Capítulo 16: Fonte de orgulho

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Castelo real, inferno. Atemporal. O castelo era enorme e com diversas torres. Seu estilo medieval cheio de partes faltando chamava atenção. Ao redor, havia um rio de larva e uma enorme ponte de madeira servindo como travessia. Os gemidos das almas ecoavam por todos os lugares enquanto pequenos demônios voadores circulavam o local.

Dentro do castelo, demônios corriam de um lado para outro. Estavam inquietos com o nascimento da filha de seu rei. Na enorme cama de seu quarto, encontrava-se sentada uma mulher de longos cabelos negros e olhos vermelhos com um brilho fora do comum. Os chifres curvados e de tamanho mediano. Havia algumas flores vermelhas ao redor dos seus chifres que combinavam com o longo vestido da mesma cor. Ela segurava um bebê de aparência oculta por causa do pano preto que o enrolava.

- Está recuperada, minha rainha? – Um homem de cabelo branco, orbes negras, chifres pontudos e uma capa preta se aproximava. Era um dos servos de Lúcifer que veio conferir o estado da mulher dele.

- Estou. – Disse com a voz calma e desviou o olhar para o bebê em seus braços. – Onde ele está?

- Estava torturando almas, minha rainha. Mas agora se encontra em seu trono e está a sua espera.

- Não me surpreende. – Soltou um longo suspiro. – Pode ir.

Então, a mulher deixa a criança dormir no berço feito de ossos e vai até o salão principal, onde se encontrava uma figura de aparência irreconhecível por causa de uma energia sombria e densa que rodeava o seu corpo.

- Minha querida Laylah! – Ele exclama. – Como vai a nossa filha?

- Não me venha com essa. – Ela disse séria. – Usá-la como sacrifício para aumentar o seu poder é patético!

- Mas esse é o ritual para...

- Dane-se o ritual! Eu não permitirei que encoste na minha filha! – Laylah apoiava a mão no peito. – Ela é a minha benção, a minha Megumi.

- Como ousa dar um nome ao nosso sacrifício? E um nome tão afrontoso assim para os demônios. – O ser se aproxima da mulher.

- Você sempre fez de tudo para suprir seus desejos egoístas mas agora é diferente. Você se meteu com o demônio errado.

- Como assim ...?

Laylah abriu um sorriso de canto e sombras apareceram ao redor do seu corpo. As sombras eram densas e se espalhavam lentamente por todo o castelo – e aos arredores dele. Uma imensa escuridão tomava conta de boa parte do inferno, Lúcifer não conseguia se mover e os seus servos sentiam-se perdidos. Então, a mulher se transportou pelas sombras indo até o quarto e pegando sua filha.

Você é meu tesouro. – Ela pensa sumindo nas sombras com o bebê.

- LAYLAH! VOCÊ VAI ME PAGAR! – Lúcifer grita e sua voz ecoa pelo local. – QUANDO EU TE ENCONTRAR, VOCÊ E SUA FILHA IRÃO MORRER!

E então, todos os demônios ficaram presos naquela imensa escuridão até que a mulher fugisse. Ela abriu um portal e entrou nele sem pensar duas vezes, indo para o mundo humano.

(...)

Laylah caiu de costas no chão na praça da cidade, segurando firme sua filha. Ela olhou para céu um pouco tonta, usou quase todo o seu poder para fugir dali. Sentou no chão e acariciou a cabeça, manipulando o pouco do poder que restava para fazer os chifres sumirem e sua aparência ficar mais humana. Agora tinha olhos azuis e uma expressão angelical. Porém, sua filha não conseguiu ficar na forma humana. Isso a preocupou demais.

- Ah, não... – Murmura e ergue o olhar. A praça estava vazia, exceto por um homem de batina que estava sentado em um banco perto dali. – Um padre?

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