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Verão, 2019
Boston, Massachusetts

- Como se sentia um dia antes de se casar? - a voz de Regina saiu um pouco vacilante
Dinah Jauregui abriu os olhos sem muito o desejar fazer, completamente relaxada com a massagem que a moça do Spa fazia nela
- Feliz? - mais perguntou do que afirmou, confusa com a pergunta da amiga - Bom, feliz, ansiosa, nervosa, essas coisas - disse dando de ombros
Regina comprimiu levemente os lábios, mostrando seu nervosismo claro
Dinah reparou rapidamente que algo não estava bem com a noiva e grande amiga
- Meninas - chamou gentilmente as duas massagista - Podem nos dar licença por favor? - pediu vendo ambas as moças concordarem - Obrigada, foi maravilhoso - agradeceu antes de vê-las sumirem discretamente pela porta
Regina Mils observou a amiga se envolver no felpudo roupão branco e ir até o balcão de mármore onde um espumante gelado as aguardava. Em seguida a servir-se, Dinah lhe entregou uma taça do líquido dourado e borbulhante
- Qual o problema? - perguntou terna
A morena fez questão de beber toda a bebida de uma só vez, tentando acalmar o nervosismo
- Eu só... Não estou sentindo uma conexão com tudo isso - gesticulou para o lugar a volta delas
- Com Zelena?
- Não! - Regina negou rápido - Ela é o motivo de eu estar aqui entende? Ela é quem me faz acreditar nessa babaquice de casamento e felicidade compartilhada - respirou lentamente, os olhos fixados no chão - Queria que pudéssemos fugir... Eu e ela, com Emma e vocês e as meninas... Irmos para um lugar distante e lindo onde pudéssemos nos casar em paz e com bençãos... Só isso... - suspirou ao final
Dinah sorriu compreensiva, entendendo o problema
- É a cerimônia? - questionou sabendo a resposta
- Não, é a cerimônia da minha mãe - Regina finalmente soltou
Como Lauren, sua relação familiar não era lá uma das melhores. Seus pais eram grandes empresários do ramo têxtil e queriam a filha no lugar deles, embora, Regina jamais se vira assim. Tudo na vida da juíza fora complicado em decorrência da pressão e não aceitação imposta por seus pais, Henry e Cora, desde a faculdade de direito, a adoção da pequena Emma e até mesmo, seu noivado com Zelena Green.
- Olha Regina, a cerimônia é só uma festa para as outras pessoas, não para o casal - disse com calma - O que importa amanhã é que você será a mulher de Zelena e ela será a sua, estarão unidas num laço sagrado que foi forjado pelo amor de vocês, é só isso que importa okay? Não deixe que toda a pompa tire sua atenção disto, ignore e sorria, se precisar, fique bêbada - brincou e ambas riram - Amanhã vai ser mágico Regina, eu prometo, quando você entrar e ver Zel parada no altar, esperando pra ser sua esposa, vai lembrar que nada além dela e da bebê que vai levar as alianças, importa neste mundo
- Ah Dinah... - Regina choramingou, sem aguentar nem o sorriso, nem as lágrimas. Largou a taça e abraçou sua amiga com força, ela estava certa.
Amanhã, seria um dia para celebrar o amor
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Dinah piscou sonolenta e confusa quando um barulho estrondoso foi ouvido do lado de fora de seu quarto
Antes que ela pudesse pensar em algo, o barulho soou mais forte, como um corpo caindo no chão
Desvencilhou-se dos lençóis rapidamente e correu porta a fora, dando de cara com sua esposa, sentada sobre o chão do corredor do hotel fazenda em que estavam, olhando em volta como se não entendesse o que houve
- Lolo?! Você tá bem amor?! - gritou indo ajudar a mulher a se levantar - Você caiu?
Lauren lhe olhou séria, preocupada
- Querida... - sussurrou como se contasse a Dinah um segredo de estado, o odor de álcool entrando com força pelas narinas sensíveis da loira - Eu cai... Acho que tô bêbada - concluiu séria
A gargalhada de Dinah foi alta
Obviamente, ela estava bêbada.
