Capítulo 52: Lendas nunca morrem

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Ivy dava o primeiro tiro com o seu rifle, fazendo o estridente som ecoar pelo local vazio. Vladmonteir esticava a mão para frente, pegando o projétil entre seus dedos com imensa facilidade. Quando ele direcionou o olhar para a vampira a fim lançar um comentário irônico, ela havia desaparecido. Então, o homem sentia um forte chute em sua costela sendo jogado à vários metros.

A garotinha pousava no chão com tamanha leveza, ignorando o rifle pesado em suas costas. Em seguida, ela deu um impulso sumindo novamente de vista e aparecia ao lado dele, golpeando-o em seu rosto. O homem recuou vários metros e avançou, tentando chutá-la mas a albina jogava o corpo para trás com agilidade. Logo após, voltou a sacar o seu rifle e atirar com precisão no oponente.

Vladmonteir escondeu o corpo em sombras antes de ser atingido, surgindo atrás de Ivy segurando a cabeça dela e a jogando contra o chão com força. Por causa do impacto, uma cratera formava-se no local.

— Nós lutamos no mesmo lado. Eu não quero matar uma antiga aliada, Ivy!

— Você não disse que, na guerra, as peças mudam de posição? Então...

Discretamente, a garota tirava do bolso uma pequena esfera metálica e apertava o botão cinza em seu centro, liberando uma poderosa cortina de fumaça. Vladmonteir afastava-se em um movimento instantâneo, apoiando a mão sobre a boca tossindo ao inalar o misterioso vapor que corroía a pele de ambos.

—... eu decidi lutar no lado correto.

— Se machucando também? Que guerra ridícula essa que decidiu travar.

— Você acha? O que é mais difícil, meu caro amigo, quem observa inocentes morrendo ou quem mata os culpados?

Ele abria um sorriso de canto, expondo a sua presa afiada.

— As suas palavras não são capazes de atravessar o meu coração, Ivy.

— Não, mas as minhas balas sim.

Ivy sumia com um impulso, deixando apenas uma pequena nuvem de poeira ao redor. Então, Vladmonteir cuspia sangue quando uma bala atingia seu peito. Rapidamente, o homem girava entorno do próprio eixo em busca dela mas só pôde captar pequenos pontos mudando de posição a cada fração de segundos. Como solução, ele apoiava ambas as mãos no solo criando uma densa camada de sombras que se espalhava por todo o chão, alastrando-se pela cidade. O vampiro manipulou as sombras para que perseguissem a garotinha, conseguindo puxar o seu pé no exato momento em que ela tocava o solo. Em seguida, usando essa "mão", lançou Ivy à vários metros, fazendo-a quebrar um poste quando as suas costas se colidiram com o objeto.

— Eu te reconheço como uma oponente digna, mas uma garotinha que apenas moveu as peças de um xadrez não sabe como é estar na guerra. Não sabe como é lutar diante de homens cruéis, voltar para casa e descobrir que o Estado roubou tudo o que você tinha!

— Eu sinto muito pelo o que você perdeu enquanto era humano, Vlad. — comenta levantando-se com dificuldade e apontando o rifle para ele. — Mas eu não cometerei mais erros para justificar os seus.

— Você realmente está determinada a se tornar uma heroína, Ivy. Estou surpreso, mas não será o suficiente para se redimir pelos meus pecados.

— Eu não acredito em redenção, afinal essa ideia apenas nos faz cometer mais erros sabendo que seremos perdoados. Estou erguendo a minha arma para um desgraçado sem escrúpulos apenas porque quero ver o quão belo seu cérebro ficará quando estiver em pedaços. Eu estou pouco me fodendo para a droga de uma redenção!

Naquele momento, a voz de Ivy está mais firme e ela gritava com fúria no olhar. Então, disparava outro tiro em direção ao oponente e, em contrapartida, Vladmonteir jogava o corpo para o lado como se o projétil se movesse em câmera lenta. Contudo, essa foi a distração perfeita para a albina aparecer atrás dele, deitada no chão e se jogando entre suas pernas. Por uma fração de segundas, o homem abaixou o olhar fitando o cano do rifle ser disparado em sua direção.

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