido que usava na infância de Chris
- É pra isso que os irmãos foram criados não é? Somar problemas - brincou
- Vai ficar tudo bem - a maior o garantiu sorrindo
- E quem é Camila?
Foi impossível que Lauren não sentisse o peito dolorido aquecer
- Ahh é sua sobrinha
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Saiu do closet apressada depois de um longo banho e já com uma nova maleta a postos para a Flórida. Deu risada de Taylor, sentada só de pijama em sua cama, brincando com Draco que tinha a pior das caras de ranço. Ele detestava ser incomodado
- Por que não brinca com Alaric? - questionou achando graça da escolha da menina
- Ele é muito mole - disse dando de ombros enquanto Draco miava na direção de sua dona, quase pedindo socorro, ou realmente pedindo
- Pobre morceguinho - Lauren brincou olhando o felino - Seja boazinha pro Chris ok? - pediu vestindo sua jaqueta
Taylor lhe sorriu doce
- Vou ser, Lo - assegurou
- Amo você - a maior garantiu, lhe dando um beijo na testa - Não precisa chorar hum? - pediu lembrando-se dos escândalos que Taylor dava quando ela tinha que viajar ou voltar pra casa - Estarei aqui depois de amanhã com a tia DJ e a Camz
Taylor sorriu ainda mais
- Não vou chorar Lo, prometo - disse doce - Te amo
Lauren lhe deu um último beijo, catou suas coisas e saiu em direção a sala onde Clem e Chris assistiam alguma série sobre assaltos e pessoas mascaradas
Tossiu levemente e logo o irmão estava diante de si
- Vão ficar bem mesmo? - questionou insegura
- Relaxa, sua casa vai estar inteira quando voltar, juro - Lauren riu
- É bom mesmo que esteja - ameaçou de brincadeira antes de abraça-lo e sair pela porta da frente em direção a salvação de seu casamento
Diante o elevador, lembrou-se de uma coisa importantíssima e então, voltou.
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O barulho da tv alta lhe dava nos nervos, mas ao lembrar de que estava assistindo, o sorriso nascia grande. Não havia nada que ela não suportasse por sua bebê linda e loira
Focou os olhos escuros no processo e se concentrou naquilo que era realmente boa, além de ser mãe.
A campanhia soou alguns minutos depois e a morena quis xingar quem quer que fosse
Saiu de seu escritório pisando duro e passou pela sala onde a bebê estava esparramada no tapete felpudo, com a chupeta pendendo dos lábios, o inseparável coelhinho de pelúcia caído em uma mão e os lindos olhinhos verdes vidrados naquela porquinha pentelha e sua pentelha família porca
Passou a mão nos cabelos macios e lisos, com alguns caichinhos singelos nas pontas e viu o sorriso solto da sua neném pra si
- Te amo, mamãe já vem - sussurrou sorrindo
Deixou Emma na sala e se encaminhou até a porta. Após olhar pelo olho mágico, abriu depressa, tamanha a estranhosidade e curiosidade daquela visita
Encontrou os olhos verdes sérios, porém, a expressão corporal calma e a vontade
Ela sabia que Dinah não estava em NY e se perguntava se a mulher a sua frente também já não sabia
- Você? - foi tudo que conseguiu verbalizar
- Preciso da sua ajuda - pediu com calma e então, para não perder o hábito, abriu um sorriso arteiro - Gina querida
Regina Mils bufou exasperada
- Entre - ordenou a dando as costas e ouvindo sua risada rouca atrás de si
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O som presente em todo o carro era alguma canção que Dinah não conseguia indentificar se era Jazz ou HipHop tamanha a altura e os gritos das quatro crianças, Funaki, Regina, Seth e Gordon. Cantando a plenos pulmões após voltarem do culto domingueiro
Milika dirigia o carro sorrindo, não negava a ninguém que domingo era seu dia preferido
- Oh - Dinah ouviu a mãe soltar meio assustada assim que chegaram na rua de casa, a olhou depressa
Milika olhava fixamente para frente, mesmo por cima dos óculos escuros, era possível ver que estava surpresa
Logo depois, Dinah a viu sorrir doce
Seguiu na direção que a mais velha olhava e viu a figura parada na soleira da casa de seus pais
Jeans surrados e escuros. Camisa branca de malha fria. Jaqueta de couro negra. Coturno nos pés. Cabelos negros amarrados em coque. Óculos escuros. Sorriso tímido.