- Vem - ajudou, ainda rindo, Lauren a entrar no quarto das duas - Onde está Zel? - questionou sabendo que era comum numa despedida de solteiro, padrinhos ou madrinhas aprontarem com os noivos
Lauren riu debochadamente
- Está em algum lugar do lago... - disse ainda rindo
É claro quê, Dinah Jauregui não entendeu absolutamente nada
- Olha... - Lauren apontou para a antiga cama que era delas por alguns dias, como se fosse algo que jamais havia visto - Uma cama! - exclamou antes de simplesmente, jogar-se sobre ela num estrondo
Antes que Dinah pudesse respirar fundo e tirar pelo menos, os sapatos daquela bêbada, o ronco já era alto por toda parte.
Enquanto deitava-se ao lado da esposa, lembrou do que Chris dissera em Arundel e como isso, vez ou outra, podia se aplicar a Lauren: "Pudim de cachaça".
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Camila bebeu um pouco do seu café com leite e olhou em volta em busca da figura alta e amada
- Cadê minha papa, mama? - perguntou a loira que estava ocupada ao seu lado, alimentando a loirinha com um salada de frutas amassada
- Ah Mila, a papa ainda não saiu da cama - Dinah explicou
Camila voltou a bufar baixinho, papa e Tay eram dorminhocas! Será que todas as pessoas que moravam lá na Inglaterra eram assim? Se perguntou por um longo momento, esquecendo seu café da manhã
A menininha divagou por um longo momento, de olhos fixados na porta de saída da fazenda, até ver a mulher alta passar por entre elas, de cara fechada. Ao contrário de Taylor, Mila não tinha medo ou receio algum de quando sua papa fazia aquela expressão séria, as vezes brava. Ela sabia muito bem que Lauren detestava acordar cedo quando podia dormir até tarde, mama lhe explicara
- Papa! - gritou antes de correr contornando a piscina, em direção a alta mulher
Lauren sentia todos os músculos do corpo doerem e pedirem um descanso, assim como, sua cabeça parecia pronta para explodir a qualquer segundo. Maldita ressaca de whisky. Porém, até mesmo seu usual mau humor matinal, se foi quando viu a sua gatinha mais nova correndo feliz para ela. Os bracinhos abertos e o sorriso travesso lhe diziam o quão feliz Camila estava de vê-la, como todas as manhãs
Agarrou o pequeno corpinho logo que entrou em seu alcance e a jogou para o alto, a pegando em seguida e ouvindo a gargalhada infantis preencher aquela linda fazenda. Essa brincadeira das duas, parecia nunca perder a graça
- Bom dia bebê - saudou quando a garotinha abraçou com força seu pescoço
- Bebê não papa - Camila reclamou a fazendo rir
- Perdão, senhora - pediu fazendo dessa vez, a filha rir - Você dormiu bem?
- Sim - Camila respondeu olhando o rosto da papa, como ela era linda com aqueles olhos da cor da grama! - Que horas você chegou ontem? - perguntou com autoridade, lembrando de relance da papa saindo com a tia Zel
Lauren gargalhou alto, que menina audaciosa!
- E por acaso, a senhorita entende das horas? - brincou deixando beijos estalados na bochecha gordinha da filha
- Não - Camila admitiu o óbvio, rindo travessa
- Onde está a mama? - Lauren questionou procurando por entre as mesas dispostas no gramado bem cuidado da parte traseira do hotel, sua linda mulher
- Ali! - Camila apontou para uma das mesas na lateral e fez um leve biquinho de desagrado pelo que viu, sua mama dava mamadeira para Emma enquanto sua amiguinha tinha os olhos vidrados em Dinah
- Ciúmes Camz? - Lauren alfinetou de brincadeira - Aquele era o seu lugar, mas você não quer mais ser bebê... - disse de maneira sugestiva
- Eu não gostava de mamar na dedera, gostava de mamar no tetê - afirmou bravinha, como se fosse uma justificativa plausível, antes de apontar para o chão indicando que queria descer do colo de sua papa
Lauren a assistiu caminhar brava de volta a mesa e se sentar imponente, como se nada a importasse
Comprimiu os lábios em confusão, quando foi mesmo que Camila virou sua cópia fiel?
