Capítulo 3: Denker

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- Salvação? Do que você está falando? – A moça questiona para o desconhecido de capa branca. O sangue entorno de seus lábios que ficaram vermelhos, como se estivesse usando um batom de melhor qualidade.

- A senhorita não irá compreender nesse estado. Deixe-me ajuda-la. – Diz de forma gentil dando alguns passos para frente.

- Hum?

O rapaz toca a testa dela com o dedo indicador e o dedo do meio, Emily sente uma forte tontura e tudo ao seu redor começa a girar. Ela acaba desmaiando ali mesmo, sem perceber que, logo em seguida, estava sendo carregada nos braços pelo indivíduo encapuzado.

(...)

Ela abriu lentamente os olhos, observando um teto escuro e desviou sua atenção para o ambiente ao redor. Era um quarto tão pequeno e simples com uma cama estreita, um criado mudo de madeira ao lado e algumas velhas espalhadas pelos cantos, a fim de iluminar pois a noite chegara.

- Onde eu estou...? – Murmura Emily sentando na cama e passando a mão na cabeça, ela doía um pouco.

- No mosteiro secreto. – A voz do ser encapuzado ecoava pelo quarto. Rapidamente, a jovem olha para o quarto da parede e encontra o desconhecido encostado lá. Ele estava de braços cruzados e sem o capuz, deixando exposto os longos cabelos negros e os olhos vermelhos.

- Quem é você? Por que me trouxe aqui? O que pretende fazer comigo?

- Calma, eu responderei todas as suas perguntas mas preciso que se acalme.

- É difícil. Antes eu estava caindo de um penhasco e agora estou em um quarto com um homem de capa branca. – Diz ironicamente, arrancando uma leve risada do rapaz.

- De todas as pessoas que já vieram aqui, a sua reação foi a melhor. – Ele diz se aproximando e ficando ao lado da cama. – Posso me sentar?

- Hum... Não sei...

- Eu não mordo. – O rapaz ri baixo.

- Eu sei! – Emily resmunga e cruza os braços. – Tá bom, só quero que me conte o que está acontecendo. Eu...Eu realmente morri?

- Sim. – Ele diz sentando na cama e suspirando profundamente. – Mas a sua mente não morreu.

- Hein? Como assim?

- Você é uma Denker.

- Denker? O que é isso? – Questiona sem entender nada, seus olhos vermelhos reluziam por causa do fogo das velas.

- Denkers são seres humanos com uma atividade cerebral extraordinária, eles conseguem controlar a própria mente em um nível elevado. Acha que controla totalmente sua mente? Engana-se pois o ser humano usa apenas 10% da sua capacidade cerebral. – O rapaz fala calmamente, evitando olhar nos olhos de Emily. – Os Denkers são raros e muitos não suportam a própria dor de carregar esse fardo, cometendo suicídio.

- Que horrível...

- O monge mestre daqui é o responsável por cuidar dos Denkers da região, ele tem uma sensibilidade elevada e consegue detectar se há um deles na sociedade. O mestre sentiu a sua força cerebral bem elevada quando fez a Inglaterra tremer.

- Espera! E-Eu fiz a Inglaterra tremer?

- Sim, você deveria estar bem irritada pelo visto. – Sorri de canto. – Ele me mandou em uma missão para encontrar o tão manipulador da mente que tinha esse imenso poder. Foi aí que eu te encontrei andando à cavalo com um camponês.

- N-Nicolas... – Ela murmura o nome do amado sentindo uma leve dor em seu interior. Lembrou da cena antes de sua morte, queria chorar pois a vontade era imensa. Porém, nenhuma lágrima saiu. – E-Eu... Eu não consigo chorar...

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