Lauren.
E antes que pudesse pensar em qualquer coisa, houve um assombro no carro quando a bebê desprendeu o cinto com facilidade e abriu a porta rapidamente. Milésimos de segundo. Ela corria sorrindo e de bracinhos abertos para Lauren
Que lhe sorriu, gritou um alto e feliz "Camz!" e então, a girou no ar assim que entrou a alcance de suas mãos fortes
A risada da bebê se espalhou por Sant Ana
Tia Lauren estava ali.
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Depois que os pequenos Gremlins largaram a cintura de Lauren, uma chuvarada de "Chele, vamo brincar?", "Chele vem ver o que eu sei fazer!", "Chele, Chele e Chele" começou com força
- Crianças, crianças! Deixem a tia Chele respirar! - Milika repreendeu leve, se aproximando da nora que segurava Camila nos braços e era só sorrisos - Oi filha - cumprimentou com doçura, a abraçando com força
Amava muito a sua nora, Lauren era incrível e fizera sua filha se sentir assim, além de a fazer muito feliz
- Oi Milika - Lauren deixou um beijo em sua bochecha, direcionando rapidamente os olhos para o homem alto e gordo que se aproximava
- Como vai Gordon? - perguntou educada, estendendo a forte mão na direção de seu sogro
- Oi Chele! - o homem sorriu grande enquanto a puxava para uma abraço apertado que fez todos ali rirem
- Então, já conheceram minha gatinha? - brincou, fazendo cócegas na barriga da bebê em seus braços que riu deliciosamente
- Ela é um anjinho, filha - Milika elogiou sorrindo para as duas
- É sim - Lauren babou
Sorriram em comunidade até Dinah se aproximar cautelosa, roubando os olhares para si
- Ahh... Crianças! Vamos lá pra dentro! Vamos ver Moana! - Milika chamou, animando os filhos e que correram para a porta
Gordon deu um sorriso a filha e a nora e saiu em direção a porta que precisava ser aberta, sumindo com as crianças lá por dentro
- Vem com a titia Mimila? - Milika chamou a bebê, estendendo os braços pra ela - Suas tias precisam falar de coisas chatas de adulto - brincou vendo um pequeno sorriso no rostinho doce
Lauren a deu um beijo na testa antes de passa-la para os braços da sogra
As viu sumir dentro da casa e então, respirou fundo
- Oi - sussurrou admirando a linda mulher a sua frente
Dinah parecia celestial dentro daquela saia de pregas branca, camisa jeans de mangas, amarrada com estilo em sua barriga, sem mostrá-la, além do delicado e clássico salto branco. Os cabelos loiros soltos e brilhando ao sol
- Oi - a loira sussurrou de volta, corando adorávelmente
Pareciam que estavam se vendo pela primeira vez depois de anos
- Você está linda - Lauren elogiou, tomando goles fortes de confiança
- Sai juntando as roupas que tinham ficado aqui em casa - Dinah brincou de leve, sorrindo
Lauren sorriu doce e respirou fundo, olhando desconfortável para tudo, menos para Dinah
- Será que podemos conversar? - questionou com calma
- Claro... Vai me contar sobre o seu passado? - a loira jogou na lata, cansada das fugas de sua esposa
- É... Vou - a maior confirmou - Espero que esteja preparada - disse com seriedade
Dinah sentiu, lentamente, o peso daquelas palavras
- Não, não estou, mas por você, fico - garantiu com toda a verdade de seu ser
- Vem - Lauren chamou, abrindo a mão forte na direção de sua mulher
Dinah a pegou rapidamente
Chegara a hora, finalmente, de saber toda a verdade.
Ela só não sabia se podia suportar ou lidar com o quê isso seria ou traria.
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