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- Já deveríamos ter ido atrás dela - Robin, irmã mais nova de Zelena, dizia receiosa diante das demais
- É... Deveríamos - Ruby, um amiga de infância da escrivã comentou tão temerosa quanto Robin
- Vocês estão fazendo tempestade em um copo d'água, Zel nada melhor do que todos nós juntos, ela está bem - foi a vez de David argumentar - Não é mesmo Lauren?
- É... - a britânica confirmou bebericando seu café - Aliás, me relembrem o que fizemos depois que deixamos ela na canoa - pediu se odiando por aquela amnésia alcoólica
- Tiramos as roupas dela - Ruby explicou - E a soltamos no lago dentro da canoa
- Sem os remos, é claro - o homem loiro comentou rindo de maneira maléfica
Lauren abriu seu melhor sorriso arteiro, orgulhosa de ter pensando em uma ótima pegadinha para despedida de solteiro de sua melhor amiga
- Ela está bem, só está bêbada demais e por isso ainda não acordou... Olha lá - indicou um ponto no horizonte da fazenda
Os demais, olharam rapidamente para onde a Jauregui mostrara, adiante na fazenda, um ponto ruivo surgia
Quando Zelena Green se aproximou mais do hotel, celulares já estavam a postos assim como os demais familiares e amigos íntimos que estavam hospedados ali desde o dia anterior, já estavam de pé diante de suas mesas, o café da manhã esquecido por todos enquanto fitavam aquela cena incomum. Uma ruiva, apenas de langerie, completamente ensopada e furiosa
- Ei Zel! - David Nolan, primo de Regina, gritou assim que ruiva chegou mais próximo - Que delicinha hein - zombou dos trajes dela, a fazendo ficar ainda mais vermelha de raiva e vergonha
O assobio de Lauren foi alto
- Uau! Sereia! - berrou em meio às gargalhadas
- Vocês três vão ver! Filhos da puta! - a noiva gritou ao compasso que passou pelas risadas de todos os convidados em direção a parte de dentro da enorme casa
É claro quê, seus amigos continuaram a gargalhar, orgulhosos de sua brincadeira ter dado tão certo mesmo estando tão bêbados no momento em que a fizeram.
Zelena acreditava mesmo que podia se casar sem ser vítima de uma brincadeira vergonhosa, pobre noiva iludida.
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Camila apertou a gaiola branca em sua mão, repleta de pétalas também brancas, para que a garotinha distribuísse no altar cheinho de pessoas grandes que ela não conhecia. Imaginou a si mesma caindo e sentiu as bochechas ficarem quentes só de pensar naquilo e a sensação de vergonha lhe agoniar fortemente. Lágrimas rápidas vieram a seu rostinho e ela colocou a gaiola sobre a mesinha ao seu lado.
- Mama - choramingou alto para a mãe que terminava de se arrumar no banheiro do quarto
- Oi princesa? - Dinah questionou saindo do cômodo para ver o que sua menininha tinha
Camila correu para a loira e abraçou com força a cintura coberta pelo vestido negro dela
- Ei Mila... O que foi? - sua mama perguntou afagando com gentileza as costas pequeninas e levemente trêmulas
- Não quero mais entrar... - a ex bebê chorou claramente
- Não? Por que meu amor? Você tava tão feliz de ser a daminha - Dinah tentou entender, passando a mão levemente nos cachinhos feitos com capricho pela cabeleira nas madeixas da filha
- E se eu cair? Mama, todo mundo vai rir de eu - confessou entre as lágrimas nervosas
Dinah sorriu, entendendo o medo natural da menina
- Camila, escuta a mamãe - pediu abaixando-se da altura de sua menina para fitar melhor aquele mundo castanho tão inteligente e expressivo que ela chamava de olhos - Você treinou muito lembra? Ensaiou o dia todo ontem... É normal ficar nervosa e com medo de errar minha princesa - afirmou acariciando com cuidado a face tão linda - Mas temos que ser guerreiras e derrotar nossos medos entende? Até porquê, você é muito importante! Imagina, quem iria deixar a entrada linda pra tia Gina passar se você não fosse? Hum? - Camila sorriu levemente - Mila, se você ficar com medo, é só fazer como eu no dia que me casei com a papa, olhe pra um ponto só, algo ou alguém, qualquer coisa que lhe passe confiança e você não vai errar, capiche?
Camila sorriu abertamente desta vez, grata pelo conselho tão sábio, que acalmara seus medos
- Capiche! - concordou antes de abraçar a loira novamente, rindo
- Meu raio de sol - Dinah a beijou
Ahh se ela soubesse como irradiava luz!
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Os acordes das músicas tocadas por muitos violinos já era audível lá fora, Lauren olhou em volta do gramado que começava a se encher rapidamente. Amigos das noivas, ansiosos para vê-las.
- Você está tão bonita, papa - Taylor elogiou, encantada com a roupa e a postura de sua papa
Lauren sorriu, corando
Era fato quê, ela já chamava atenção por sua natural beleza, porém, enfiada dentro daquela calça social negra, justíssima, que evidenciava a beleza de suas pernas altas e torneadas, seu bumbum avantajado. Com a camisa também social negra, acima, o blazer de risca de giz conjunto a sua calça, deixavam sua pele ainda mais pálida e seu corpo forte, ainda mais bonito. Havia também, a gravata branca, os saltos negros com um enorme strass atrás e a maquiagem caprichada. Os longos cabelos negros estavam soltos e desciam em cachos pesados por suas costas fortes. O verde parecia se destacar mais nos olhos bem marcados por sombras em tons terrosos, na boca esculpida, um batom vermelho vivo.
Perfeita
Taylor sorriu grande, mal via a hora dela e da mamãe se verem
- Obrigada meu amor, você é a menina mais linda da festa - papa devolveu com sinceridade
Igualmente a sua papa, Taylor não desapontava quando o assunto era chamar atenção, trajava um vestido azul escuro, de alcinhas e decote composto, colado até sua cintura onde tornava-se rodado em pregas singelas. Uma sandália prateada adornava seus pés pequenos com um salto notório, assim como, a maquiagem era leve e ideal para sua pouca idade, embora, um batom escuro brincasse em seus lábios
É claro que também, igualmente a Lauren, Taylor corou ao ser elogiada
- Pode filmar a entrada da sua irmã pra mim? Por favor? - a mais velha pediu acariciando com carinho o rosto amado
- Vou filmar tudo - Taytay garantiu antes de receber beijos e soltar reclamações para que Lauren não borrase sua maquiagem
Logo, a britânica mais velha esperava junto aos outros padrinhos, todos vestidos iguais a ela, pela madrinhas e as noivas
Fitou sorridente o lindo altar mais a frente, por sobre a curva dos grande pinheiros, tudo era rústico, sóbrio e elegante, desde as cadeiras de madeira enfeitadas por um jogo de tecidos brancos, plantas escuras e flores mistas entre o escuro e o claro, até às singelas luzes penduradas sobre o altar de madeira.
Era bem a cara de Regina e Zelena, contudo, a festa de casamento seria completamente o oposto do casal, tudo ao estilo mais ostensivo da família Mils
Lauren se assustou levemente quando uma mão delicada passou por sobre seu abdômen, virou-se rapidamente dando de cara com a figura vestida de negro, tal como ela
O sorriso rasgou de seu coração até seus lábios ao fita-la
- Meu Deus - foi tudo que disse antes de tomar a face bela em suas mãos e beijar com cuidado os lábios pintados de rosa escuro - Você está belíssima - babou
É claro quê, sua esposa abriu um enorme e feliz sorriso. Ela se sentia bonita, mas naquele momento, sobre os olhares encantados de Lauren, Dinah Jauregui se sentia uma deusa dentro do vestido negro, decotado das madrinhas, os cabelos loiros presos em uma trança solta que formava um coque romântico, cada encontro de mechas marcado por uma flor branca e singela. Sua maquiagem era mais escura que a de Lauren, em um esfumado negro muito elegante e feminino, acentuando o formato de seus olhos castanhos e a pele morena de seu rosto
- Você que está linda Lolo - elogiou também fascinada com a morena a sua frente
Sorriram cúmplices uma para outra, havia muito mais que amor ali
Logo, o quarteto de violinos iniciava as primeiras notas de Lucky, marcha da entrada de padrinhos e madrinhas
- Não me deixe cair, amor - Dinah pediu quando entrelaçou seu braço junto ao de sua mulher
Lauren deu-lhe um sorriso confiante
- Nunca querida - garantiu o óbvio
Logo, as duas, juntamente aos outros cinco casais, adentravam o altar de madeira, todos ansiosos para celebrar o amor daquelas que por eles, eram amadas
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Zelena entrou juntamente ao seu pai, Clifford Green, em um vestido simples e elegante de seda branca, ao som instrumental de Flighess Bird, American Mouth, os cabelos ruivos presos um uma bela trança adornada por flores brancas, singelas, entre os nós de cada encontro de mechas. Belíssima sendo ela mesma
Seu nervosismo era evidente
Depois que o pai a deixou sobre o altar, ela lançou um olhar para a figura de preto prostada ao seu lado, buscando confiança em alguém que ela sabia já ter passado pelo mesmo
- Vai infartar daqui a pouco se não se aquietar - Lauren brincou bem humorada sobre o altar, a sua frente, dividas por onde ficariam as noivas, estava Dinah, a primeira madrinha de Regina, assim como ela, era a de Zelena
Zel apertou as próprias mãos e soltou um suspiro longo e nervoso
- Não consigo parar - admitiu com a voz trêmula
O casal Jauregui riu cúmplice
- Vai parar quando a ver - Dinah sorriu gentil para a amiga - Você está bela, Zel - elogiou
Zelena corou fortemente
- Oh... Obrigada DJ, você está tão linda que se não fosse o meu casamento, pediria você em casamento - brincou com seu usual bom humor
- Já estou me arrependo de aceitar esse convite, Dinah - Lauren fingiu um resmungo chateado para fazer-las rirem e dissipar o nervosismo da amiga
10 minutos se passaram e simplesmente, nada de Regina entrar. Sua noiva, suava em bicas enquanto ouvia os cochichos e via os olhares dos demais convidados que estranhavam a demora demasiada
- Ah meu Deus Lauren - a escrivã sussurrou fraca, olhando em desespero a alta mulher ao seu lado - Ela não vem - quase choramingou
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Camila continuava apertando a gaiola cheia de pétalas de flores brancas, sentia borboletas mal criadas fazendo bagunça na sua rabiga
Opssss! Barriga, se corrigiu mentalmente. Às vezes era difícil falar como mocinha, mas ela estava se referindo esforçando pois não queria mais ser bebê
Estava muito ner... nervo... sa... ner-vo-sa
- Nervosa - sussurrou para si mesma e sorriu orgulhosa quando a palavrinha saiu certinha
Tinha tantas pessoas grandes lá fora e ela estava sozinha aqui, sem sua mama ou sua papa, até Taytay estava lá fora
De novo, desejou que Loly e Ayla tivessem vindo e fossem daninhas como ela, mas lembrou que a barriga da tia Mani estava muito perto de explodir e soltar o bebê, assim, Loly lhe contara. Por isso nem titia Ally e nem as gêmeas puderam vim ver as outras tias casando
Olhou para a tia Regina que dava tetê a Emma, sentada perto da saída, ela parecia com muita pressa, e Emma parecia sem pressa nenhuma
Era engraçado
Camila lembrava bem de quando a única coisa que queria no mundo todinho era mamar o tetê da mama, mas a mama era uma mulher grande ocupada, que tinha outras coisas pra fazer. As vezes a mama também estava com pressa quando ela mamava, então Mila não ganhava nem musiquinha e nem dengo, mas eram poucas vezes que isso acontecia
Sorriu sozinha lembrando como era bom mamar tetê, mas, mocinhas não mamam não é?
Que coisa feia, Camila. Se repreendeu
- Mila? - ouviu tia Regina chamar e correu até ela - Pode fazer um favor pra tia princesa? - é claro que Camila sorriu, confirmando com a cabeça que poderia e gostaria de ajudar - Pode correr na tia Zel e dizer que não fugi? Que a Emma tá mamando?
- Já volto titia - a Jauregui mais nova garantiu, sorrindo fofa
Em minutos ela corria chamando a atenção por sua óbvia beleza, pela lateral do altar, até chegar diante da tia Zel que falava baixinho com a papa
- Bebê? - ouviu mama chamar confusa do outro lado da tia Zelena
- Titia, tia Regina mandou dizer que não fugiu não - confidenciou a ruiva - É que Emma chorou muitão pra mamar - explicou fitando os olhos de uma Zelena aliviada
- Ai! - a escrivã exclamou colocando a mão sobre o peito de maneira dramática - Graças a Deus! Não fui abandonada no altar... Obrigada Mila - agradeceu sorrindo
Camila lhe deu um sorriso contente e o estendeu pra suas mães
- Vai Camz - Lauren incentivou dando um tapinha em seu bumbum coberto pelo vestido de daminha, quando a filha passou correndo por ela
Que menina linda era a sua filha.
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Quando a orquestra iniciou a música
Wouldn't It Be Nice, 15 minutos mais tarde, todos respiraram aliviados pela confirmação que haveria um casamento.
A cabeleireira castanha surgiu por entre os arcos de rosas brancas, com uma singela coroa de flores do campo, também brancas, enfeitando o topo dos lindos cabelos castanhos que desciam em cachos brilhantes por suas costas pequeninas. Todos os olhos se voltaram para a menininha belíssima que entrava dentro de um vestido negro, com uma larga faixa branca sobre a barriga, marcando o início da longa saia de babados franceses. A pele morena era iluminada assim como o rostinho, por um sorriso nervoso e infantil, igualmente lindo
Os olhinhos castanhos espertos procuraram com rapidez assim que adentraram o local, pela pessoa que lhe passava confiança.
Camila Jauregui entrou no altar jogando as pétalas de flores sobre o tapete negro, sorrindo e encarando fixamente a loira no altar, que lhe sorria encantada
Era ela o ponto de confiança, apoio e segurança da sua garotinha e nada podia ser mais perfeito que isso
Logo depois de Camila se sentar nas cadeiras laterais do altar, próprias para ela, Emma e Henry, o irmão mais novo de Regina adentrou o recinto trazendo uma plaquinha que advertia Zelena sobre ainda haver tempo de fugir, placa essa que arrancou risadas dos convidados.
Após Henry sentar-se em seu lugar, os primeiros acordes do violino entoando Love Me Like You Do soaram por toda a fazenda, Zelena virou-se de costas, esperando o momento marcado da música para virar-se a ver
- Como ela está Lauren? - perguntou num fiapo de voz
Ouviu o sorriso e a felicidade na voz da amiga
- Está linda - Lauren garantiu
E ela estava certa, Regina Mils estava mesmo linda em seu vestido branco, justo e composto. Entrava sozinha, trazendo na mão uma única rosa negra, colorida por corantes artificiais. O sorriso, rasgava de sua alma
Zelena chorou quando a viu e trêmula, beijou-lhe as faces quando a sua noiva, prostou-se diante dela
Era amor, por todos os lados, em todas as pessoas. Amor.
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Emma entrou com as alianças, ao som de For Emma, arrancando risadinhas encantadas dos convidados por sua fofura dentro de um vestido idêntico ao de Camila, porém, com as cores invertidas, ao invés de preto, seu vestido era branco e possuia a faixa preta sobre sua barriguinha saliente.
Envergonhou-se diante de tantas pessoas e ameaçou um chorinho fraco
Suas mães ajoelharam-se e a chamaram no altar, mais ainda havia alguns muitos passinhos até elas, que a bebê não queria dar sozinha. Até ver a Mila vindo em sua direção
Camila deixou seu posto e entrou novamente, de mãos dadas com Emma, para ajudar a amiguinha
Havia menina mais gentil e atenciosa que aquela? Era mesmo a filha das Jauregui.
Mais tarde, após sonoros Sim's, logo depois depois de misturarem suas areias numa simbologia de que agora, misturavam suas essências e um beijo digno de cinema, Regina e Zelena eram finalmente, as Green-Mils.
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Lauren ergueu-se na mesa, visivelmente tímida, como primeira  madrinha, ela tinha que fazer o costumeiro discurso. Tossiu levemente para chamar a atenção dos convidados nas demais mesas do salão rústico e logo, todos os olhos se voltavam para si, inclusive os de Zelena que estava sentada a sua esquerda
- Boa noite a todos - saudou pondo a mão livre dentro de sua calça - É comum que os padrinhos e madrinhas no jantar, revelem situações constrangedoras dos noivos - brincou e risadinhas maliciosas foram ouvidas por todos os lados, todos ávidos por micos das duas noivas - Mas, quem conhece Zelena Mils, sabe que ela se coloca em situações vergonhosas todos os dias - brincou novamente, arrancando risadas gerais - Eu poderia falar do dia em que ela me ligou pra saber como trocava um fralda ou do dia em que ele bebeu tanto, mas tanto que... Espera, essa história é pesada demais - novamente, as risadas foram altas - Enfim, ela vai passar algumas vergonhas daqui para mais tarde e a única coisa que precisamos fazer é esperar - afirmou rindo enquanto tocava o ombro da amiga - A verdade mesmo é que eu queria propor um brinde - anunciou após agarrar sua taça cheia de champanhe - É extraordinário quando encontramos alguém com quem podemos dividir a nossa alma, alguém que nos aceite exatamente como somos, pouca pessoas tem essa sorte... Zelena e Regina, a tiveram... Por isso, brindemos ao amor e a felicidade delas - ergeu sua taça - Nenhum tempo é suficiente ao lado de quem amamos, mas para vocês duas, vamos começar com o para sempre
É claro que as Green-Mils estavam em lágrimas, quando as taças foram brindadas, tanto Regina quanto Zelena levantaram-se para abraçar Lauren
- Cuida bem dessa mulher do caralho, Zel - a Jauregui disse no ouvido da ruiva no meio do abraço apertado
Quando Regina a abraçou, elas se apertarem com força, nenhuma palavra precisava ser dita, havia muitos e novos sentimentos entre aquelas que a pouco, juravam se odiar.
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Camila deu uma risadinha de cima da varanda, fitando a festa lá embaixo e suas mães dançando como doidinhas no salão junto de muitas outras pessoas grandes. Ela deveria estar nanando, sabia, mas tudo bem porque Tay também dissera que ia vir nanar e estava vendo memes do Instagram
Camila amava ficar olhando suas  mães fazendo qualquer coisa, elas eram tão lindas e sabiam fazer tuuudo no mundo
- O que você tanto olha Mila? - sua irmã mais velha perguntou, chegando ao seu lado na varanda e colocando sobre os ombros pequenos da menina, um casaco azul seu
- Papa e mama - contou ainda apoiada no parapeito da varanda
Taylor sorriu e se apoiou junto a irmã, fitando o mesmo que ela
- Papa tá bêba - Camila disse rindo baixinho
- Não tá não, só tá feliz - Taylor explicou vendo suas mães dançarem a vontade no salão, danças que só elas entendiam os passos mas quê, todos os adultos ali faziam - Quando eu for uma mulher, quero ser como a mamãe - afirmou fitando encantada a mãe
Camila sorriu, a mama era perfeita
- Eu quero ser igualzinha a papa - a mais nova garantiu
As duas sorriam cúmplices
- Que bom que a gente tem elas né Mila? Tivemos foi sorte - Taytay concluiu, sentindo o coração completamente grato
- Mama disse que não foi sorte Taytay - Camila lhe repreendeu de leve - Foi amor.
E havia alguém no mundo que, as conhecendo, ousava duvidar daquilo?
Bom, acho que não.
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Capítulo promocional de FACING THE  SUN

Here Comes the SunOnde histórias criam vida. Descubra agora